segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Em Redondo - Ruas Floridas, 1 a 9 de Agosto

Estivemos lá nos dias 1 e 2 de Agosto (com fotografias) e 3, sem.
A primeira vez que fui ao Redondo foi aos 14/15 anos, pedindo boleia na estrada, em companhia de um colega amigo. Vivia, então, em Évora. Regressámos também à boleia. Foi fácil. Redondo estava em festa, com a batalha das flores, em Fevereiro. Durante todos estes anos, não tenho recordado a batalha das flores associada ao Carnaval, mas, é um facto, sei agora que a associação existe. Vim, mais tarde, a confirmar o sentido festivo que têm as pessoas de Redondo, o carácter castiço desta parte da população portuguesa, com a sua pronúncia quase cantada. Pronúncia alentejana típica, mas distintivamente redondense.
Várias vezes tive a oportunidade de voltar a esta linda e simpática vila, por razões familiares. Entretanto, criou-se nova tradição, há relativamente poucos anos e com periodicidade bienal: Ruas Floridas. Em 2013 foi suspenso o Carnaval, para concentrar o esforço das populações nas «Ruas Floridas», com pessoas a trabalhar nas ornamentações desde Setembro do ano anterior*.
As imagens apresentadas dão uma ideia do passeio de um visitante pelas ruas de papel, ofuscando um pouco as ruas de pedra e cal. As ruas de papel (quarenta e uma) são como visitantes das outras, devolvendo ao fim de nove dias o inteiro logradouro do espaço às suas legítimas proprietárias. As donas são de resto muito hospitaleiras e a certa altura já não há divisão. A rua são as duas. Todavia, são só nove dias!...
Há, também, a parte utilitária, com mostra de artesanato. Só aqui vemos um, com objectos de cortiça e outros materiais. Quis mostrar, especialmente, os rostos das figuras, sobretudo os Cristos, a Virgem e os mais. E nos rostos, o olhar. São rostos trazidos do convívio com as pessoas no dia-a-dia, quase alegres. Dos outros stands, bem mereciam figurar, aqui, os de louça, sobretudo os magníficos, grandes, pratos do Redondo. Será preciso escolher, mas os melhores são mesmo muito bons. Comprar um, tornou-se uma necessidade.
Às quatro horas do dia 1, a tarde redondense começa, entrada a Porta do Postigo. Na rua, à esquerda, no edifício que foi cadeia, depois Celeiro Comum e é agora Enoteca, espera-nos a cerimónia do lançamento do livro escrito pelo natural de Redondo, o ainda jovem Dr. José Calado
Ruas com História
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Evolução Urbana e Ensaio Toponímico da Vila de Redondo
(É o 1.º volume desta obra, nº7 da colecção Cadernos d’O Redondense)

Quanto a ruas, ao acaso, li com interesse o que se diz sobre a da Botica (actual Manoel Joaquim da Silva), a do Castelo, a dos Curtidos, a do Doutor Hernâni Cidade, com interessante biografia do patrono, a do actor João Anastácio da Rosa, o célebre actor Rosa, igualmente com boa nota biográfica, e algo mais. Muito apelativos os mapas com o alargamento da malha urbana, a partir do núcleo inicial, junto à Porta da Ravessa. O mapa, muito simples, é sempre o mesmo e nele se vai marcando a traço mais grosso o avanço correspondente a cada época: A Vila Intramuros (1319-1468) [pág. 17]; Do Arrabalde às Primeiras Grandes Artérias (1468-1668); [pág. 23] O Alargamento rumo aos Subúrbios (1668-1752) [p. 28]; A Afirmação da «Baixa» como Centro Nevrálgico  (1752-1864) [p. 32]; «Boom Demográfico» vs. Carência de Habitações (1864-1910) [p. 38]; A Evolução em Tempos de Mudança (1910-1930) [p. 43]; A Revolução Urbana de Redondo (1930-1953) [p. 49]; A Regressão Demográfica vs. Readaptação Urbana (1955-1988) [p. 57]; A Nova Distribuição Espacial (1988-2015) [p. 62].
Revisitar a Aldeia da Serra, o Convento de São Paulo, conhecer a aldeia de Montoito e outros pontos rurais do concelho; tornar ao Redondo e percorrer todo o seu circuito em dia normal; entrar na Igreja Matriz e no Centro Cultural; são projectos a levar à prática, em breve.
A Sociedade Harmonia. Fiquei a conhecer o espaço, para além da sala de entrada, o café-bar. 
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Ver a sugestiva descrição, que se pode ler na capa de Ruas Floridas, no final deste trabalho.

