28 de Julho de 2020 15 de 19
Manhã
Deixada a sé, segui por esta zona privilegiada (sente-se o mar, perto), avenida Arriaga como lhe chamam, até na pedra da placa toponímica. Já teve outros nomes, mas mais mudanças não consentirá nesta intimidade de trato. Com todo o respeito, os madeirenses tratam Manuel de Arriaga por tu. Nesta zona, com a Avenida João Gonçalves Zarco, há vários edifícios com departamentos do governo regional, a Caixa Geral de Depósitos, Banco de Portugal e a estátua de um dos descobridores das ilhas. Talvez o mais destacado, parecendo haver uma certa primazia perante o Infante D. Henrique e na importância da capitania de que recebeu o encargo: Funchal e seus termos. Importância que sempre teve ou que veio a ter...
E dou com o Golden Gate, Golden Gate Grand Café. Voltei, ainda, à sé, para tentar fotografar o Políptico da Capela-Mor.
O Golden Date foi fundado em 1841. Tem uma longa história. «Esquina do mundo» lhe chamou Ferreira de Castro; lugar de encontro, de passagem de gente de «desvairadas partes». Foi devolvido «aos madeirenses e ao mundo» em Dezembro de 2016.
Entrei. Um ou outro cliente, o movimento maior é na esplanada...,
Outra vez cá fora, detenho-me a olhar para a estátua de Zarco, no cruzamento das avenidas já referidas. A de Tristão prolonga-se até à Avenida do Mar. Deste lado, o Golden Gate tem, também uma pequena esplanada.
João Gonçalves Zarco e Tristão Vaz Teixeira chegaram a Porto Santo em 1418. No ano seguinte, os mesmos e Bartolomeu Perestrelo, passando por Porto Santo, seguem, depois, para a ilha da Madeira. Bartolomeu Perestrelo regressou ao Reino. Depois de uma fase inicial de povoamento, o Infante D. Henrique doa em data que se desconhece a capitania do «Funchal e seus termos» a João Gonçalves Zarco e, por carta de 8 de Maio de 1440, doa «a capitania de parte da ilha da Madeira, desde além do rio do Caniço até à ponta de Tristão, a Tristão, cavaleiro de sua casa, e a seus descendentes primogénitos para sempre» (Sumário de A. J. Dias Dinis ao volume VII de Monumenta Henricina, Coimbra, 1965). Esta mesma capitania é doada pelo Infante em carta de 1 de Novembro de 1450 a João Gonçalves Zarco (Ver Descobrimentos Portugueses / Documentos para a sua história publicados e prefaciados por João Baptista da Silva Marques (...), Edição do Instituto para a Alta Cultura, Vol. I, Lisboa, 1944).
«E disse-nos o dito infante meu tio que esguardando ele como João Gonçalves Zargo cavaleiro de sua casa fora o primeiro homem que per seu mandado fora povorar as ditas ilhas» (da confirmação régia, em 25 de Novembro de 1451, da doação de 1 de Novembro de 1450, com restrição no que respeita a crimes de morte ou de mutilação, em Descobrimentos Portugueses...Actualização ortográfica).
Em Machico pode apreciar-se o menos grandioso, mas sugestivo monumento a Tristão Vaz Teixeira.
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