sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Viagem ao Invisível - Exposição no Teatro Thalia

Exposição inaugurada a 29 de Junho – encerra a 31 de Agosto
A linguagem das coisas, vamo-la descobrindo. Há dias em que se nos manifestam, interpelam. O passado, aparentemente morto, volta a viver, dialoga connosco, na grandeza e beleza criada por quem o habitou; nas fantasias e também nos empreendimentos de utilidade pública… Em pequenas circunstâncias e aspectos…
A «viagem ao invisível» é um prazer de que ninguém está excluído. Podemos entender, assim, as palavras iniciais de Aristóteles na Metafísica: «Todos os homens têm naturalmente o desejo de saber[1].» O invisível torna-se visível pela atenção, desejo. A viagem ao invisível acontece e faz-se acontecer.
Ia andando na Estrada das Laranjeiras, e de repente vi o que nunca tinha visto antes nas poucas vezes que ali passei (de carro). Aquele edifício de fachada clássica, lembrando Grécia e Roma. Entrei no pátio... Uma inscrição latina no friso... A entrada está fechada. Saio e sigo o caminho que trazia, logo se vê na parte de trás deste edifício um acesso. Entro.
A VIAGEM AO INVISÍVEL é a segunda fase de um projecto que traz até nós explorações, obras, acompanhadas de fotografias, textos, mapas, plantas... O próprio THALIA (ou Teatro das Laranjeiras), que alberga a exposição, faz parte dos «objectos» expostos. Dei mais relevo ou houve mais curiosidade (além do THALIA e o conde do Farrobo), pelo que tocou na minha geografia de vida pessoal — Évora, Vila Viçosa: a Cartuxa e as Pedreiras de Pardais.
O catálogo será publicado no final deste ano.
Encante-se, explorando as imagens, textos e a informação a que damos acesso.
(Exposição visitada em 28 e 29 de Agosto)

[1] πάντες ἄνθρωποι τοῦ εἰδέναι ὀρέγονται φύσει. (Pántes ánthropoi tu eidénai orégontai phýsei) Todos os homens procuram por natureza saber. «Todos los hombres tienen naturalmente el deseo de saber. (Tradução de Francisco Larroyo, Aristóteles, METAFÍSICA, 8.ª edição, Editorial PORRUA, México, 1980.)





TOQUE CODIFICADO DE UM MOMENTO
Spela Hudnik, 2017

A experiência de viajar
numa linguagem percebida apenas como
a melodia do som
revela a complexidade de sentir o espaço e a sua
Temporalidade.
Extravagância.
Perfeição.
Manipulação e Transformação
Tudo, dentro de um campo de intimidade silente.

Numa paisagem de infinitos espaços invisíveis,
vamos caminhando em sossego e
tenteando tocamos as distintas camadas de vida.
Alisando camadas de tempo
com a ponta dos dedos,
tornando-nos cônscios
da natureza efémera do momento.

As entidades variáveis de tempo e espaço
enevoam os limites entre o que é
visível/invisível,
mental/físico,
constante/transitório.

A manifestação da impressão de cada superfície
(por pouco importante que seja)
fala na sua própria língua, intensidade, ênfase, tom.
Viajamos numa paisagem de
Momentos de Toque Codificado.

Logo à entrada esta mesa, mapa da exposição. 1. À esquerda de todos, lindo texto de Spela Hudnik, artista/investigadora convidada; poderia levar por título Viagem ao Invisível; chamou-lhe Encoded Touch of a Moment. 2. Cada um dos outros catorze mosaicos identifica um espaço; na face, pequenas saliências configuram algo parecido com escrita braille. O catálogo, a sair para o final do ano esclarecerá, porventura. 3. Dois livrinhos, apressadamente folheados, de Ricardo Castro e Álvaro Domingues, artistas/investigadores convidados

08 8.ª Bataria do Regimento de Artilharia de Costa na Arrábida (1940)

Além do THALIA, outra vez vivo, tornado visível, ponto de partida para tantas evocações, estão representados catorze espaços: Casa Lino Gaspar; Casa da Quinta da Comenda; Bairro dos Arquitectos; Estaleiro da Lisnave, Margueira; Centro Comercial da Mouraria; Pavilhões do Hospital Termal; Hotel das Arribas; Pedreiras de Pardais; Minas de São Domingos; Aldeia da Luz; Mosteiro da Cartuxa; 8.ª Bataria do Regimento de Artilharia de Costa; Panorâmico de Monsanto; Panóptico do Hospital Miguel Bombarda

