quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Festa de Nossa Senhora da Conceição na Camila

3.ª-feira, 8 de Dezembro de 2015
A Camila é um lugar de culto que serve as comunidades de Gentias, Barrocas, Feiteira, Azenha Velha, Carvalhais e Cambelas. Pela primeira vez, tenho o privilégio de ver a Camila com a sua capela aberta e em dia de festa. 
Neste dia feriado, segui o trajecto habitual, pela E N n.º 9. Deixando a Coutada para trás, passada a ponte sobre o Sisandro, corta-se à direita, sem entrar na rotunda ovalóide que levaria a S. Pedro da Cadeira, Encarnação e Mafra e, pelo lado direito da bifurcação, a Escravilheira e Ericeira.
Azenha Velha, Largo Rufino Carvalho, pouco adiante vai aparecer a Camila ou Alto da Camila e a capela de Nossa Senhora da Conceição, padroeira de Portugal*.
A capela recebeu obras de obras de ampliação, tendo a cerimónia de inauguração sido presidida pelo bispo auxiliar de Lisboa, Dom António Vitalino Canas, em 11 de Setembro de 1997.
O nome Camila parece dever-se a uma senhora que viveu no século XVIII**.
Vindo da Azenha Velha, já não pudemos deixar o carro no terreiro que separa a estrada da capela, repleto de automóveis estacionados. Ficou um pouco à frente, perto da casa vizinha do moinho mandado construir por F V E, no ano de 1824. 
A missa já tinha começado, mas ainda se prolongou bastante. O sacerdote deteve-se a explicar a importância de Maria na história da salvação, na sua relação com as pessoas. A nave estava cheia até à porta e alguns degraus. Cá fora, muita gente, que se ocupava a falar, visivelmente contente por estar junta, neste sítio e neste dia. Quem estava à porta da capela não conseguia ouvir bem o que ia sendo dito pelo oficiante da cerimónia.  Os convivas do exterior mais próximos não se davam conta de que o seu descontraído diálogo não era interrompido por nenhuma cortina invisível. 
Na Camila, via-se uma senhora da Comissão de Festas em honra de N. S.ª de Nazaré, com presença na procissão de 20 de Setembro próximo passado, e escuteiros.
Terminada a missa, seguiu-se a procissão. Primeiro, passou a imagem de Nossa Senhora de Nazaré, sem a sua berlinda, levada no andor. Passa, depois, a imagem de Nossa Senhora da Conceição. A primeira imagem fica à guarda da freguesia de S. Pedro da Cadeira até ser entregue à freguesia da Ericeira, em 2016. Vamos todos, muito povo, por estrada de campo alcatroada, perfilada de canaviais, em passeio campestre. É grande o contacto com a natureza. O homem precisa de a ter perto de si, de estar rodeado por ela, estar no seu seio. Umas centenas de metros à frente, Carvalhais. Percorremos o lugar, vemos admirativamente as suas casas, os quintais. Bons quintais e casas, algumas de forte estrutura, talvez demasiado quadrangulares e coloridas. É um certo gosto e bem-estar moderno a fazer-se ver. O tom geral é o da aldeia clássica, que vai sobrevivendo na sua alvura.
A procissão regressa e vai tomar a estrada que da Azenha Velha continua até Cambelas. Umas dezenas de metros e entramos no largo recinto, passamos pelas viaturas que dos dois lados nos aguardam como um rebanho; agora, o poço, hoje enfeitado com uma pomba, o Cadé perto do poço, pronto a vender castanhas quentes...
A cabeça da procissão volta a entrar na grande boca ou ventre de onde saiu.
Cá fora, compra-se cavacas e outros bolos.
Deixo o ambiente de festa e regresso a Torres, por Cambelas.
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* D. João IV, estando reunidas as cortes (clero, nobreza e povo), proclamou a Virgem padroeira de Portugal, por provisão de 25 de Março de 1646.
** O topónimo Casais da Camila/Alto da Camila «deve ter origem em D. Camila da Silva Negreiros, mulher de Estêvão de Zagallo Andrada, que foram proprietários na primeira metade do séc. XVIII de uma quinta próxima a este local», como diz Rui Manuel Mesquita Mendes no seu blogue.
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Google earth, foto de 20-07-2012

Este depósito de água fica perto da casa vizinha do moinho, a uns cem metros, do outro lado da estrada, visível de longe, como uma bandeira



(13-10- 2015)

(13-10-2015)
O moinho. Espaço muito bem cuidado, com espaço edificado discreto, habitacional ou de apoio. Ao fundo, consegue divisar-se uma habitação, que confonta com a estrada para Cambelas e Azenha Velha, de apreciáveis qualidade e dimensões. Os dois lotes estão separados por passagem de dois ou três metros.

(13-10-2015)
Ao fundo, a capela da Camila

13-10-2015)

Dúvida na interpretação da 1.ª e, sobretudo, na 3.ª letra da primeira linha. São as iniciais do  primeiro dono do moinho.

FVE MANDOU FAZER ESTE MOINHO NO ANNO DE 1824 
F V E
M A N D O
U  F A Z E R
E S T E  M O
I N H O  N O
A N N O  D E
I824

A seguir ao moinho, há um tracto de terreno livre de construção. Por ali seguimos
até ao ajuntamento de pessoas

O caminho de que falei

(13-10-2015)

Os homens do fogo no campo, defronte da capela.
Os foguetes vão atroar o ar. É dia de festa na Camila.

Na bandeira lê-se: Capela da Camila e S. Pedro da Cadeira. À frente, em primeiro lugar, vai a imagem da Senhora de Nazaré



(13-10-2015)
Da frente da capela, a procissão segue para Carvalhais

(13-10-2015)
Vamos em frente até apanhar a estrada para Carvalhais, virando à direita, atrás da muralha de canas.

Ida

Regresso





O tempo esteve bom.


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