sábado, 17 de julho de 2021

Museu Monte Palace

26 de Julho de 2020                                                                                                                  9 de19 

          Foi muito o que ficou por ver da propriedade em que está o Museu. Só um vislumbre. Nem escapou uma terceira galeria com a exposição “Segredos da Mãe Natureza”, que «apresenta parte de uma colecção de minerais provenientes na sua maioria do Brasil, Portugal, África do Sul, Zâmbia, Peru, Argentina e América do Norte.» (Ver, abaixo, o primeiro linque)

I

Exposição «Paixão Africana»

Um dos pisos

          Nesta galeria, é-nos apresentada a experiência da aventura de Tengenenge, lugar no território do actual Zimbabwe, distrito de Guruve. Um painel à entrada do espaço conta-nos como começou em 1966, nomeia alguns artistas da primeira geração (já vai na terceira) e o papel de Berardo na compra das peças... Os trabalhos estão dispostos por autores, com balcões indicando o nome do artista representado. Além desta maneira de expor, ao longo das paredes de vidro podem ser apreciadas peças escultóricas de maiores dimensões, de que destaque o conjunto de dois pares que lembram pela sugestão O Beijo, do austríaco Gustavo Klimt, pintura que pude apreciar em Viena. 

           Há dois nomes que não vêm mencionados neste breve resumo, mas que não posso deixar de mencionar, desde já, pela sua importância neste contexto da escultura em pedra e são eles Tim Blomefield, o iniciador, o mentor dos artistas em Tengenenge e Frank McEwen, director da primeiramente chamada Rhodes National Gallery, em Salisbúria, e, depois da independência, rebaptizada National Gallery of Rhodesia, em Harare. Diálogo contrastante, visões e papéis diferentes.










Expositores de Fly Furayi e Ndale Wile (da esquerda para a direita)

Fly Furayi

Ndale Wile

O Beijo





II

O outro piso

Nesta segunda galeria, outro painel explicativo contando a vida dos artistas no local, com suas famílias, o dia-a-dia do trabalho, a venda aos turistas… A exposição das peças é feita em ambiente que procura reproduzir o meio de onde surgiram… 










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«Tengenenge significa "O Princípio do Princípio" no dialecto local da língua xona» 

Informação de apoio

«Tengenenge

De Wikipedia, a enciclopédia livre

Tengenenge é uma comunidade de artistas e suas famílias localizada no distrito Guruve do Zimbabwe. Conseguiu reconhecimento internacional devido ao grande número de escultores que lá viveram e trabalharam desde 1966. Estes incluíram Fanizani Akuda, Bernard Matemera, Sylvester Mubayi, Henry Munyaradzi e Bernard Takawira.

Estabelecimento da comunidade de escultura

A Comunidade de Escultura Tengenenge foi estabelecida por Tim Blomefield em 1966. Era dono do que fora uma quinta de tabaco e mina de crómio, mas achou na altura que não era compensador, devido às sanções contra o governo branco da Rodésia liderado por Ian Smith, que tinha proclamado a Declaração Unilateral de Independência em 1965. Blomefield escreveu que procurou uma fonte alternativa de receita para a sua força de trabalho, que materializou quando o escultor Crispen Chakanyuka visitou a quinta e notou que continha um afloramento de pedra serpentina rija (parte do Grande Dique), de que Blomfield obteve os direitos de minerar para escultura. Apropriadamente, Tengenenge significa «O Princípio do Princípio» no dialecto local da língua xona As obras da «primeira geração» de escultores em Tengenenge juntaram-se às que haviam sido criadas por outros que trabalharam na National Gallery da Rodésia em Salisbúria, onde o então director Frank McEwen organizou exposições, tanto nacional como internacionalmente. Isto criou um grupo de artistas cuja produção foi procurada por coleccionadores e que fez os nomes de muitos, incluindo Fanizani Akuda, Amali Maiola, Bernard Matemera, Leman Moses, Sylvester Mubayi, Henry Munyaradzi e Bernard Takawira que passaram por Tengenenge. McEwen e Blomefield divergiram na opinião sobre como o crescente movimento de escultura local se deveria desenvolver. Blomefield encorajou muitos artistas de alguns países, incluindo Angola, Malawi e Moçambique para se juntarem à comunidade local, maioitariamente de etnia xona e não se preocupava se tinham treino formal.  McEwen tinha uma visão mais estreita e instalou uma escola-oficina na National Gallery para treinar aqueles que preferia. As tensões entre os dois cresceram até McEwen ser deportado da Rodésia pelo governo minoritário branco em 1973, ironicamente por «ousar dar poder aos pretos».

