Outubro de 2016
Em sete de Outubro, p. p., dei por o
PAPAGAIO já não existir. Agora, há a PADARIA TI ODETE.
«Muitos copos de vinho lá bebi.» — diz o
Sr. M., distinto chefe de conceituada oficina de automóveis, em seu tempo.
O reclame vai para sandes de cozido e
sandes de mão de vaca. Sandes de presunto. Prato rápido para almoço. «Há
dobradinha.» «Sopa de grão.» Pão de vária dimensão e formato, bolos e...
bebidas.
Conserva o carácter...
Um papagaio estava pendurado em efígie na
parede da direita de quem entra, já para os lados do balcão. Fio-me no que me
diz um frequentador habitual, que das três ou quatro vezes que lá terei entrado
o bicho de papel não deixou marca gravada no registo consciente. Na parede da
esquerda em bonitas placas de vidro acrílico mantêm-se o preçário impresso a
preto, quase caligrafado, de alto a baixo, os dados administrativos passados
pela Câmara Municipal em 1970 e em 2008 e o logótipo do lugar, nos seus tons
vermelho. verde e azul. Oxalá ali continue a presença amigável e de lembrança
palavrosa. Ele não pode falar, mas falam os clientes por ele.
O tempo tem assistido a mudanças. Em 70
era presidente da Câmara António Teixeira de Figueiredo e gerente do espaço
Júlio Inácio Grazina. Em 2008, presidente, Carlos Manuel Soares Miguel e
responsável pela gestão Vasco Manuel da Silva Santos. Sobre a porta, o número
de polícia também mudou, 57 em 1970 e 11 actualmente.
Do outro lado da rua, onde esteve até há
pouco o laboratório de análises (direcção técnica da Dr.ª Isabel Tinoco),
descobre-se agora o nome de anterior estabelecimento: PADARIA TRIUNFO. A «Ti
Odete» tem ali um cúmplice de todas as horas. «Eu já fui o que tu és agora!» Os
tempos mudam, mas a oferta de pão para todos continua. (1)
A Padaria Ti Odete tem a casa-mãe em A dos
Cunhados.
*
«A outra ermida fica também perto de
Tôrres Vedras, no caminho das termas dos Cucos; teve alpendre, que perdeu
quando se fêz a estrada nova. É ermida muito antiga, feita pela confraria dos
sapateiros de Tôrres, para albergaria de gente pobre. Conserva o seu tipo
primitivo. Em redor de Tôrres havia outras albergarias, antigas, dos séculos
XIII e XIV, construídas por confrarias da vila, com fins piedosos e altruistas
inspirados pelo cristianismo.»
Curiosidade: para o espaço do que foi
sacristia pode entrar-se pela porta à esquerda, logo depois da entrada.
Obs.: Esta mensagem precisa, ainda, de ser
completada, o que espero fazer em breve. Ver abaixo espólio da antiga ermida no
Museu Municipal de Leonel Trindade. Uma das pedras da frontaria, que Gabriel
Pereira reproduz em desenho que aqui deixo, existe em depósito no mesmo
museu.
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(Gabriel Pereira, em Estudos
Diversos, Coimbra, Imprensa da Universidade, 1934, p. 403. «ALPENDRES»,
artigo de três páginas, foi publicado inicialmente em Arquitectura
Portuguesa, 1909. «A outra ermida» referida no extracto supra é a da
Senhora do Ameal.)
*
Curiosidade 2: fotografias da fachada e
do interior podem ver-se, clicando na hiperligação infra. «Sítio acolhedor, comida caseira e
fantástica, bom atendimento e bom ambiente, antiga tasca portuguesa recuperada
modernamente junto ao campo de futebol e clinica soerad.» – comentário de 2005.
Ao proprietário do sítio, agradecemos.
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(1) Entretanto, as
letras em relevo -- PADARIA TRIUNFO -- desapareceram de vez. Não se encontram
mais, debaixo do nome do novo estabelecimento que ali tomou o lugar.
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13-03-2014, 19:.59
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14-10-2016, 07:10
Do livro Estudos Dispersos, de Gabriel Pereira,
ilustrando o seu artigo «Alpendres» (páginas 400-403),
dado à estampa primeiramente em Arquitectura Portuguesa, 1909.
11-10-2016
Onde estará a cabeça do santo?
11-10-2016
24-04-2014
11-10-2016
11-10-2016
11-10-2016
10-10-2016
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https://www.zomato.com/es/grande-lisboa/snack-bar-o-papagaio-torres-vedras-centro-lisboa/photos#tabtop (cinco fotos –
exterior e interior, antes da mudança de gerência)
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