quinta-feira, 29 de junho de 2017

ÉVORA - Igreja de Santo Antão

Évora, 15 e 16 de Outubro de 2016
Na Igreja de Santo Antão
Uma cerimónia de casamento me levou a Évora. A manhã estava fresca. Do Largo de Álvaro Velho até ao limiar da Praça do Geraldo, o primeiro trajecto. Aqui chegados, nasceu o dia perante o encantamento da «Praça Grande», como antigamente era chamada. Muitas histórias tem contado, mas, como acontece sempre com as coisas humanas, a imensa maioria dos factos, sentimentos, pequenas memórias, zangas, alegrias, cumplicidades, ciúme, amor, ditos, jogos, joguinhos, ninharias de que se tece o encontro dos seres, fica esquecida. O que ainda existe fisicamente, mostra e sugere. O que foi e não deixou rasto ou vestígio tem a existência do ter sido. Existe nesse ter sido, embora nenhuma consciência de hoje o possa conhecer. Podemos imaginar...
Paramos. No lado oposto ao em que estamos, no meio da Rua da República, olhamos e vemos Santo Antão. À nossa direita, arcadas vestidas de amarelo. À esquerda, no lugar do edifício da Sociedade Harmonia, já esteve o Paço dos Estaus.

Impressionam as colunas muito grossas, algumas com vestígios de decoração, como adiante se diz. Tudo tem a sua história em Santo Antão e os sinos não fogem a ela; como presença visível e audível deixam-se ver e ouvir. Pelo som dialogam, dão notícia, marcam o ritmo do dia. A tristeza, a festa, toques, repiques, rebates, o passar das horas de dia ou de noite, no recolhimento do lar. Na torre do lado nascente, além dos oito sinos de 1856, há dois de 1938, um deles, o principal, é dedicado a Santo Antão «e substitui o que caiu na década de 1920 e se desfez em mil bocados, no solo, sem atingir, felizmente, qualquer pessoa». (Túlio Espanca, Inventário...).
As pinturas a fresco estão agora a descoberto, retirados os quadros que as cobriam, como se pode ver nas fotografias anexas da página do SIPA, em hiperligação no final desta mensagem. Foi tema que me intrigou e gostaria de aprofundar, para lá da informação recolhida e transcrita em legenda, abaixo.
Na igreja se reuniu a Junta de Santo Antão, presidida pelo Conde de Linhares, que tentou, de maneira aceitável a Filipe IV de Espanha e III de Portugal, resolver o conflito com o povo, conhecido por «Alterações de Évora» e «Revolta do Manuelinho», em 1637. Em 21 de Agosto de 1928 foi inaugurada a lápide evocativa, que se pode ver na torre nascente.
Fica algo por dizer e ver, mas a conversa já vai longa. Oferecerei mais imagens da igreja de Santo Antão, vista da cidade, noutro lugar.
O que faltou ver: a sacristia, outros espaços do piso térreo, o espólio da colegiada de Santo Antoninho em piso superior, as torres... É pena que não esteja visitável a igreja toda, como acontece na sé.


«No eixo existe o relógio de quartos, doação do dr. Baptista Rolo (1902).» (Túlio Espanca, Inventário...)

Na imagem, o relógio de horas. «hoje avariado, e a lápida evocativa da sua inauguração em 1835», que reza: 

REINANDO D. MARIA II
A PUBLICA UTILIDADE
A CAMARA MUNICIPAL
ANNO 1835
(As palavras citadas são de Túlio Espanca, no Inventário...)


O portado axial, «é decorado por cimalhete armorejado em campo de oiro com quatro bandas de vermelho (escudo do prelado Botelho de Lima)». (T. E., Inventário..., concelho de Évora, I Volume, p. 208, 2.ª col.) Por cima do falso arco pleno ocupando todo o tramo, a lápide da fundação gravada no granito, recorda o filho de D, Manuel, o cardeal D. Henrique, que erigiu a igreja dedicada a Santo Antão.

