Esta
intervenção artística de JC Dionísio, 2015, mostra bem o lado sombrio e trágico
da vida de Francisco Álvares de Nóbrega. Há sugestão clara das grades da prisão.
O contraste não pode ser maior com a brancura, a leveza, a grande altura, quase
a voar para os altos montes do vale de Machico, da ilha toda e do mundo, da
representação de Francisco na bela esplanada do Solar do Ribeirinho. Essa
brancura, a esbeltez quase alada daqueles que os deuses amam é ele a dizer a si
mesmo e a nós: Este é quem sou e não pude ser. Este é quem sou.
*
Rua General António Teixeira de Aguiar
As duas primeiras quadras
Primeiro terceto
2.º terceto
SONETO
Á Pátria do A.
Na
fralda de dois íngremes rochedos,
Que
levantão aos Ceos fronte orgulhosa,
Existe de Maxim a Villa idosa, (1)
Povoada de escassos arvoredos.
Pelo
meio, alisando alvos penedos,
Desce extensa Ribeira preguiçosa;
Porém tão crespa na estação chuvosa,
Que
aos íncolas infunde espanto, e medos.
Á
margens della, em hora atenuada,
Vi a
primeira luz do Sol sereno,
Em pobre sim, mas paternal morada.
Aos
trabalhos me affiz desde pequeno,
O
abrigo deixei da Patria amada,
E
vim ser infeliz n’outro terreno.
(1) Hoje Maxico;
chamo-lhe antiga, por ser primeiro
descuberta, que toda a
Ilha.
[RIMAS, edição de 1850, página 8]
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Homenagem ao poeta no miradouro que tem o seu nome
(imagem da wikipédia)
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[Todas as mensagens da visita:
http://aterraeagente.blogspot.com/2016/06/visita-madeira-2.html (Publicada por lapso em Jun e logo revertida para rascunho. Devolvida à blogosfera, em 12-08-2016)
http://aterraeagente.blogspot.com/2016/03/visita-madeira-4-03-2016.html (O regresso a Lisboa; primeira mensagem na ordem de publicação)]
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