Do Tradicional ao Atual II' - Rua Eça de Queirós



Do Tradicional ao Atual II' - Rua Eça de Queirós e Largo Duques de Bragança


Sombrinhas - Rua das Vinhas Novas


Centro Cultural de Redondo






Rio - Rua 1.º de Dezembro




De passagem, registámos este painel na Rua Vasco da Gama

Pintado por Fátima Garradas

Rua de Montoito - baixo -- A Hora do Chá

Na Harmonia
«A vida está cheia de decisões difíceis»

Stand numa das ruas




Na zona do Castelo 


 Porta da Ravessa ou do Sol
Pode não parecer, mas aqui começou Redondo; o largo formado junto à porta era o lugar de mercados e feiras. No lado direito de quem entra, estão gravadas no granito áspero dois sulcos, para aferir medidas-padrão (a vara e o côvado).

Aqui começa a Rua do Castelo
Tema - Atlântida
A Rua do Castelo liga as duas portas da vila: a da Ravessa e a do Postigo.

Rua de Santo António

Largo de D. Dinis
Nesta imagem e nas seguintes, o tema «Atlântida»



Ao fundo, a Igreja Matriz de N.ª Sr.ª da Assunção, no meio, um enorme polvo; a alegrar tudo, os papéis como gaivotas
Vendo com mais atenção, trata-se de peixes, alguns dos quais são voadores.





Em ruas não identificadas




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Na Enoteca






Fala o autor do livro

Neste momento, fala o presidente da Câmara

Na Torre de Menagem, com vista panorâmica











Capulho
 da  escada helicoidal (caracol), sacrificada no «restauro inconsciente nos últimos anos da década de 1920».
A Torre de Menagem,
Modelada semelhantemente à alcaidaria antiga, com a face principal voltada para o terreiro do hospital, sofreu restauro inconsciente nos últimos anos da década de 1920, que lhe mutilaram a escadaria lateral, algumas frestas, escada helicoidal, interior e a cortina do parapeito. […]
(T. E., no Inventário..., p. 270, 1.ª col.)

Marco geodésico

No pátio da Torre de Menagem

No mesmo pátio

Vistas, lá de cima



Ao fundo, a Ermida de S. Pedro
Está situada no extremo norte-ocidental da vila, em sítio elevado e dominador da antiga Tapada de S. Pedro, alcançando-se, hoje, por escalinata de pedra que a Câmara ordenou na década de 1930 e muito melhorou as suas perspectivas envolventes.
Túlio Espanca, no Inventário Artístico do Distrito de Évora (Zona Sul), I Volume,  Academia Nacional de Belas- Artes, Lisboa, 1978, pág.287, 1.ª col.



Zona residencial relativamente recente



No horizonte, a serra de Ossa






Convento de Santo António da Piedade, onde está se encontra o Museu do Barro. Propriedade da Câmara Municipal, ali foi instalado em 1872 o Cemitério Público.







Em frente, a Torre do Relógio
Parte posterior da Igreja Matriz



Ao centro e à esquerda, junto à árvore grande, vê-se o portal da igreja da Misericórdia
*


Uma espécie de leque, impresso dos dois lados



Folha central de «Ruas Floridas Boletim do Visitante»

Abaixo se reproduz dois recortes da mesma folha central, bem como a capa do boletim


O boletim, em formato A 4

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Ver:

2 comentários:

  1. Estive em Redondo há muitos, muitos mas mesmo muitos anos, tantos que pouco ou nada lembro do que visitei...!!!
    Este texto e as bonitas fotos que o ilustram aguçaram o apetite para uma visita a esta bela vila alentejana...!!! Talvez ainda este verão...!!!
    Pena é que já tenham terminado as festas...
    Continuação de boas férias e bons passeios.
    AG

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    1. Sou um aficionado, afeiçoado por Évora e os concelhos que a rodeiam. E ainda falta conhecer tanto, incluindo as zonas rurais!... Tenho um certo pudor em dizer que me divirto imenso e estou com sorte, pois o que falta conhecer é muito, como um bolo que nunca acaba.
      Retribuo os desejos de boas férias, com a continuação de bons passeios.
      JL

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