DIVO ANTONIO ARCHIMANDRITAE SACRVM
Dedicado ao DIVO ANTÃO, ARQUIMANDRITA, S. R. E., o cardeal-presbítero, primeiro arcebispo de Évora, Henrique, filho do pio, feliz, invicto rei de Portugal, D. Manuel, demolido o anterior, erigiu este novo TEMPLO de longe mais apropriado ao culto pela forma e estrutura majestosa.
Divo Antonio Archimadritae Sacrum. D. Emmanuelis Lusitaniæ Regis Pii Felici Invicti Filius Henricus S.R.E. Praesbiter Cardinalis Primus Eborensis archiepiscopus, priore diruto, novum hoc, longe capacius, forma struturaque ausgustus, religionis erexit.
Il presbitero cardinal Enrico, primo arcivescovo di Evora, figlio del Pio, Felice ed Invincibile Re del Portogallo D. Manuel, eresse questo nuovo tempio dedicato all'archimandrita Sant'Antonio, molto più grande ed imponente per forma e struttura del precedente
(Ver este texto em latim e esta tradução italiana, a partir do endereço na internet, no final desta mensagem. Traduzi «divo» por «divo», «diva», em certos casos, ainda hoje usado, sem particular referência à santidade. A tradução habitual é «santo».)
Nova lápide nos é apresentada na torre nascente ao nível das padieiras dos portados, lembrando as Alterações de Évora em 21 de Agosto de 1637, prenunciadoras da Restauração de 1640.

LAPIDE COMEMORATIVA DA REVOLUÇÃO EBORENSE DE 21 D'AGOSTO DE 1637 EM QUE, PELA PRIMEIRA VEZ DEPOIS DA PERDA DA INDEPENDÊNCIA, OS PORTUGUESES SE REVOLTARAM CONTRA O DOMINIO ESTRANGEIRO. FORAM CHEFES DA REVOLTA
SIZINANDO RODRIGUES E
JOÃO BARRADAS,
RESPECTIVAMENTE JUIZ E ESCRIVÃO DO POVO.
HONRA Á SUA MEMORIA
HONRA Á CIDADE DE EVORA.
21-8-1928

Praça do Geraldo (antiga Praça Grande) 
Ao fundo, a agência do Banco de Portugal, no lado sul

Rua João de Deus 
(Antiga Rua Ancha e, antes, Rua Direita da Porta Nova)

Quinto Passo da Via Sacra,  aberto na parede correspondente à capela que nunca teve culto e serve de recepção. Edificado pela Irmandade do Senhor Jesus dos Passos, em 1723, com licença da Colegiada. Nele «se venera uma tela pintada a óleo, da mesma época e de pobre factura artística, na representação de Cristo a caminho do Calvário.» (Túlio Espanca, Inventário...)

                                                 1723


Por baixo da sala da Irmandade do Santíssimo Sacramento, nesta fachada «se conserva vestígios decorativos, barrocos, em obra esgrafitada, de ornatos, quadro retabular da santa Hóstia e tabela sobrepujante cronografada de 1686». (Túlio Espanca, Inventário...)
*


(A seguir, a transcrição, para mais cómoda leitura)
IGREJA DE SANTO ANTÃO
Esta Igreja, de gosto renascentista, tipo salão, de pesada arquitectura e fachada sem carácter religioso — projecto do Arquitecto Manuel Pires — começou a ser construída em 1557, sob o patrocínio do primeiro arcebispo de Évora, o cardeal D. Henrique, e foi aberta ao culto em 1563 pelo seu sucessor, o arcebispo D. João de Melo. Em 1568, um terramoto derrubou a abóbada. Rapidamente foi iniciada a reconstrução sob a orientação do arquitecto eborense Brás Godinho. Neste espaço existiu a «Albergaria do Corpo de Deus» e uma Capela dedicada a Santo Antoninho. Dos dois edifícios demolidos resta apenas um baixo-relevo — o Apostolado — que serve de frontal ao altar-mor (em mármore) e pertencia à dita Capela. Este Templo foi sagrado segunda vez em 22 de Abril de 1804 pelo então arcebispo D. Frei Manuel do Cenáculo Villasboas, após várias obras de restauro, com acrescentos barrocos nos altares laterais. A planta é rectangular, (33mx17m), de três naves da mesma altura, separadas por grossas colunas.
*
Capelas do lado do Evangelho
Baptistério
Nossa Senhora da Alegria (actual de Santo António) 
S. Crispim e S. Crispiniano (actual de Nossa Senhora de Fátima)
Santa Ana (mais tarde de Nossa Senhora dos Prazeres e actualmente de Santa Teresinha do Menino Jesus)
Nossa Senhora dos Remédios (actual de Santo Agostinho)