Desenvolvimentos posteriores

Em 1973, Bloomfield vendeu a sua quinta e mudou-se para Harare, embora a comunidade de Tengenenge tenha continuado a produzir esculturas. Por 1979 aquela região rural estava ocupada pelos que lutavam pela independência na guerra de guerrilha e a maior parte dos artistas partira. Em Dezembro de 1979 foi assinado o Lancaster House Agreement permitindo ao país alcançar o reconhecimento internacional da independência em 1980. A comunidade de artistas formou-se de novo lentamente, especialmente depois de Blomefield regressar em 1985, o que encorajou outros a fazer o mesmo. Em 1989, melhorou a acessibilidade para os visitantes, com a abertura de uma estrada alcatroada e nesse ano foram organizadas exposições internacionais do trabalho dos escultores, inclusive uma na Europa: Beelden op de Berg em Wageningen, Holanda. Em 1998, foi exibido um vídeo que levou um crítico a comentar que 

«A característica mais forte de Tengenenge é a honestidade com que enfrenta a questão controversa da qualidade do trabalho feito no lugar. Este ponto de discórdia não está de modo nenhum limitado àquela comunidade, mas é particularmente sério, devido ao grande número de pessoas que ali trabalha.»

À volta de 2000, tinham vivido em Tengenenge até 300 artistas em períodos diversos, mas alguns visitantes foram críticos das condições sanitárias e falta de educação para os filhos dos trabalhadores. Outros, incluindo Célia Winter-Irving, que passou vários meses a viver em Tengenenge e escreveu bastante sobre a escultura e os artistas, foi muito mais apoiante, acreditando que 

«Como mentor [Blomefield] tinha pouco sentido do paternalismo de supremacia branca.... nem impôs a sua concepção de vida europeia e os seus valores aos artistas.»

Blomefield continuou no seu papel de director de Tengenenge até 2007, quando lhe sucedeu Dominic Benhura, também ele um escultor muito conhecido. Em 2011, foi formada uma equipa directiva de cinco artistas. Entre os artistas que trabalharam em Tengenenge contam-se Square Chikwanda, Sanwell Chirume, edward Chiwawa, Barankinya Gosta, Makina Kameya e Jonathan Mhondorohuma.

[...]

(Traduzido da en.wikipedia, Tengenenge, em 17-07-2021)

*

[Na era pré-colonial; a acção de Frank McEwen na National Gallery...    ...]

The budding art movement was relatively slow to develop but was given massive impetus in 1966 by Tom Blomefield, a white South-African-born farmer of tobacco whose farm at Tengenenge near Guruve had extensive deposits of serpentine stone suitable for carving. A sculptor in stone himself, Blomefield wanted to diversify the use of his land and welcomed new sculptors onto it to form a community of working artists. 

(De https://en.wikipedia.org/wiki/Sculpture_of_Zimbabwe)

O movimento de arte em botão foi relativamente lento a desenvolver-se, mas foi-lhe dado um impulso massivo em 1966 por Tom Blomefield, um branco, cultivador de tabaco, nascido na África do Sul, cuja quinta em Tengenenge perto de Guruve tinha extensos depósitos de pedra serpentina, boa para esculpir. Ele próprio escultor em pedra, Blomefield quis diversificar o uso da sua terra e acolheu-os com prazer ali, para formar a comunidade de artistas trabalhadores. 

(Traduzido da en.wikipedia, Sculpture of Zimbabwe, em 17-07-2021)»

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