quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Posto da PVT -- Polícia de Viação e Trânsito

Por ocasião das últimas eleições autárquicas, domingo, 29 de Setembro, soube que no antigo posto da Polícia de Viação e Trânsito, ao Choupal, tinha funcionado uma secção de voto. Não é raro passar por lá e isso mais uma vez aconteceu. Achei-o todo arranjado, pintadinho. Disseram-me que tinha dois compartimentos, para algum espanto meu, e as pessoas ali acorreram a cumprir o seu dever cívico. Do lado de fora, a balança para fiscalizar a carga dos veículos de transporte de mercadorias.
O posto da PVT* esteve, primeiro, no Largo da Graça e, depois de desafecto dos fins para que foi construído, serviu como Posto de Turismo. É curioso como o posto, visto de frente para as três janelas, pode lembrar a cabeça de um agente da autoridade, com um boné de pala.
Vejamos algumas imagens. 
* A Polícia de Viação e Trânsito foi extinta, pelo governo de Maecelo Caetano, sendo as suas funções atribuídas à Guarda Nacional Republicana.



2006

 18-2-2013, 08:22

 A balança

 Ao fundo, a Ermida de Nossa Senhora do Ameal

Uma das entradas na cidade; o Choupal.

 2013, 9 de Outubro




***
     Vejamos, agora, imagens de postos da PVT, de outras zonas do país. No fim, indicamos os blogues de onde foram tiradas, agradecendo aos respectivos autores ou proprietários do copyright. Estes blogues merecem uma consulta, pois têm informação interessante. Quero anotar também a referência ao posto de Torres Vedras, feita no blogue «actividadesenior...», da AUTITV. 

Onde?

 Loures

 Loures

 Loures, 2007. Demolido pouco tempo depois destas imagens.

 Sacavém. O marketing obriga; puseram-lhe uma espécie de toucado.

Lisboa, Portas de Benfica
«A parte inicial da E.N.6 correspondia, no plano de 45, à circular exterior de Lisboa, vulgo Estrada Militar, de Moscavide a Algés.» (Do blogue gasolim...)

Abrantes

 Alpalhão

Casais Novos, Penafiel

http://actividadesenior.blogspot.pt/2012/01/memorias-de-torres-vedrascontinuacao.html
http://gasolim.blogs.sapo.pt/2007/12/?page=2
http://antes_e_agora.blogs.sapo.pt/1873.html
http://estradanacional2chavesfaro.blogspot.pt/
http://entretejodiana.blogs.sapo.pt/2010/09/
http://doaltodosameiro.blogspot.pt/2012/06/os-quiosques.html

terça-feira, 29 de outubro de 2013

A Rua da Cerca e a do Correio agregaram-se...

... mas já não foi agora, só que apenas hoje reparei. Ambas respondem ao nome Rua 1.º de Dezembro. Conhecia esta rua, mas apesar de andar atento aos nomes antigos, que muitas vezes prefiro, esta «Antiga Rua do Correio» escapou-me.




     A 1.º de Dezembro nasce na Avenida 5 de Outubro e vai paulatinamente, porque nela apetece andar devagar, bem calcetada e com variados estabelecimentos, pedonal, até à Gago Coutinho/Tenente Valadim, a mirar para S. Pedro. Descemos as escadinhas, atravessamos a Avenida Tenente-Coronel João Luís de Moura e leva-nos até à Cândido dos Reis. Neste segmento, a 1.º de Dezembro veste o fato de trabalho, mais popular.

Toponímia e intervenção artística

         




            Bingo!
Há pouco tempo falámos neste assunto («receituário em jeito de toponímia») e lá estava um pouco tímida a possibilidade de se «desmontar a exposição», parecendo, então, o material de cerâmica e, portanto, relativamente dispendioso o possível arranque. Hoje, verifiquei que esta intervenção artística foi planeada para se autodestruir, não dentro de cinco minutos, como nos episódios da série televisiva MISSÃO IMPOSSÍVEL, mas em cinco dias ou cinco semanas, o que vai dar ao mesmo.
A placa começa a arquear, descolar, e sendo de gesso ou peladur, cederá à acção do tempo. Em PARA CONHECER UM AMIGO, nota-se o início de bolhas no vidrado.
A este modelo, não tenho nada a opor. Em termos de facebook, poria um «gosto». Para comentário serve o que fica escrito, acima.
*
Acrscentado em 27 Nov. 2013: Ontem ou anteontem, verifiquei que as placas adventícias desapareceram. Terminou o ciclo de intervenção artística. 

domingo, 27 de outubro de 2013

Acolhimento ao Patriarca de Lisboa na sua terra e Missa em honra de São Gonçalo

           Às 15 h. e 30 min. estava prevista a chegada do Patriarca de Lisboa à igreja da Graça. As pessoas que o foram receber, naturalmente satisfeitas e orgulhosas com a visita de um filho da terra (e ele, também, satisfeito por os encontrar), encheram a igreja e algumas puderam assistir ao que se passou dentro do templo, em dois ecrãs de televisão montados no exterior.
 