Ábside
Nossa Senhora do Rosário (antigamente de Nossa Senhora dos Prazeres)
Capela-mor, imagem de Santo Antão, orago da freguesia
Santíssimo

Capelas do lado da Epístola
Nossa Senhora da Saúde (antiga de S. Roque)
Almas
Jesus dos Terramotos (antigamente Senhor dos Reis, actual do Sagrado Coração de Jesus)
Nossa Senhora da Purificação (actual de S. Nuno de Santa Maria)
Capela que nunca teve culto, decorada em tempos modernos com o retábulo de S. Roque. 

                                              Entrada                               Nave do lado do Evangelho

Idem

DO LADO DO EVANGELHO
Baptistério


                                                          Pia baptismal








Baptismo de Jesus (séc. XVIII)
Trabalho de oficina local, atribuído a José Xavier, cerca de 1735


Ao meio, nove azulejos, com o armorial do arcebispo D. Frei Luís da Silva Teles (1691-1703)

Capela de Nossa Senhora da Alegria (actual de Santo António)

Altar de talha esculpida, de transição do classicismo para o barroco, dos alvores do seiscentismo, reformado e marmoreado no dealbar do séc. XVIII no espírito da arte rococó do tempo de D. José I 
(Túlio Espanca, Inventário...)

Menino entre os Doutores
Séc. XVIII


Estes dois painéis representam a Anunciação da Virgem

E estes, Santa Ana e S. Joaquim.

Menino Jesus
Séc. XIX

Capela de S. Crispim e S. Crispiniano (hoje de Nossa Senhora de Fátima)
Séc. XVIII

Retábulo [altar] clássico-barroco, com tendência para o rococó [Da moldura informativa]



                                                           S. Brás                       Santo  António

Santa Luzia
(±283 - †304)
Foi mártir. Conta uma lenda do período do século de ouro espanhol, sem correspondência nas primeiras narrativas da vida da santa que até nós chegaram, que sendo insistentemente importunada por um jovem que a seguia pelos seus olhos lindíssimos, Luzia se lembrou da frase do Evangelho: «Se a tua vista é para ti ocasião de queda, arranca-a e lança-a para longe de ti» (Mateus, 18,9, Nova Bíblia dos Capuchinhos, 1998). E arrancou os olhos, enviando-os numa bandeja ao pretendente. O nome Luzia (ou Lúcia) vem de «luz». Luzia, a iluminadora. A cegueira de Lúcia pode querer significar, mais do que a consideração das coisas sensíveis, a sua vocação das coisas invisíveis, espirituais, a procura de um sentido no que nos transcende e inspira.

Santa Luzia leva na mão direita a bandeja com os olhos

 Ourivesaria Joia Nova
Rua de Aviz, 14
ÉVORA
A Ourivesaria Joia Nova ainda existe, com o mesmo nome e endereço. A peça aqui presente – 
os olhos da santa – aparece frequentes vezes, como o ícone identificador de Luzia

Capela de Santa Ana (mais tarde de Nossa Senhora dos Prazeres e actualmente de Santa Teresinha do Menino Jesus)


Retábulo de transição do barroco final para o rococó


Adoração dos Pastores
Painel do ciclo maneirista de cerca de 1575


Santa Teresinha do Menino Jesus




À esquerda:
Santa Beatriz da Silva
À direita:
Santa Isabel, Rainha

Santa Maria Micaela do Santíssimo Sacramento
Fundadora das Irmãs Adoradoras

Santa Paula Frassinetti
Irmãs Doroteias

Capela de Nossa Senhora dos Remédios (actual de Santo Agostinho)


