segunda-feira, 3 de julho de 2017

Centro de Interpretação das Linhas de Torres Vedras | Forte de S. Vicente

Sábado, 1 de Julho, às quatro e meia da tarde, tiveram início as cerimónias de inauguração do Centro de Interpretação das Linhas de Torres Vedras | Forte de S. Vicente. A partir das quatro e meia era oficialmente festa. Os Gaiteiros da Freiria fizeram ouvir a toada das gaitas de foles, bombaram e rufaram. Um ou outro e outra, às vezes, salta ou faz só menção, bombando, tocando ou tamborando. Os mais pequenos saltam mais…
Usaram da palavra junto à antiga capela do Forte de S. Vicente, novinha em folha, agora adaptada a outro uso social, os senhores presidente da União das Freguesias da Cidade (S. Pedro e Santiago; Santa Maria e S. Miguel) e Matacães, vereadora com os pelouros do Desenvolvimento Social, Cultura, Património Cultural, Turismo, presidente da Câmara Municipal e secretário de Estado da Defesa Nacional.
Explicaram o significado da presença de todos naquele lugar, lembrando a situação que os portugueses vivemos em todo o país e nomeadamente na península de Lisboa, onde se concentrou boa parte da população fugindo à terra queimada, somando-se aos que viviam para cá das Linhas… Disse «vivemos», para se perceber bem que nós que ali estávamos também estivemos no passado e o retemos como experiência das nossas vidas. A comemoração é vida, é actualização do que passou. Conhecer o passado, apropriar-se dele, torna cada um mais consciente, mais valioso, contribuindo todos na relação com os outros para tornar o presente melhor e preparar o futuro. A importância da ligação passado-presente-futuro foi expressa nas palavras dos oradores.
Terminados os discursos, os oradores e mais comitiva, que incluía dois representantes do Exército e da Marinha, encaminharam-se para o edifício, em visita ao Centro, logo seguidos por toda a assistência.
A exposição permanente permite dar um conjunto de informação sobre a nossa história, de maneira rica, colorida, nos suportes que temos à frente dos nossos olhos: mapas, fotografias, reproduções a cores de páginas e cenas humorísticas de imprensa da época. Informação, ensino, distracção… Assistimos à projecção de um vídeo, que fica posto à disposição do visitante. Esperamos que seja também possível ser colocado na internet.
Cá fora, houve gente pacífica armada do «material de guerra» a que pôde deitar mão, forquilhas, chuços, gadanhas em haste de madeira, compridas como lanças, vestuário a sugerir a roupa da resistência popular contra o invasor francês. Foi, ainda, feita uma demonstração prática de como funcionava o sistema de telégrafo de bolas, ligando em poucos minutos o Forte do Alqueidão no Sobral de Monte Agraço, a Serra do Socorro, o Forte de S. Vicente, onde nos encontrávamos, e daqui recebendo a mensagem, à vista, a reenviamos ao Forte do Grilo, junto à Ponte do Rol.
Divertido, por expressivo, no gosto que punha nas palavras e nos gestos, as explicações dadas, Carlos Cunha, do Museu Municipal de Leonel Trindade, homem do património, em luta contra o vento que como uma criança lhe tirava sem cerimónia a grande capa de saragoça. E tornava a tirar.
Finda a festa, começa o convívio de comes e alguns bebes, que deve ter sido óptimo, mas de que não vou falar, pois não fiquei para a festa, tendo saído pela esquerda baixa, que foi exactamente o caminho que tomei, saída a «porta» de entrada no Forte e descendo até ao carro poucos metros mais à frente na direcção de Torres. Ao descer por esta estrada já familiar, vou reconhecendo alguma casa, aproximo-me da «Praça da Alegria», esplanada informal, boa para os de ali e quem lá passar, em frente ao cafezito da Dona Prazeres, cumprimento-os mentalmente, a ela e ao filho, olá, Dona Prazeres, olá, Cochicho… Bela vista se tem. 











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http://www.cm-tvedras.pt/agenda/detalhes/71725/

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