sábado, 29 de agosto de 2015

O último dia do café Sisandro

28 de Agosto
O último dia do café Sisandro, no sítio em que o temos conhecido foi hoje, 6.ª-feira, 28. O que aqui damos mostra momentos da tarde e da noite. A primeira foto é das 14:37 e a última, das 22:21. Ainda lá ficaram, calmamente, pessoas, gozando a noite de Verão. Todos ou quase todos habituês (assim, mesmo, grafado à portuguesa, o que uns costumes de há uns anos já permitem e escuso de escrever «habitués», à francesa, senão começamos a pronunciar como em matinés; a grafia sempre tem importância na língua, verdade?). Quanto a mim, embora se possa não concordar, tenho de me afirmar habituê, não porque o seja, possivelmente, mas porque quero sê-lo. Não vou dizer semi-habituê, caso contrário o Dr. Eugénio zanga-se. Quer-nos mais definidos, e a verdade é que a afeição pelos lugares e o fazer-se ou não parte deles, não se medirá exclusivamente pela quantidade de minutos lá passados...
Amanhã, o Sisandro não abre ao público. Em 26 de Setembro próximo contamos visitar o café que servirá o novo Choupal, do outro lado do rio, perto da encosta de São Vicente. Aguarda os clientes do Sisandro de hoje, mais outra gente que lá afluirá, qual outro rio, a nascer da ponte pedonal. Virão de Torres, a cidade que está do outro lado.
— Vou a Torres — já tenho ouvido dizer a quem está do lado norte da cidade..., sentado numa cadeira do café Sisandro.
Quando soube do que estava a acontecer, apressei-me a registar as imagens: do café e da ambiência, da paisagem que o rodeia, diurna e nocturna. Nota-se um acelerar dos trabalhos. O dia na obra é mais longo.
Vale a pena clicar nas imagens, para ver em ecrã inteiro.












 Também o apresentador Fernando Mendes, aqui entra pela última vez





 Lua cheia



Numa destas mesas, assisti a uma «merenda do acordeão»



 O Sisandro vai para o mar






O Sisandro vem da nascente



De noite, a janelinha iluminada do lado do rio chama-nos



 O café, visto do lado da ponte  da Mentira












segunda-feira, 24 de agosto de 2015

O TROPICAL - restaurante

21, 22 e 23 de Agosto
Os rostos mais visíveis são os da Sr.ª Dona Maria do Rosário e do filho, Fernando.
Já conhecia o espaço, mas desta vez fez-se um clic no meu cérebro, no meu ser, na minha alma ou lá onde estas coisas se fazem. Tudo começou, creio, na observação de uma das paredes, toda ela mostruário dos instrumentos e objectos próprios de uma vida que ainda pude ver em pleno. Trabalhos dos campos, arreios de animais e outros adereços, coisas da vida doméstica. Ervas aromáticas, que tão grande sabor dão à comida alentejana.
Entremos. Depois do pequeno café-snack bar, passamos ao restaurante, por um ou por outro de dois breves corredores, um a cada lado. Numa saleta intermédia, uma mesa posta, com bonito arranjo floral de girassóis (feitos por mão humana; achei-os grandes, mas dizem-me que os há bem maiores, na natureza).
E estamos no restaurante. Umas vezes, escolhemos, outras, concordamos com a proposta do Fernando. O tempo de espera é muito pouco. Há prato do dia. Desta vez, ninguém falou em achigã, o peixe que não havia, mas passou a haver, quando a certa altura foi introduzido na albufeira de Montargil. É especialidade da casa.
Refiro também o jovem montargilense que atendia às mesas, com competência que lhe parece ser natural.
No fim de tudo, passámos ao terraço e aproveitámos para ver as vistas, do parque desportivo e de parte da vila.
Vila rural. Sim.
— Hoje, vila turística — diz um de nós, no dia seguinte, no DOM CAFÉ, enquanto estamos à conversa, naquela agradável sala com paredes de vidro.

O TROPICAL - Rua Heróis do Ultramar



Este peixe come os outros, mas também há quem o coma a ele



Vassouras ou vasculhos (basculhos)

Ervas aromáticas, maçarocas de milho, uma réstea de alhos, cenouras e dois cochos para beber água







***


Faca curva-machadinha?

Mangual
Serve para malhar cereais, a fim de libertar o grão do seu invólucro

Ancinho de madeira

Da esquerda para a direita: melim e canga (as peças verticais são os cangalhos). O melim põe-se no pescoço do animal e a canga, em cima do melim.

Canga e melim

Melim

Forquilha de madeira e arreio de cabedal

Pá de mandar o trigo para o ar e arreio

Ancinho de madeira e joeiro, para joeirar o trigo. Distinguir de peneira, para peneirar farinha.

Joeiro
***
O terraço-esplanada e as vistas que de lá se desfrutam






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Vista aérea da zona em que está implantado o restaurante

Rua Heróis do Ultramar
O café-snack bar e restaurante O TROPICAL é um dos últimos edifícios ao fundo do lado direito
(Imagem de 2013, com a devida vénia a google earth)

Agradecimento — ao Sr. Valentim Varela, que no seu tempo de juventude no concelho de Santiago do Cacém conheceu bem os trabalhos do campo e me ensinou alguma coisa sobre os objectos das lides agrícolas e domésticas.