Retábulo de transição do barroco final para o rococó

                                    Armorial de D. Frei Miguel de Távora                  Nossa Senhora dos Remédios 
                                               Foi mandado tapar pelo Marquês de Pombal  

Este quadro a óleo foi provavelmente oferecido pelo arcebispo de Évora, D. Frei Miguel de Távora, membro da Ordem de Santo Agostinho, que muito favoreceu esta capela

Santo Agostinho
Atribuído a Francisco Vieira de Matos (Vieira Lusitano), de cerca de 1740
Santo Agostinho, um dos maiores Doutores da Igreja, filósofo e teólogo, bispo de Hipona, no Norte de África. Na tela, vemo-lo de olhos virados para o alto, de onde busca inspiração. Nas suas obras, meditou profundamente a sabedoria e vivência cristã, que defendeu contra os que a atacavam. Esses, a quem no mínimo se podia chamar heterodoxos  os que têm outra opinião , vêm recordados a seus pés nos nomes de Donato e Pelágio.
ÁBSIDE

«A cavaleiro dos arcos mestres das capelas transeptais, existem dois volumosos painéis pintados a óleo sobre tela, ao alto, dedicados à Exaltação do Santíssimo Sacramento e à Aparição de Cristo à Virgem, obra [...] devida ao pincel do artista eborense José Xavier de Castro, datada de 1738». (Túlio Espanca, Itinerário...) Nestes dias em que visitámos Santo Antão, no que penso ser o lugar dos quadros estão pinturas a fresco. [Nota posterior: os quadros a óleo sobre tela estão, agora, nas paredes do altar-mor]

«As colunas foram rebocadas no período de 1570 e ornamentadas com arabescos florais e círculos dourados, no espírito da arte barroca, cujos restos são visíveis nos arcos e fustes do presbitério.» (Túlio Espanca, Itinerário...





Pintura a fresco na parede sobre o arco da capela de Nossa Senhora do Rosário
Os dois mundos representados, Nossa Senhora subindo ao céu (em baixo) e Santíssima Trindade esperando Nossa Senhora (em cima), estavam ocultos pela tela que cobria o fresco, Jesus Ressuscitado aparecendo à sua Mãe em Domingo de Páscoa, retirada para restauro em Novembro de 2009.  (Ver, atrás, o que escreve Túlio Espanca e, no final, a última hiperligação) 
«Pinturas murais semelhantes às da Igreja da Misericórdia de Santarém (v.PT031416200018), cujo risco é comprovadamente de Miguel Arruda; nas colunas e arcos das capelas laterais vestígios de pinturas murais de transição do período maneirista para o barroco, semelhantes às da Antiga Igreja Matriz de Monsaraz (v. PT040711020021) e da Igreja de São Francisco de Santarém (v. PT031416210006).» «Pinturas murais a seco e douramento directamente sobre a pedra nas colunas e arcos da nave; pintura mural a fresco nos restantes espaços.» [http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=3953]


Capela de Nossa Senhora do Rosário


Nossa Senhora
À entrada, do lado de fora da capela, entre esta e a de Santo Agostinho
As legendas:
LETITIA SEMPITERNA SVPER CAPVT TVVM. (Alegria eterna sobre a tua cabeça) INLEGENDA (...); DELECTATIONES IN DEXTRA TVA VSQUE IN FINEM PSAL. 15 (Hás-de ensinar-me o caminho da vida, / saciar-me de alegria na tua presença, / e de delícias eternas, à tua direita(Salmo 15,11. David fala a Deus); REGINA CÆLI LETARE. (Alegrai-vos, rainha do céu!) EX ECCLESIA. (Da igreja); IVBILET CVM M.A OMNIS TERRA. EX CONSENSV. SS. P. P. (Toda a terra rejubile com Maria. Do consenso dos Santos Padres.) (Não se consegue ver se falta alguma palavra, a seguir a «consensv»)

Retábulo neoclássico de meados do séc. XVIII





«no tímpano duas figuras personificando a majestade  e expansão da Igreja, com símbolo de constelações celestes» (Túlio Espanca, Inventário...) 





