VISITA A BEJA, 26 de Setembro de 2008, sexta-feira
Eu e a Isabel fomos a Beja, às LETRAS ANDARILHAS, evento que dura três ou
quatro dias. Partimos pelas catorze horas e chegámos pelas 16 h 20 min.
Na zona da Biblioteca — Biblioteca José Saramago — fui tirando umas
fotografias: perto estão a Casa da Cultura e o Liceu de Diogo de
Gouveia, agora Escola Secundária Diogo Gouveia. A Casa da Cultura assemelha-se
(arbitrariamente) a um matadouro, ou praça de touros ou depósitos de vinho.
Parece que tiveram medo de fazer belo ou clássico.
Às seis horas assistimos a uma sessão de ilusionismo/magia: o público era
maioritariamente de crianças — e pais, educadoras, nós…
Tirei mais algumas fotografias, com luz crepuscular, muito diferente da
de horas antes; provocou um reflexo na calçada da rua do Luís da Rocha, como se
o pavimento estivesse molhado. Não é preciso nós regularmos a luz, o dia vai
mudando.
Jantámos, um pouco à sorte, no Saiote, por graça, exactamente o mesmo
restaurante onde uma vez almoçámos, quando cruzámos todo o Alentejo em
canícula, vindos do Algarve, há uns anos.
De noite, a Isabel foi à frente, até ao castelo; atrasei-me a tirar
fotografias e fui perguntando como lá se chegava. Pátio do Lidador. Deste
magnífico pátio, em que houve actividades, fomos em procissão, com velas, por
ruas e prédios muito belos até ao largo do convento da Conceição, onde houve
música, dança, falas… A seguir fomos para o Núcleo Museológico da Rua do
Sembrano. O espaçoso recinto tem um grande painel com pintura em azulejo; aí também
houve animação, com uma senhora brasileira que vive em Lisboa e ama Beja, ainda
nova, a ajudar pontualmente, mas sempre presente. O piso é de vidro, permitindo
ver-se muralhas, um poço, enfim, restos de tempos muito antigos.
A noite para nós terminou, pela uma da madrugada, numa sala de
espectáculos no edifício da Biblioteca, ocupando um piso térreo ou cave, de
acesso directo ao exterior. Aí decorreu uma representação teatral com dois
amadores, homens, a fazerem o papel de duas amigas idosas. A vida de duas
senhoras velhas e do mundo à volta delas.
Houve distribuição de sopa junto às tendas de livros e dali iam as
pessoas ainda para a Biblioteca. Mas para nós, que íamos para Évora, foi o fim
de um belo dia numa bela cidade. Um belo dia oferecido pelos(as)
organizadores(as) e todos os que ajudaram para que o que se passou fosse
possível. Numa bela cidade, oferecida por muitas e muitas gerações de
antepassados e que devemos querer oferecer se possível ainda mais cuidada, a
nós quotidianamente e aos que depois de nós vierem.
***
Em 27 de Fevereiro de 2023, acrescento, no espaço ao ar livre de minifeira associada às Letras Andarilhas, o encontro surpresa com a tenda de O Livro do Dia, livraria e editora que foi de Torres Vedras. Ali estavam os jovens Luís Filipe Cristóvão e uma sua colaboradora.
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