segunda-feira, 28 de outubro de 2019

A estrada militar de Arenes - Torres Vedras

 21Out2019
Mesmo à nossa porta, pequenas grandes coisas a que normalmente parecemos não ligar. Estará neste caso a estrada militar a que acedemos pela Rua de Júlio Vieira, com princípio na Rua de Manuel de Arriaga. É uma das muitas obras do plano de defesa na luta contra as invasões francesas conhecido por Linhas de Torres. Agora cortada por duas largas estradas, distantes entre si uns quinhentos metros (A8 e acesso à mesma), ligava a vila de Torres à Ordasqueira pelo meio da suave cumeada, quase a direito. Está ainda na memória de muita gente. Em breve troca de palavras com um morador, senti que muito tinha a dizer, a vida derramada por estas terras. Disse eu: — A estrada militar ia até à Ordasqueira. — O senhor, notei-lhe alegria: — Ia até Matacães! — E eu: — Até ao mundo... — pois de Matacães se vai ao mundo. Afinal, de toda a parte...
Este troço até à estrada larga está em bastante pior estado de quando há bastantes anos ali passei, em visita de formação de professores orientada pelo professor Venerando. Encontrava-se com facilidade pequenos fósseis (de amonites?), de conchas, pelo menos, sinal de estas terras terem sido há milhões de anos fundo marinho. Tentei descobrir em visita rápida o corte de terreno feito quando das obras do acesso à A8, com pegadas de dinossáurio, quase debruçado sobre o vale dos Cucos, e não atinei com ele. Durante muito tempo fui olhando para lá, da zona do mercado municipal, do Choupal, à vista de todos... Com o tempo vim a saber que as supostas pegadas de dinossáurio não existem..., como se pode ver mais adiante (1). A maior parte das imagens que aqui mostro são do dia 21 p. p., algumas obtidas ao crepúsculo... Voltei lá...
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Deixo um texto que escrevi primeiro e mais alguma informação nas legendas das fotografias...
A estrada militar, ligando a zona de Arenes à Ordasqueira, fazia parte do plano de defesa do território contra as Invasões Francesas, que ficou conhecido por Linhas de Torres. Está, agora, cortada em dois pontos, pela A 8, bem perto do Sarge, e pelo acesso à mesma perto dos Cucos, para quem vem dos lados de Dois Portos, Runa, Ribaldeira... Do ponto em que nos encontrávamos mal se via, à direita, o vale dos Cucos, de tal maneira era alta e espessa a vegetação de carrascos à beira do «abismo». Um passo adiante em falso não é nada aconselhável... Para lá do acesso à A8, uma língua de terra de cerca de 500 metros interpõe-se entre nós e a auto-estrada.
Quem quiser visitar os dois fortes que a estrada militar servia poderá ir pelo Sarge, ladeando a Quinta do Sossego, ou pela Ordasqueira, subindo a Rua do Forte. O da Ordasqueira, mais perto desta localidade, precisa de ser liberto da vegetação que lhe enche os fossos. Do outro, Forte Novo da Ordasqueira (ou do Sarge), resta o moinho, pois (quase) todos os sinais da sua existência foram em determinada altura sacrificados à exploração agrícola, pelo proprietário... 

 Aqui começa a estrada na Rua de Júlio Vieira

Início da parte não urbana da estrada militar; 
Olhando para trás


Folhas de Outono, com Arenes em fundo; 
Na linha do horizonte, o castelo e o forte de S. Vicente

À esquerda, parte da zona comercial da várzea de Arenes e mais atrás o Arena Shopping;
Por trás destas árvores, o vale dos Cucos  na E N n.º 9. Ao fundo, a «pedreira do Batista»

Depois da rotunda, o acesso à A8 segue em frente, para Lisboa ou Leiria 

 Encosta do acesso à A8. Um pouco mais à direita, a estrada continuava até à Ordasqueira; 
Para os lados de Runa/Vila Franca e Carvoeira/Alenquer

Vê-se o viaduto da A8;
Do lado de lá, as termas dos Cucos


Inclui-se, aqui, o texto e as fotografias, supra; um pequeno vídeo propriamente dito, a partir do minuto 1:35
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(1) Pesquisa rápida sobre a inexistência de pegadas de dinossáurios na encosta sobranceira ao vale dos Cucos (Há nas referências, abaixo, passeios muito interessantes)

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