«Escapou, do primitivo conjunto do santuário, o revestimento de azulejaria polícroma, seiscentista, que atinge a cimalha, constituído por dois tipos cerâmicos muito curiosos, sendo um de padrão idêntico ao da capela do S. Sacramento.» (Túlio Espanca, Inventário...)

Capela-mor

Altar-mor
O retábulo é de cerca de 1700
La statua del santo cui è dedicata la chiesa è un'opera in legno dipinto risalente al XVII secolo, racchiusa in una nicchia, rappresentante sant'Antonio Abate avvolto in un mantello sul quale, in corrispondenza della spalla destra, è dipinta una croce a T; alla mano sinistra, con braccio quasi teso, tiene un bastone, mentre la destra sostiene un libro e alla manica corrispondente è appeso un campanellino. Ai piedi del santo è scolpito, secondo l'iconografia, un porcellino. Dietro la testa, un'aureola. (Ver no final desta mensagem o linque, em italiano, já referido.)
(A estátua do santo a quem é dedicada a igreja é uma obra em madeira pintada que remonta ao século XVIII, encerrada num nicho, e representa Santo Antão Abade envolto num manto sobre o qual, correspondendo ao ombro esquerdo, está pintada uma cruz em T; na mão esquerda, com o braço quase estendido, tem um bastão, enquanto a esquerda segura um livro e à manga correspondente está apensa uma campainha. Aos pés do santo está esculpido, de acordo com a iconografia, um porquinho. Atrás da cabeça, uma auréola.) 




«S. Sebastião, S. Tiago e S. Cristóvão, Painel do ciclo maneirista de cerca de 1590.»
Esta, a legenda da reprodução fotográfica desta obra, anteriormente no espaço da recepção (capela que nunca teve culto), encimando a inscrição sobre mármore, comemorativa da segunda sagração do templo pelo arcebispo D. Frei Manuel do Cenáculo Villasboas, em 22 de Abril de 1804, como se vê na Estampa CCCXCVI, em Inventário Artístico de Portugalconcelho de Évora, II Volume, por Túlio Espanca,  No I Volume do Inventário... nos diz o autor ter sido a capela decorada em tempos modernos com o retábulo de S. Roque. «Na tábua [...] figuram, além do padroeiro, S. Sebastião, S. Cristóvão e S. Maurício (?).» (Pág. 212, I Volume da o. c., 1.ª e 2.ª cols.)

Aparição de Cristo à Virgem

JOZE XAUIER. FES. 1738
Exaltação do Santíssimo Sacramento






«Capa de Santo Antão. Fragmento tecido e bordado a ouro e matiz, da Renascença (2.ª metade do séc. XVI).» (Túlio Espanca, no Inventário...)  A capa de asperges tem «aplicações de sebastos de três panos [...]. Neles existem as figuras de três santos metidos em nichos da Renascença: S. PedroS. PauloSanto AndréS. João EvangelistaS. Bartolomeu e S. José». (Túlio Espanca, no Inventário...)


Frontal de altar que durante muitos anos tapou o frontal de altar em mármore do Apostolado, do século XIV, que pertencia à primitiva ermida de Santo Antoninho. «São 22 figuras de santos, apóstolos e evangelistas  com seus símbolos, sentados ou de pé, metidos em edículas sexifoliadas, com a particularidade de terem os pés e mãos pintados sobre seda. No eixo, fazendo a divisão da peça, as cenas de Cristo na coluna e o Calvário.» (Túlio Espanca, no Inventário...)