A Banda dos Bombeiros Voluntários de Torres Vedras aguardava. Logo a seguir, uma formação de bombeiros em farda de gala e com alguns instrumentos próprios do seu ofício. A visão dos instrumentos musicais sempre fascina e é reconfortante ver a gente nova presente, incluindo raparigas, como aquelas duas que seguravam e tocavam grandes trompas, com suas campânulas cor do ouro ou cor de sol. Chega a comitiva e perante D. Manuel Clemente, no passeio, de costas para a igreja que tão bem conhece, a banda toca. Chega o tempo de seguir em despedida e desfile, perante o visitante e comitiva, sempre tocando e virando à direita, para a Rua Santos Bernardes. A formação de bombeiros atrás. Dia de festa. Dia de São Gonçalo, padroeiro da cidade e do concelho.
 
O acolhimento a D. Manuel Clemente
            A cerimónia foi muito interessante, acompanhada de música clássica religiosa apropriada ao momento interpretada por um pequeno conjunto de câmara — dois violinos (pareceu-me) e uma flauta transversal. Foram projectadas imagens ilustrativas dos vários momentos da vida do patriarca.
Eduardo Frutuoso apresentou o percurso de vida de Dom Manuel, do nascimento até ao presente. De outra geração, mais jovem, Carlos Marques centrou-se na pessoa de Manuel Clemente, que o baptizou, e começou a conhecer, como um padre entre outros. Salientou as qualidades que lhe reconhece, sem pretender dar graxa — as palavras são minhas, mas penso não fugir ao que ele disse —, mostrando o pedido ou o convite a que se mantenha igual a si mesmo, na simplicidade e contacto fácil com as pessoas; não se deixe envolver por uma corte.
Pequeno intervalo.
A missa em Honra de São Gonçalo
Entrada solene na igreja para a Eucaristia. Ladeavam o nosso bispo de Lisboa, os padres do concelho de Torres Vedras, um representante da Vigararia-Geral da diocese do Porto e outro, da Vigararia-Geral da diocese de Lisboa. E diáconos, pelo menos, o Dr. Cruz. A música também teve papel importante durante a missa. Susana Félix, uma jovem senhora de Torres Vedras, cantou belissimamente.
Dom Manuel teve também ocasião de falar de si, o que fez da maneira habitual, com clareza, referindo a catequese, nos bancos da igreja da Graça, junto às capelas ou no espaço então disponível do claustro. Olhos bem abertos (de admiração, em todo o sentido) para o que ia ouvindo, passe a contradição. A figura do Padre Sousa é evocada, ao falar na confissão (primeira comunhão) e conta sobre palavras que o, então, pároco  lhe confiou: «Há uma coisa que ainda não vos disse» (mais ou menos assim) — e ficou de o revelar um dia, mais tarde. A memória atraiçoa-me, pois não estava com a intenção de registar nada.
A responsabilidade; perante si mesmo e os outros. Esta ideia ficou-me como sendo importante e um sustentáculo na estruturação e guia do homem de igreja e, portanto, do mundo, que Manuel Clemente quis ser. E não me lembro já bem, mas associo esta importante ideia, porque vivida, a palavras do Padre Sousa, que, como oriundo de outras terras, não cheguei a conhecer.
*
Entre os compositores, cuja música ouvimos, contaram-se Bach, Haendel e Vivaldi. Pode haver quem se canse…, é difícil criar hábitos. Mas às  pessoas deve dar-se o melhor. E foi dado.

Merendas do Acordeão -- A Brasileira

     Hoje, n'A Brasileira de Torres, a partir das 17 h 30 min., uma «merenda do acordeão» --integrada no Festival Internacional de Acordeão de Torres Vedras World Accordion Festival, 26 Out - 11 Nov. 2013 --, aconteceu  a actuação do muito jovem acordeonista
Francisco Maia.
     Desenvolveu o seu repertório, perante uma assistência interessada, dentro e fora do café, pois à entrada conversava-se e ouvia-se, não faltando peças, tantas vezes executadas por terem caído no gosto popular, como alguns corridinhos. Um amigo, conhecedor de música e também tocador de acordeão, ia fazendo observações a propósito.


