21Out2019
Mesmo
à nossa porta, pequenas grandes coisas a que normalmente parecemos não ligar.
Estará neste caso a estrada militar a que acedemos pela Rua de Júlio Vieira,
com princípio na Rua de Manuel de Arriaga. É uma das muitas obras do plano de defesa
na luta contra as invasões francesas conhecido por Linhas de Torres. Agora
cortada por duas largas estradas, distantes entre si uns quinhentos metros (A8
e acesso à mesma), ligava a vila de Torres à Ordasqueira pelo meio da suave
cumeada, quase a direito. Está ainda na memória de muita gente. Em breve troca
de palavras com um morador, senti que muito tinha a dizer, a vida derramada por
estas terras. Disse eu: — A estrada militar ia até à Ordasqueira. — O senhor,
notei-lhe alegria: — Ia até Matacães! — E eu: — Até ao mundo... — pois de
Matacães se vai ao mundo. Afinal, de toda a parte...
Este
troço até à estrada larga está em bastante pior estado de quando há bastantes
anos ali passei, em visita de formação de professores orientada pelo professor
Venerando. Encontrava-se com facilidade pequenos fósseis (de amonites?), de
conchas, pelo menos, sinal de estas terras terem sido há milhões de anos fundo
marinho. Tentei descobrir em visita rápida o corte de terreno feito quando das
obras do acesso à A8, com pegadas de dinossáurio, quase debruçado sobre o vale
dos Cucos, e não atinei com ele. Durante muito tempo fui olhando para lá, da
zona do mercado municipal, do Choupal, à vista de todos... Com o tempo vim a
saber que as supostas pegadas de dinossáurio não existem..., como se pode ver
mais adiante (1). A maior parte das imagens que aqui mostro são do dia 21 p.
p., algumas obtidas ao crepúsculo... Voltei lá...
***
Deixo
um texto que escrevi primeiro e mais alguma informação nas legendas das
fotografias...
A
estrada militar, ligando a zona de Arenes à Ordasqueira, fazia parte do plano
de defesa do território contra as Invasões Francesas, que ficou conhecido por
Linhas de Torres. Está, agora, cortada em dois pontos, pela A 8, bem perto do
Sarge, e pelo acesso à mesma perto dos Cucos, para quem vem dos lados de Dois
Portos, Runa, Ribaldeira... Do ponto em que nos encontrávamos mal se via, à
direita, o vale dos Cucos, de tal maneira era alta e espessa a vegetação de
carrascos à beira do «abismo». Um passo adiante em falso não é nada
aconselhável... Para lá do acesso à A8, uma língua de terra de cerca de 500
metros interpõe-se entre nós e a auto-estrada.
Quem
quiser visitar os dois fortes que a estrada militar servia poderá ir pelo
Sarge, ladeando a Quinta do Sossego, ou pela Ordasqueira, subindo a Rua do
Forte. O da Ordasqueira, mais perto desta localidade, precisa de ser liberto da
vegetação que lhe enche os fossos. Do outro, Forte Novo da Ordasqueira (ou do
Sarge), resta o moinho, pois (quase) todos os sinais da sua existência foram em
determinada altura sacrificados à exploração agrícola, pelo proprietário...
Aqui começa a estrada na Rua de Júlio Vieira
Início da parte não urbana da estrada militar;
Olhando para trás
Folhas de Outono, com Arenes em fundo;
Na linha do horizonte, o castelo e o forte de S. Vicente
À esquerda, parte da zona comercial da várzea de Arenes e mais atrás o Arena Shopping;
Por trás destas árvores, o vale dos Cucos na E N n.º 9. Ao fundo, a «pedreira do Batista»
Depois da rotunda, o acesso à A8 segue em frente, para Lisboa ou Leiria
Encosta do acesso à A8. Um pouco mais à direita, a estrada continuava até à Ordasqueira;
Para os lados de Runa/Vila Franca e Carvoeira/Alenquer
Vê-se o viaduto da A8;
Do lado de lá, as termas dos Cucos
Inclui-se, aqui, o texto e as fotografias, supra; um pequeno vídeo propriamente dito, a partir do minuto 1:35
***
(1) Pesquisa rápida sobre a inexistência
de pegadas de dinossáurios na encosta sobranceira ao vale dos Cucos (Há nas
referências, abaixo, passeios muito interessantes)
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