Frontal de altar

Apostolado em baixo-relevo

*

Pintura a fresco sobre o arco da capela do Santíssimo

Pintura a fresco na parede sobre o arco da capela do Santíssimo Sacramento. 
Os dois mundos representados, A Última Ceia (em baixo) e O Santíssimo Sacramento, (em cima) estavam ocultos pela tela que cobria o fresco, A Adoração do Santíssimo, retirada para restauro em Novembro de 2009 (Ver, atrás, o que escreve Túlio Espanca e, no final, a última hiperligação)
«Pinturas murais semelhantes às da Igreja da Misericórdia de Santarém (v.PT031416200018), cujo risco é comprovadamente de Miguel Arruda; nas colunas e arcos das capelas laterais vestígios de pinturas murais de transição do período maneirista para o barroco, semelhantes às da Antiga Igreja Matriz de Monsaraz (v. PT040711020021) e da Igreja de São Francisco de Santarém (v. PT031416210006).» «Pinturas murais a seco e douramento directamente sobre a pedra nas colunas e arcos da nave; pintura mural a fresco nos restantes espaços.» [http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=3953]

Capela do Santíssimo Sacramento


Retábulo barroco







DO LADO DA EPÍSTOLA

Capela de Nossa Senhora da Saúde (antiga de S. Roque)

Retábulo proto-barroco

Anjo Custódio de Portugal

Nossa Senhora da Saúde com o Menino
A imagem da Senhora da Saúde, «de roca e véstia de rica tecelagem de seda bordada a oiro, [...] aqui colocada depois da grande obra de restauro do altar», foi adquirida em Julho de 1816. (As palavras citadas são de T. E., no Inventário...)

Santa ----------, (à esquerda) e Santa Brízida (à direita)

Capela das Almas

Altar das Almas (Cerca de 1600)

Frontão, «aberto por medalhões lobulados que encaixam o painel da Santíssima Trindade: lateralmente, esvoantes, dois serafins papudos». [Túlio Espanca, Inventário..., Vol. I, pág. 211, 2.ª col.]

S. Miguel e as Almas do Purgatório
Tábua atribuída a Jerónimo Corte-Real (Cerca de 1570). Ao alto, encimando a asa direita do anjo, lê-se
QVIS, VT DEUS?
(Quem, como Deus? O nome em hebreu do Arcanjo S. Miguel significa «Quem como Deus?»
Quem, como Deus, [pode?...] Quem [é], como Deus? )

Crucifixo de pau santo, da segunda metade do século XVIII, «guarnecido nas pontas da cruz, resplendor, legenda e cravos da figura de Cristo, por peças de arte arrendada». [Túlio Espanca, Itinerário...]




Capela de Jesus dos Terramotos (antiga do Senhor dos Reis, actual do Sagrado Coração de Jesus)

O retábulo, «da época joanina, de c.ª 1745, foi passado a purpurina, que lhe imprimiu um tom de oiro falso». [Túlio Espanca, Inventário..., Vol. I, pág. 212, 1.ª col.]

Sagrada Família
Este «conjunto escultórico [...] de madeira bem estofada, com características oficinais do último terço do séc. XVIII», veio para Santo Antão em 4 de Março de 1839. As palavras citadas são de Túlio Espanca, no Inventário..., e à época da publicação deste a Sagrada Família estaca na capela de S. Crispim e S. Crispiniano.


A Sagrada Família está agora

EM EXPOSIÇÃO NO
SANTUÁRIO DE FÁTIMA
______________________________
CENTENÁRIO DAS APARIÇÕES

como se lê na moldura exposta na peanha, aos pés da cruz, por baixo da fotografia.
(Esta foto foi tirada em 26 de Dezembro)

Capela de Nossa Senhora da Purificação (actual de S. Nuno de Santa Maria)


Esta capela foi da corporação dos alfaiates. A imagem de Nossa Senhora da Purificação guarda-se numa dependência da Colegiada. As pinturas a fresco deviam estar cobertas, ao tempo em que Túlio Espanca escreveu o seu Inventário, pois refere a grande tela seiscentista da Apresentação do Menino no Templo «e, no corpo inferior pintados em tábua, ao alto, dois santos padroeiros». Estas obras estão, agora, na última capela do lado da Epístola. Na cartela, ao alto, lê-se: 
IESUS CHRISTVS . LVMEN GENTIVM
(Jesus Cristo, Luz das Gentes)
Trata-se, também, de uma Apresentação do Menino no Templo. «Na credencial e no friso correspondente às peanhas dos fustes, vêem-se mais seis retablitos [...] e intervaladas duas cenas de milagres de patronos da Irmandade», e lá continuam. Da esquerda para a direita, as estátuas de S. João de Brito, S. João de Deus e S. Nuno de Santa Maria, o orago da capela. (As palavras citadas são de Túlio Espanca, no Inventário...)

