domingo, 25 de julho de 2021

Igreja de São João Evangelista (Igreja do Colégio dos Jesuítas do Funchal)

28 de Julho de 2020                                                                                                              16 de 19

Tarde

Depois de almoçar no restaurante anexo ao Museu de Arte Sacra, na Praça do Município, visitei a igreja de São João Evangelista, que foi a Igreja do Colégio dos Jesuítas. Uma história do edifício, sucessivas transformações e usos, é contada por Rui Carita, (ver primeiro linque, abaixo), incluindo a saída dos sacerdotes.

«A prisão dos padres da Companhia na Madeira foi toda preparada em Lisboa (…)», «a 29 de maio de 1759, as instalações do colégio eram cercadas por forças militares às ordens do governador, perante a surpresa geral. Os padres ficariam presos no seu próprio colégio ao longo de quase um ano, só embarcando para Lisboa a 16 de julho de 1760».

Foi uma visita rápida e o transepto não fica aqui registado em imagens. Sirva o que segue de pequeno álbum.

A nave central e a capela-mor impressionam pela sua beleza.


A igreja e a praça de táxis

 

Ao centro, chafariz

Museu de Arte Sacra
(Antigo Paço Episcopal)

Ao fundo, edifício da Câmara Municipal

Chama da floresta 
(Género spathodea, espécie spathodea campanulata P. Beauv.)







História da igreja, planta e informação sobre recheio artístico
Para complemento desta imagem pode ver-se a sua desagregação em recortes, para melhor leitura, aqui: https://novoestaleiro.blogspot.com/2021/07/igreja-de-s-joao-evangelista-igreja-do.html







Nossa Senhora da Conceição



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sexta-feira, 23 de julho de 2021

Golden Gate

 28 de Julho de 2020                                                                                                                      15 de 19

Manhã

Deixada a sé, segui por esta zona privilegiada (sente-se o mar, perto), avenida Arriaga como lhe chamam, até na pedra da placa toponímica. Já teve outros nomes, mas mais mudanças não consentirá nesta intimidade de trato. Com todo o respeito, os madeirenses tratam Manuel de Arriaga por tu. Nesta zona, com a Avenida João Gonçalves Zarco, há vários edifícios com departamentos do governo regional, a Caixa Geral de Depósitos, Banco de Portugal e a estátua de um dos descobridores das ilhas. Talvez o mais destacado, parecendo haver uma certa primazia perante o Infante D. Henrique e na importância da capitania de que recebeu o encargo: Funchal e seus termos. Importância que sempre teve ou que veio a ter...

E dou com o Golden Gate, Golden Gate Grand Café. Voltei, ainda, à sé, para tentar fotografar o Políptico da Capela-Mor. 

O Golden Date foi fundado em 1841. Tem uma longa história. «Esquina do mundo» lhe chamou Ferreira de Castro; lugar de encontro, de passagem de gente de «desvairadas partes». Foi devolvido «aos madeirenses e ao mundo» em Dezembro de 2016.


Entrei. Um ou outro cliente, o movimento maior é na esplanada...,  

Outra vez cá fora, detenho-me a olhar para a estátua de Zarco, no cruzamento das avenidas já referidas. A de Tristão prolonga-se até à Avenida do Mar. Deste lado, o Golden Gate tem, também uma pequena esplanada.

João Gonçalves Zarco e Tristão Vaz Teixeira chegaram a Porto Santo em 1418.  No ano seguinte, os mesmos e Bartolomeu Perestrelo, passando por Porto Santo, seguem, depois, para a ilha da Madeira. Bartolomeu Perestrelo regressou ao Reino. Depois de uma fase inicial de povoamento, o Infante D. Henrique doa em data que se desconhece a capitania do «Funchal e seus termos» a João Gonçalves Zarco e,  por carta de 8 de Maio de 1440, doa «a capitania de parte da ilha da Madeira, desde além do rio do Caniço até à ponta de Tristão, a Tristão, cavaleiro de sua casa, e a seus descendentes primogénitos para sempre» (Sumário de A. J. Dias Dinis ao volume VII de Monumenta Henricina, Coimbra, 1965). Esta mesma capitania é doada pelo Infante em carta de 1 de Novembro de 1450 a João Gonçalves Zarco (Ver Descobrimentos Portugueses / Documentos para a sua história publicados e prefaciados por João Baptista da Silva Marques (...), Edição do Instituto para a Alta Cultura, Vol. I, Lisboa, 1944).