THALIA












CASA LINO GASPAR



CASA DA QUINTA DA COMENDA




BAIRRO DOS ARQUITECTOS




ESTALEIROS DA LISNAVE, MARGUEIRA

À direita, maquete do projecto «A Elipse», de Manuel Graça Dias, para os estaleiros da Margueira. Ficou conhecido como a «Manhattan de Cacilhas» 

Completando o quadro, diga-se, há um projecto, «A Cidade da Água», à espera de avançar para os  53 hectares da Margueira. Pode deslumbrar, mas exige-se sageza em zona tão delicada.

CENTRO COMERCIAL DA MOURARIA


Páginas 26 e 27 de número da revista arquitectura

PAVILHÕES DO HOSPITAL TERMAL



HOTEL DAS ARRIBAS



PEDREIRAS DE PARDAIS



1. Fotografias de Época das Pedreiras do Anticlinal, arquivo: CECHAP
2. Planta da Zona da Vigária. Levantamento Aerofotogramétrico, 2001, arquivo: CECHAP
3. Carta da Situação das Pedreiras da Luso-Belga na Herdade da Vigária, 1997, arquivo: CECHAP
4. Cortes Geológicos da Pedreira da Vigária 2 / Núcleo 2, Luso-Belga, 1999, arquivo: CECHAP
5. Planta da Pedreira a Norte de Pardais, Levantamento Aerofotogramétrico, 1999, arquivo: CECHAP
6. Cartografia Temática do Anticlinal, Zona dos Mármores, 2008, arquivo: CECHAP
7. Daniel Alves (coord.), Mármore, Património para o Alentejo: Contributos para a sua História (1850-1986). Vila Viçosa: CECHAP, 2015
8. Fotografias do Concurso sobre as Pedreiras de Vila Viçosa (Maria Aurélio, Carlos Aurélio), 2012, arquivo: CECHAP
9. Edward Burtynsky, Quarries. Göttingen: Steidl, 2007


MINAS DE SÃO DOMINGOS



ALDEIA DA LUZ



MOSTEIRO DA CARTUXA


A fotografia anterior, rodada, para permitir a leitura mais de frente


1. Giovanni Casale, Planta Geral, 1590 (reprodução), arquivo: Biblioteca Nacional de España
2. Giovanni Casale, Corte Longitudinal, 1590 (reprodução), arquivo: Biblioteca Nacional de España
3. Giovanni Casale, Plantas das Celas, 1590 (reprodução), arquivo: : Biblioteca Nacional de España
4. Processos de Extinção das Ordens Religiosas Masculinas em Portugal, Convento da Cartuxa, 1834, arquivo: Torre do Tombo
5. Planta Geral do Território do Convento da Cartuxa, 1879, arquivo: Fundação Eugénio de Almeida
6. DGEMN-Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, Planta, 1996, arquivo: SIPA
7. Alçado Principal, s. d., arquivo: SIPA
8. Planta e Corte das Celas, s. d., arquivo: SIPA
9. Dossier de Fotografias das Obras Antes (1948) / Depois (1951), arquivo: Fundação Eugénio de Almeida
10. Fotografia Aérea, s. d. (reprodução), arquivo: SIPA
11. Carlos Tojo, Fotografias da Vida no Convento da Cartuxa, s. d. (reprodução, arquivo: SIPA
12. Paulo Catrica, Fotografias do Convento da Cartuxa, 2000 (reprodução), arquivo: SIPA
13. George Kubler, A Arquitectura Portuguesa Chã: Entre as Especiarias e os Diamantes
14. Daniel Blaufuks, Prece Geral, 2015, arquivo: Galeria Vera Cortês



8.ª BATARIA DO REGIMENTO DE ARTILHARIA DE COSTA




PANORÂMICO DE MONSANTO



PANÓPTICO DO HOSPITAL MIGUEL BOMBARDA


***




Sobre o conde do Farrobo e a sua acção, incluindo o chamado no seu tempo Teatro das Laranjeiras (também Thalia?) ver a mensagem  Teatro Thalia – Viagem ao Invisível e respectivas referências.

*

Sem comentários:

Enviar um comentário