A poesia, dita pelo autor, fica entre a música indicativa do programa. Demora apenas um minuto e cinco segundos. Parece muito mais tempo.
*
A vida breve
Primeira
Emissão: 11 Dez 2013
Duração: 03m
Classificação:
Programa diário de poesia dita pelos seus autores,
acrescentando património raro e valioso ao arquivo da rádio.Duração: 03m
Classificação:
*
http://www.rtp.pt/play/p1109/e137439/a-vida-breve*
Poema de Amor
O céu, as linhas de
luz na água,
caminhos diferentes para o coração.
A queda de sons diversos na atenta coincidência
dos ouvidos. A relação de uma límpida tarde
com um movimento de ombros junto do teu corpo,
na luminosa sequência da tua voz.
Um andar divino de transparente espectro
sobre o fundo de árvores;
o acentuar da impressão dos teus olhos
na quente atmosfera estagnada.
Mas o súbito levantar do vento dissipou
a primitiva aparência. Um canto lívido
de mortas recordações apenas subsistiu,
o indefinido desgosto dos teus braços,
o remorso de gestos incompletos
que a memória suspende.
Nem me espanto já com a tua proximidade.
Bem vindos, decompostos lábios!
O ranger da cama sobrepõe-se
ao ruído das cigarras.
Nuno Júdice, in Nos Braços da Exígua Luz
caminhos diferentes para o coração.
A queda de sons diversos na atenta coincidência
dos ouvidos. A relação de uma límpida tarde
com um movimento de ombros junto do teu corpo,
na luminosa sequência da tua voz.
Um andar divino de transparente espectro
sobre o fundo de árvores;
o acentuar da impressão dos teus olhos
na quente atmosfera estagnada.
Mas o súbito levantar do vento dissipou
a primitiva aparência. Um canto lívido
de mortas recordações apenas subsistiu,
o indefinido desgosto dos teus braços,
o remorso de gestos incompletos
que a memória suspende.
Nem me espanto já com a tua proximidade.
Bem vindos, decompostos lábios!
O ranger da cama sobrepõe-se
ao ruído das cigarras.
Nuno Júdice, in Nos Braços da Exígua Luz
(Tirado da internet.)
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