«E disse-nos o dito infante meu tio que esguardando ele como João Gonçalves Zargo cavaleiro de sua casa fora o primeiro homem que per seu mandado fora povorar as ditas ilhas» (da confirmação régia, em 25 de Novembro de 1451, da doação de 1 de Novembro de 1450, com restrição no que respeita a crimes de morte ou de mutilação, em Descobrimentos Portugueses...Actualização ortográfica).

Em Machico pode apreciar-se o menos grandioso, mas sugestivo monumento  a Tristão Vaz Teixeira.


Fotografia tirada da Sé
Em frente, a Avenida Arriaga

GOLDEN GATE







«O Golden Gate Grand Café foi adquirido pelo empresário Madeirense Exmo. Senhor João Dionísio de Sousa, no dia 22 de Novembro de 2016 e escriturado no dia 28 de Dezembro de 2016.» (...) Agradecimentos a três entidades. «Devolvemos assim o emblemático Golden Gate aos madeirenses e ao mundo»

João Gonçalves Zarco
Onde as avenidas Arriaga e Zarco se encontram


Zarco, olhando o mar
A Avenida Zarco chega até à Avenida do Mar



Entremos








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O Golden Gate Grand Café no passado
entre 1937 e 1939

Com a devida vénia ao Museu de Fotografia da Madeira / Atelier Vicente's
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terça-feira, 20 de julho de 2021

Sé do Funchal

  28 de Julho de 2020                                                                                                                           14 de 19  

O dia começou cedo. Primeiro, era preciso conviver um pouco com a sé (e pouco foi), fazer algumas fotografias, com as restrições naturais num lugar de culto, com crentes. Antes disso, fomos premiados com vários pinheiros de Damara perto da cabeceira da sé e uma ficha aplicada num deles. Não havia já dúvida sobre a designação que colhi no dia anterior.

Interessava sobretudo o políptico da capela-mor da sé. «As pinturas do retábulo cujo autor se desconhece, mas que várias hipóteses apontam para as oficinas do mestre da Lourinhã, devem ser lidas numa sequência horizontal» (1), de cima para baixo.

Decorrem as obras de conservação e restauro dos tectos mudéjares da sé.

(1) Ver primeiro linque, abaixo, texto do cónego Vítor Gomes, aproveitado na legenda da imagem da padroeira.














As três séries de pinturas
1.ª - A Páscoa de Jesus
2.ª .- Acontecimentos da vida de Nossa Senhora
3.ª - Sob o signo da Eucaristia
  • No Horto das Oliveiras; No Caminho do Calvário; No Alto da Cruz; Cristo Ressuscitado
  • Anunciação do Anjo; Nascimento de Jesus; Pentecostes com a presença de Maria no Cenáculo; Assunção ao Céu
  • O Sacrifício de Abraão diante de Melquisedec; A Última Ceia; Celebração da Missa segundo o Rito Gregoriano; Maná no Deserto

Nossa Senhora da Assunção







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https://www.wook.pt/ebook/diocese-do-funchal-a-primeira-diocese-global-vol-2-joao-paulo-oliveira-e-costa/21716568 [Acrescentado em 7 de Agosto de 2021: Neste volume, o trabalho de 35 páginas, de Vítor Serrão, aqui«A Diocese do Funchal na História da Arte em Portugal: a pintura quinhentista», sobre o políptico da capela-mor da sé e, ainda, de Fernão Gomes,  «Ascensão de Cristo. Painel do antigo retábulo do altar de Jesus na Sé do Funchal, c. 1590. Funchal, Museu de Arte Sacra»].