(Círio da Prata Grande, S. P. da Cadeira 2015 - 2.ª de 8)
O cortejo
oficial era marcado pelo compasso da marcha dos cavalos. Quem dele não fizesse
parte e quisesse ir atrás teria dificuldade, depois, em estacionar nos vários
locais de paragem. Nova dificuldade adviria em cada saída e paragem seguinte.
Desloquei-me para Assenta, não conhecendo bem o percurso, por acaso, a primeira
aldeia a ser visitada e onde os anjos deitaram as loas. Entrei num café, ao
final da recta que se pode ver na segunda imagem, à esquerda. Nem nestes dias
de festa em que se sente o povo alegre, como os homens das capas brancas, claramente bem
dispostos, há unanimidade. Um homem dos seus quarenta anos, vestido de maneira leve, mas
cuidada, de emprego indefinível, não claramente mecânico, discordava. Aparentemente sem motivo e sem contexto, mostrou outra maneira de ver. Falava
para o responsável do café, atrás do balcão. Breve, sem sequência.
Senti que se
tinha passado bastante tempo, desde a saída da Encarnação. Era, para mim, um
mistério o que andaria o cortejo a fazer, para só chegar a S. Pedro da Cadeira
às 21:30, hora prevista.
Primeiro,
apareceram os homens das loas, fato domingueiro, com as suas opas
verde-amarelo. Ofereciam-nas e davam-nas a quem as pedia. Toda a gente
contribuía, ou não, com o que entendesse. Pouco depois, apontou ao fundo da rua a
charanga da GNR. Vieram avançando e cada grupo na ordem que lhe foi destinada,
sendo o lugar principal o da Senhora na berlinda. As casas estão enfeitadas com
parecença de grinaldas, branco e azul, as cores que ficam bem à Virgem. Branco
da pureza e o azul da túnica de que tradicionalmente se veste a Virgem, como se
estivesse vestida de céu. Vi ao menos um estandarte, dos duzentos que foram
feitos para esta festividade. Folhas de palmeira erectas à beira do caminho.
Ramos de eucalipto.
No Largo de
S. João Baptista, os meninos cantam as loas; a primeira quadra, um dos rapazes:
Bendita sejas, Mãe Santa,
A esta Assenta à beira-mar.
A nossa alegria é tanta
que só nos resta cantar!
[...]
A quarta quadra, todos:
De almas em festa, a cantar,
Mãe do Céu, Nossa Senhora,
Nós vamos-Te acompanhar
P'la nossa paróquia fora!
O pároco, P.e Alexandre
Henriques Jorge
A Senhora na Berlinda
Sábado, 19 de Setembro de 2015, pelas 17
horas e 20 minutos. A Charanga da GNR abre o cortejo, seguida de cavaleiros
civis (pelo menos, duas cavaleiras) em suas nobres montadas.
Depois de Celebração da entrega da Imagem
de Nossa Senhora de Nazaré na Encarnação, com início às 14 horas, «a Senhora da
Berlinda» visita no seu percurso alguns lugares até chegar a S. Pedro da
Cadeira, pelas 21 h. e 30 min. Neste vídeo, assistimos à entrada da banda de
Loureiro no lugar da Assenta.
A Senhora da Berlinda vai ficar nesta
freguesia durante um ano. Em Setembro de 2016, a imagem será levada ao
santuário de Nossa Senhora da Nazaré, onde será celebrada missa. A jornada
concluir-se-á com o regresso a S. Pedro da Cadeira, para no fim-de-semana seguinte ser
entregue à freguesia da Ericeira. É a despedida da Senhora. São dezassete as
freguesias que integram o giro do Círio da Prata Grande.
O mordomo, Sr. Tiago Simões
«S. Pedro da Cadeira rejubila com a Virgem de Nazaré», clama o autocarro no seu letreiro. Que coisa alegre é uma banda de música Nada é melhor para acalentar o júbilo das gentes da freguesia. Vejam esta menina da Banda de Música de Loureiro.
No Largo de S. João Baptista
Capela de S. João Baptista, padroeiro da Assenta
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