Do pouco que conheço de Miguel Real, tenho a dizer o melhor. Falta-me ler um livro dele.
Formei a ideia, colhida algures, de que o Memorial do Convento era demasiado difícil, para alunos com a idade dos do 12.º ano. Associo-o a Agustina e à escolha de A Sibila para os alunos do mesmo ano de escolaridade. Já nem sei se a prevenção que tenho tido, gerada na leitura de críticos, se aplica só a um ou aos dois.
Vou ler o Memorial..., de que desisti da leitura, ao fim de um terço do livro, na altura em que saiu, e A Sibila.
Agora, vem Miguel Real defender o Memorial... como muito bom, em si mesmo e para alunos do 12.ª ano, em particular. Fica-me a impressão -- ou prevenção -- de que se tem de ir demasiado até ao aluno, naquele sentido de desvalorizar um pouco as suas capacidades de desbravar, de não se o obrigar a ir mais além. Mas fala quem tem de os ensinar, de conviver com eles (partilhar vida com eles), de aprender com eles. Este meu argumento contradiz o que digo acima da ideia de O Memorial não ser adequado para leitura obrigatória nas escolas secundárias. Mas, se tudo é feito de contradição, também o pensamento o é. Aquele dito «-- Me contradigo? -- Pues, me contradigo.» obriga a pensar que mais vale alguns erros pelo caminho, em vez de ficar preso e congelado, amarrado a posições demasiado perfeitas.
Miguel Real escreve, também sobre OAMRR, sigla por ele usada, para O Ano da Morte de Ricardo Reis, de José Saramago, livro que li e apreciei.
O que tenho de fazer é simples. Pegar no Memorial do Convento e n'A Sibila e lê-los.
O artigo de Miguel Real, no Público on line, pode ler-se, aqui.
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