«Pinturas murais semelhantes às da Igreja da Misericórdia de Santarém (v.PT031416200018), cujo risco é comprovadamente de Miguel Arruda; nas colunas e arcos das capelas laterais vestígios de pinturas murais de transição do período maneirista para o barroco, semelhantes às da Antiga Igreja Matriz de Monsaraz (v. PT040711020021) e da Igreja de São Francisco de Santarém (v. PT031416210006).» «Pinturas murais a seco e douramento directamente sobre a pedra nas colunas e arcos da nave; pintura mural a fresco nos restantes espaços http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=3953]





Em baixo, os seis retablitos : S. Pedro,  Santa Luzia, cena de milagre, [ao meio, S. Francisco (?)], cena de milagre, Santa Apolónia e S. Bento.

                                              S. Pedro                                      Cena de milagre  

                                                    Santa Luzia                   Santa Apolónia

                                              S.Francisco (?)                         Cena de milagre

S. Bento

Capela que nunca teve culto 
Mais propriamente, espaço de recepção

Estes quadros vieram da capela de Nossa Senhora da Purificação. Em vez deles, estava aqui o retábulo de S. Roque


A o alto, a Apresentação do Menino no Templo,  e em baixo dois santos padroeiros


DEO OPT. MAX. TEMPLUM HOC DICATUM IN MEMOR. D. ARCHIM. ANTONII CONSECRAT. FUIT  INTEGRO SOLLEMNI RITU PER EX. ACREV. D. D. F. EMMANUELEM A CŒNACULO VILLASBOAS METR. ARCH EBOR. AN. REP.  S. MDCCCIV. X. KAL. MAII.
Este templo dedicado em memória do divo arquimandrita Antão foi consagrado com solene e acabado ritual pelo Excelentíssimo e Reverendíssimo Divo D. Frei Manuel do Cenáculo Villasboas metropolita da arquidiocese de Évora aos 22 dias de Abril do ano da salvação consumada de MDCCCIV.





O corpo central
Naves (1557-63)

Sepultura de António de Mira solteiro e de seus herdeiros que faleceu a 10 de Outubro de 1734
(Texto com desenvolvimento de abreviaturas e ortografia actualizada)


Via Sacra
VII estação. Jesus cai pela segunda vez


[Foto de 2 de Maio de 2017]
*
Túlio Espanca, INVENTÁRIO ARTÍSTICO DE PORTUGAL, CONCELHO DE ÉVORA, I VOLUME, Academia Nacional de Belas-Artes, Lisboa, 1966. Com PREÂMBULO de Reinaldo dos Santos e EVOLUÇÃO DA ARTE NA CIDADE DE ÉVORA (páginas VII a XLVII), da pena de Túlio Espanca, a quem foi confiada pela A. N. B. A. a realização da obra.
-------------, INVENTÁRIO ARTÍSTICO DE PORTUGAL, CONCELHO DE ÉVORA, II VOLUME, Academia Nacional de Belas-Artes, Lisboa, 1966. Deste II Volume, pode ter-se uma ideia do conteúdo pelo ÍNDICE GERAL:
EVOLUÇÃO DA ARTE NA CIDADE — ESTAMPAS DAS ESPÉCIES MAIS REPRESENTATIVAS; ESTAMPAS DAS FREGUESIAS URBANAS E RÚSTICAS DO CONCELHO DE ÉVORA; ÉVORA — FORTIFICAÇÕES DA CIDADE;  FREGUESIA DA SÉ; FREGUESIA DE S. PEDRO; FREGUESIA DE SANTO ANTÃO; FREGUESIA DE S. MAMEDE; FREGUESIA DA SÉ (Rural); FREGUESIAS RURAIS; ERRATA.
Há estampas com imagem de página inteira, duas, três e quatro. Ao todo, DCXI estampas.
Gabriel Pereira, ESTUDOS EBORENSES I, 2.ª edição, páginas 299 a 335.
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