 Francisco Maia, animando uma «merenda do acordeão»
n'A BRASILEIRA DE TORRES

Hoje, à hora da merenda.


*

     Imperdível, em 8 Nov., sexta-feira, às 17 h 30 min., na Casa Avó Gama, Catarina Brilha e José Cláudio, com a participação de
Eugénia Lima

intérprete maior do acordeão em Portugal. Um pouco mais tarde, no Teatro-Cine de Torres Vedras, o programa é este:



21:30


ACORDEÕES DO MUNDO


JOÃO BARRADAS TRIO (Portugal)


Convidada Especial: Eugénia Lima

     Faça como eu, que nunca a vi ao vivo, e vá à Casa Avó Gama. Jante e desloque-se ao teatro-cine. Tem de se pagar, mas dá-se um jeito.

     Eugénia Lima tocou e encantou gerações de portugueses. A alma dos povos vai-se construindo e recriando. Eugénia Lima entrou na alma do povo português.
     (Texto um pouco acrescentado, em 28 Out. 2013.)
http://acordeoesdomundo.com/programa/merendas/

Agatha Christie

     5.ª-feira, 24 de Outubro,
foi uma «Quinta com Livros», a partir das 19 horas, na sala multimédia da Biblioteca Municipal. A sessão decorreu de forma descontraída, tendo algumas pessoas mostrado um conhecimento já antigo e bem saboreado, chegando à intimidade da criadora de personagens como Poirot e  miss Marble. A intimidade possível, tanto mais que na sua vida e do que dela quis mostrar terá Agatha Christie usado da sua capacidade (grande) de efabulação e orquestração. Intimidade com a autora e a sua maneira de construir as obras e com as personagens principais. 

     Como, tirando episódios ou filmes na televisão, só conheço O Assassinato de Roger Ackroyd, que ali nos reuniu e de que compartilhámos as impressões de leitura, só «vivo» deste livro, mas devo confessar que fiquei perfeitamente rendido à maestria da velha senhora. O rigor lógico que se vai tecendo e é culminante, quando Poirot chama os suspeitos à «sala de exame», o sistema sempre usado quando o desfecho está perto, é um jogo que delicia quem o observa. Poirot é ela. Vamos assistindo, fruindo, vamo-nos entretendo e procurando descobrir o suspeito. Penso que em vão. Neste caso, então...

     Deixando de lado  Poirot/Agatha, de quem gosto sempre, gostei muito dos dois irmãos, a Caroline e o mano médico, Dr. Sheppard. Mais velha que ele oito anos e vivendo na mesma casa, sem uma ocupação profisional, Caroline sabe tudo das pessoas de King's Abbot e exerce a sua actividade inquisitiva com tal arte e gosto... Obtém um conhecimento invejável, porque compensa com o somatório provindo de várias fontes, o que não pode obter por experiência directa. Mesmo do irmão, vai conseguindo saber o dito e o não dito, o que lhe quer dizer e o que quer ocultar. Uma perfeita psicóloga, indo além do consciente ou do que se manifesta, sem as pessoas terem consciência disso. 

     Concluindo: Caroline é a minha preferida. A seguir, gosto do assassino, como já disse, pois é nem mais nem menos que o Dr. Sheppard, de quem toda a gente gostava e nos cativa, por tudo o que vai fazendo e dizendo, amigo íntimo do assassinado... O efeito, no fim, é máximo. Como podíamos nós descobrir? Agatha entregou-lhe o papel de narrador e ele vai contando a história e ajuda nas investigações. 

sábado, 26 de outubro de 2013

Lisboa - Turcifal - Lisboa, 1947

     Num dos restaurantes cá do burgo (Torres Vedras), em zona de grande movimento e central, mas não se dá por ele -- e está bem à vista --, encontrei este calendário, feito em 2011. Pede meças aos da Michelin, que são ou foram frequentes nas oficinas de automóveis e outros lugares afins. Penso que nunca fotografei nenhum desses calendários e aqui apresento este, o que diz do meu interesse por esta «antiguidade». É verdade, também, que gosto muito do Turcifal.

     Estas «camionetes» levam-me aos tempos dos Capuchos, a empresa que servia Montargil e Ponte de Sor e que ainda conheci. Foi comprada pel'A Transportadora Setubalense, de João Cândido Belo. E passou-se do prateado ao verde, cor da nova transportadora. Pesquisando na internet, não encontrei nada sobre os Capuchos.

