quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Entre Montalvo e o Rasquete na marginal de Montargil

28Out2019
Albufeira seca, uma ponte ou pontão de que tinha perdido completamente a memória..., regresso ao antigo pelo rebanho de ovelhas..., o monte da herdade de Montalvo a parecer aguarela...
Chovia.
(Do facebook)


Ponte do Rasquete




 A ponte do Rasquete velha, substituída, bem como o anterior traçado da E N 2, na sequência da construção da barragem de Montargil, inaugurada em 1958. Quando a albufeira está cheia, só se vê a crista dos arcos






Já se vê o pontão



Vista para o lado da estrada nacional. À direita se vê túnel para passagem das águas

Pedras do piso da estrada, junto ao pontão...


A outra banda
Agora, menos acessível, desde que a albufeira cobriu as hortas, o arrozal da Tojeirinha..., a ponte de madeira, bem perto da vila...

Do lado de cá, zona de Montalvo; em frente, terras de Montargil e Aldeia Velha, por onde corre a ribeira de Santa Margarida. Aflui à ribeira de Sor um pouco mais para jusante (é o vale da Sagolga, dizemos, os de Montargil)

Montalvo

Montalvo


É a parte superior da imagem que lembra uma aguarela, uma pintura de Turner...


De regresso ao ponto de partida, entre Vale de Vilão e Rasquete. Vislumbra-se o pontão, que serviu no anterior traçado da E N 2

Continua a ver-se o pontão, entre duas ramadas da árvore, à direita

Há ligação destas águas por túnel, para a albufeira, como foi indicado atrás e se percebe também na imagem antecedente

segunda-feira, 28 de outubro de 2019

A estrada militar de Arenes - Torres Vedras

 21Out2019
Mesmo à nossa porta, pequenas grandes coisas a que normalmente parecemos não ligar. Estará neste caso a estrada militar a que acedemos pela Rua de Júlio Vieira, com princípio na Rua de Manuel de Arriaga. É uma das muitas obras do plano de defesa na luta contra as invasões francesas conhecido por Linhas de Torres. Agora cortada por duas largas estradas, distantes entre si uns quinhentos metros (A8 e acesso à mesma), ligava a vila de Torres à Ordasqueira pelo meio da suave cumeada, quase a direito. Está ainda na memória de muita gente. Em breve troca de palavras com um morador, senti que muito tinha a dizer, a vida derramada por estas terras. Disse eu: — A estrada militar ia até à Ordasqueira. — O senhor, notei-lhe alegria: — Ia até Matacães! — E eu: — Até ao mundo... — pois de Matacães se vai ao mundo. Afinal, de toda a parte...
Este troço até à estrada larga está em bastante pior estado de quando há bastantes anos ali passei, em visita de formação de professores orientada pelo professor Venerando. Encontrava-se com facilidade pequenos fósseis (de amonites?), de conchas, pelo menos, sinal de estas terras terem sido há milhões de anos fundo marinho. Tentei descobrir em visita rápida o corte de terreno feito quando das obras do acesso à A8, com pegadas de dinossáurio, quase debruçado sobre o vale dos Cucos, e não atinei com ele. Durante muito tempo fui olhando para lá, da zona do mercado municipal, do Choupal, à vista de todos... Com o tempo vim a saber que as supostas pegadas de dinossáurio não existem..., como se pode ver mais adiante (1). A maior parte das imagens que aqui mostro são do dia 21 p. p., algumas obtidas ao crepúsculo... Voltei lá...
***
Deixo um texto que escrevi primeiro e mais alguma informação nas legendas das fotografias...
A estrada militar, ligando a zona de Arenes à Ordasqueira, fazia parte do plano de defesa do território contra as Invasões Francesas, que ficou conhecido por Linhas de Torres. Está, agora, cortada em dois pontos, pela A 8, bem perto do Sarge, e pelo acesso à mesma perto dos Cucos, para quem vem dos lados de Dois Portos, Runa, Ribaldeira... Do ponto em que nos encontrávamos mal se via, à direita, o vale dos Cucos, de tal maneira era alta e espessa a vegetação de carrascos à beira do «abismo». Um passo adiante em falso não é nada aconselhável... Para lá do acesso à A8, uma língua de terra de cerca de 500 metros interpõe-se entre nós e a auto-estrada.
Quem quiser visitar os dois fortes que a estrada militar servia poderá ir pelo Sarge, ladeando a Quinta do Sossego, ou pela Ordasqueira, subindo a Rua do Forte. O da Ordasqueira, mais perto desta localidade, precisa de ser liberto da vegetação que lhe enche os fossos. Do outro, Forte Novo da Ordasqueira (ou do Sarge), resta o moinho, pois (quase) todos os sinais da sua existência foram em determinada altura sacrificados à exploração agrícola, pelo proprietário... 