     Obrigado aos senhores do restaurante que me atenderam, pois foram de muita simpatia.





domingo, 20 de outubro de 2013

Da Rua da Bica à Casa da Moeda


      Transcrevo do blogue de APS, 31-X-2009*, que foi o mote para esta ilustração fotográfica, sendo a primeira foto vista ali pela primeira vez:

      Diz-nos NORBERTO DE ARAÚJO nas suas «PEREGRINAÇÕES EM LISBOA» livro XIII, página 65: «Este prédio, de fachada restaurada, no número 182, defronte da antiga casa da moeda, tem uma lápide de pedra que diz a sua idade «1707». (...) esse gracioso nicho, com a forma de baldaquino vasio, em lavra Manuelina, no cunhal do prédio da esquina Oriental da CALÇADA (escadinhas) DA BICA GRANDE». Uma das entradas para o «BAIRRO DA BICA».
      * Ver em ARQUIVO DO BLOGUE o mês de Outubro ou clique em «pesquisar neste blogue», escrevendo «Rua da Bica de Duarte Belo [III]». Depois, clicar na primeira mensagem, ao alto, assim intitulada.


 Fotografia (194-) de Eduardo Portugal, fotógrafo, 1900-1958.
Arquivo da CML. 






Do outro lado da rua

Casa da Moeda - Rua de São Paulo 1891

O mesmo edifício, hoje.

          Retirado do sítio da Imprensa Nacional-Casa da Moeda, retiramos o que segue:
Em meados do século XVI terá sido transferida um pouco mais para ocidente e funcionaria na Rua da Calcetaria, não longe do Paço da Ribeira, onde permaneceu até 1720.
Nessa data, mais precisamente em 12 de setembro, foi transferida para a Rua de São Paulo, conforme se lê numa «lembrança» registada a fls. 253 v do livro 2º do Registo Geral, que informa que nessa data «se fes mudança da fabrica e mais materiaes e o cofre da Caza da Moeda desta cidade de Lisboa a qual estava situada em a rua da Calsetaria pª o chão em q. estava situada a Junta do Comercio Geral, em o qual chão se adeficou noua Caza da Moeda.».
Aí permaneceu até 1941, quando mudou para o novo edifício projetado pelo Arqº Jorge Segurado, onde ainda hoje se encontra.
(Para ver a página completa: https://www.incm.pt/portal. Clique em CONHEÇA A INCM e, depois, seleccione «História».) 

sábado, 19 de outubro de 2013

CONHECER LISBOA — A BICA


19 de Setembro e 2 de Outubro de 2013

Há uma Lisboa a conhecer: o Miradouro da Graça, a Rua da Bica, o  percurso do eléctrico 28… O que já conhecemos e o que não conhecemos. O que conhecemos, conhecer melhor. No passado dia 19 de Setembro, percorri a Rua da Bica de Duarte Belo, à hora do almoço, e entrei na Casa Liège. Ambiente simples, descontraído; é-se bem servido.

A casa de costura, Atelier D. Bia, o bar Belo Di-nós (Cabo Verde), o Grupo Excursionista VAI TU (Beneficência, Cultura, Recreio), Restaurante Alto Minho, um minimercado e mais…
Interessantes as artérias transversais, terminando em cota mais elevada, de ambos os lados, por exemplo, a Travessa do Cabral, a Travessa do Sequeiro, a da Laranjeira… No último troço, a via leva a designação de Calçada da Bica Pequena e tem uma inclinação bastante acentuada. O percurso, para quem o faça a pé e poupe os 3,60€ do bilhete (ida e volta), por ter uma inclinação média menor, pode parecer menos extenso que o dos outros dois ascensores da capital — da Glória e do Lavra, mas mede 283 metros (inclinação de 11,8%), contra os 265 m. do da Glória (desnível superior a 17%) e os 188m. do do Lavra (inclinação média de 22,9%!).

O Largo de Santo Antoninho é outro elemento que se impõe imediatamente, não pela força, mas pela graça. O Largo é todo o espaço, independentemente do desnível entre a parte de baixo e a de cima e de parte dele ser tecnicamente o arranque da Rua dos Cordoeiros e a Calçada da Bica Pequena o atravessar quase clandestinamente, para seguir pelas escadinhas até à Rua de S Paulo. Não podia faltar um largo à aldeia da Bica e ele aparece no fim da descida, onde começa o pequeno «túnel» que leva à zona de chegada: é o Largo de Santo Antoninho, cujo nome já diz da pacatez, do carácter de ali ser só ali, perto de tudo. Basta descer por duas das suas quatro saídas, uma ou outra, e desaguamos na Rua de S. Paulo. Da importância desta falam as imagens. Se imaginarmos um pouco, do outro lado da rua, olhando de frente para o edifício do ASCENSOR DA BICA, vemos naqueles dizeres um ar de festa e um convite: entrem! É a porta de entrada na aldeia da Bica.