 Aqui começa a estrada na Rua de Júlio Vieira

Início da parte não urbana da estrada militar; 
Olhando para trás


Folhas de Outono, com Arenes em fundo; 
Na linha do horizonte, o castelo e o forte de S. Vicente

À esquerda, parte da zona comercial da várzea de Arenes e mais atrás o Arena Shopping;
Por trás destas árvores, o vale dos Cucos  na E N n.º 9. Ao fundo, a «pedreira do Batista»

Depois da rotunda, o acesso à A8 segue em frente, para Lisboa ou Leiria 

 Encosta do acesso à A8. Um pouco mais à direita, a estrada continuava até à Ordasqueira; 
Para os lados de Runa/Vila Franca e Carvoeira/Alenquer

Vê-se o viaduto da A8;
Do lado de lá, as termas dos Cucos


Inclui-se, aqui, o texto e as fotografias, supra; um pequeno vídeo propriamente dito, a partir do minuto 1:35
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(1) Pesquisa rápida sobre a inexistência de pegadas de dinossáurios na encosta sobranceira ao vale dos Cucos (Há nas referências, abaixo, passeios muito interessantes)

segunda-feira, 14 de outubro de 2019

Eu não sei que tenho em Évora...

9 de Outubro, manhã cedo
Estou a sair da cidade, já a vou deixando para trás, a viagem começou. Faz parte de mim. Não é fazer parte, sou Évora e quero conhecer-me melhor. Por isso, volto... Há aspectos novos, a cada passo, muralha romana, restos de construções que subsistem no subsolo, ruas e travessas que julgávamos conhecer razoavelmente, mas não é assim. Vamos crescendo no conhecimento da cidade, que assimilamos à nossa substância. Ainda em Évora, a sair de Évora, já tenho saudades dela, já tenho saudades de mim.
Há coisas, gente que temos dentro de nós, a terra em que nascemos, aquela em que vivemos e outras, em Portugal ou fora da casa lusitana..., mas, ai!, Évora...
Eu não sei que tenho em Évora*...
*
No regresso a Torres Vedras vou levando algumas imagens de lembrança, para juntar a muitas outras dos mesmos espaços do percurso, da Rua da Lagoa à estação ferroviária de Évora. É o eixo que atravessa a cidade...
(A leitura é de cima para baixo e da esquerda para a direita)

Rua de José Elias Garcia; Troço da Rua de João de Deus

Os Arcos, troço da Rua de João de Deus
Ao fundo, já na parte da Praça do Geraldo

 Praça do Geraldo, vista da Rua de S. João de Deus
Ao fundo, o edifício da agência do Banco de Portugal

 
Praça do Geraldo; edifícios do lado direito, vendo a partir da igreja de Santo Antão




Rua da República
Calçada portuguesa, junto à agência do Banco de Portugal

No lado fronteiro ao alçado lateral da agência do Banco de Portugal, esta placa comemorativa da proclamação da República em Évora

Fim dos arcos, junto à Rua de Miguel Bombarda

Restaurante Guião
Ao fundo, lado direito, parte posterior da igreja de S. Francisco

«Somos o mais antigo Restaurante da cidade de Évora em funcionamento, Com perto de 100 anos existência» (Do facebook do restaurante) Quando criança e jovem por aqui passava, parecia-me um restaurante para ricos. Deve continuar a ser um bom restaurante.


Um pouco mais abaixo, edifício em reabilitação, onde estavam as oficinas da firma Archiminio Caeiro Lda, fundada em 1947 «ligada ao ramo automóvel, que se tornará uma importante empresa do ramo na cidade, com estabelecimentos também em Elvas e em Estremoz»** ; Restaurante Liberalitas Julia, nome romano  da cidade romana de que Évora é filha.

Preços acessíveis

Um pouco mais abaixo, em frente à rampa de entrada na estação rodoviária de A Transportadora Setubalense, de João Cândido Belo, hoje afecta a outra actividade, fonte encastrada na parede do  que foi o Convento de S. Francisco. Desactivada

Palácio Barahona
É o último edifício da Rua da República. Vista, através da grelha do portão. Residência do Dr. Francisco Barahona, foi sede da Companhia de Seguros A Pátria e é actualmente a sede do Tribunal da Relação de Évora

Chegamos ao Rossio, vendo-se a muralha e muro que limitam desta parte o Jardim Público;
Rossio. Ontem houve a feira/mercado das segundas terças-feiras de cada mês. Perguntado um dos feirantes, respondeu que ficaria até às duas e meia, três horas, se houvesse fregueses. As marcas a cal (?) branca são demonstrativas da actividade que ali ocorreu.

Chafariz do Rossio de São Brás


Ermida de São Brás a precisar de restauro no revestimento (reboco e pintura) exterior

Na Avenida Dr. Francisco Barahona

Alquimia Madeirense, restaurante / Bar


Um dos azulejos da estação ferroviária de Évora, de Jorge Colaço (1868-1942), autor entre muitas outras obras, dos azulejos da estação ferroviária de S. Bento, no Porto ***

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https://www.youtube.com/watch?v=RJO5k-t3CQQ (Eu não sei que tenho em Évora, por Dulce Pontes. Há mais interpretações, por Nuno da Câmara Pereira, Manuel Batista, Luís Piçarra, voz lindíssima, com alterações importantes na letra: Moura, por Évora, «Quando chego ao Guadiana», em vez de «Quando chego ao rio Tejo», «terra da minha alma», em vez de «Alentejo da minha alma», embora na repetição da estrofe cante «Alentejo da minha alma». E outras interpretações)
** https://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/3353.pdf («As associações capitalistas eborenses: actores, áreas de negócio e ritmos de formação (1889-1960)», de Paulo Eduardo Guimarães)
*** https://pt.wikipedia.org/wiki/Jorge_Cola%C3%A7o (wikipédia sobre Jorge Colaço)