     Depois da segunda visita à Rua da Bica de Duarte Belo, prolongada na Calçada da Bica Pequena, concluo que faz um todo com as travessas que dela saem, a Rua dos Cordoeiros e a Calçada da Bica Grande, constituindo um bairro. Desta Calçada da Bica Grande só trago um breve contacto, quase ao de leve. E, afinal, tão importante é, como se pode ver pelas sugestões de leitura, abaixo indicadas, a que fui conduzido pela necessidade de esclarecer dúvidas e obter informações. Há ali farto alimento, para saciar e deixar admirado qualquer leitor.

     Especificando: «páginas incompletas» é uma delícia; em «ler.letras», um trabalho teórico de fôlego, em que a qualidade da expressão acompanha o saber, Maria da Graça Índias Cordeiro escreve sobre o Bairro da Bica; e de uma maneira alegre e informal em «viverlisboa» diz-nos do seu conhecimento e amizade com gente da festa, do arraial do Beco dos Arciprestes (na Calçada da Bica Grande): «Este ano voltei à Bica como quem volta a casa.»; em «ruasdelisboacomhistria», APS dá farto alimento a quem procurar saber a história da povoação desta zona, desde o século XVI, e dirá, entre muitas outras coisas, a razão de ser das expressões bica grande e bica pequena, citando Norberto de Araújo, que fala do tanque quinhentista ainda existente no «pátio do Broas»; em «sagres.pt», Isabel Solano, num tom alegre e de convivialidade com a gente da festa, como Graça Índias, brinda-nos com vinte e duas mensagens, de 1 a 24 de Junho do corrente ano, num perfeito e completo painel das vivências e ciências das gentes e coisas da Bica de cá e da Bica de lá. 

     Voltaremos.
(Se quiser, clicar nas fotografias, para ver em ecrã inteiro.)


I
Do Largo do Calhariz ao Largo de Santo Antoninho







Restaurante Casa Liège. Estava deliciosa a sopa de agrião.



Janela da papelaria que se vê na foto anterior.

Interessante portal em arco de volta perfeita

Espreitando para dentro do portal da foto anterior.

Restaurante Alto Minho





Em frente, a Travessa do Sequeiro.

Ao fundo, o edifício da Caixa Geral de Depósitos, no Largo do Calhariz. À direita, a Travessa da Laranjeira.



Quem olhar, de relance, vê as senhoras a trabalhar.


Canudos de telha


O bar apropriou parte do nome da rua. É mesmo deles e delas.

A sala desta associação é ampla.



Dos santos populares, Santo António tem o lugar primeiro.


Minimercado


















II
Do Largo de Santo Antoninho à Rua de S. Paulo









Calçada da Bica Pequena.




Travessa da Bica Grande


Calçada da Bica Grande






Rua de S. Paulo

ISCAD -- edifício do Instituto Superior de Ciências da Administração.

O mesmo edifício da foto anterior, visto no sentido de Belém.




Calçada da Bica Pequena




          Referências:
Livro
Maria da Graça Índias Cordeiro, Um lugar na Cidade: quotidiano, memória e representação no Bairro da Bica, Lisboa, Publicações Dom Quixote, 1977, colecção Portugal de Perto.
Internet:


     
III
Na gare do ascensor da Bica





     
          Lê-se com proveito -- http://pt.wikipedia.org/wiki/Elevador_da_Bica

*
IV
Do que mais gostei...

     Do que mais gostei, das páginas consultadas, com a devida vénia ao autor (josé luís), por o copiar aqui para que todos o gozem, as estrofes sobre a Calçada da Bica Pequena (as escadinhas). É um poema de amor. Lindo!!! Clicando em «fotos incompletas», descobrirá  o poema e duas belíssimas fotografias a preto e branco, luz do fim de tarde e luz da noite... É a mesma fotografia, com dois tratamentos de luz diferentes. Mas o blogue é muito rico.




                          calçada da bica pequena


é sempre ao subir lentamente esta calçada da bica pequena
que me ocorre que a cada pedra pisada as paredes se juntam,
um dia destes deixa de haver calçada, apenas dois muros unidos.

e quando ao descer apressado esta calçada da bica pequena
me lembro que não sou quem antevejo no fim dos degraus
desagua em mim, como a dor de um rio na tristeza da foz,
o remorso de não ter evitado pisar as pedras que tanto amo.

é sempre assim, ao passar por mim nesta calçada da bica pequena
nunca me esqueço que sou estas pedras e as paredes que se unem
e também sou quem passa e até um candeeiro quando a noite cai.