quinta-feira, 21 de setembro de 2023

Visita ao Santuário Nacional de Cristo Rei

Foi em 5 de Janeiro de 2018

Ver, aqui, a reportagem completa. 

Visita de estudo da AUTITV -- Universidade Sénior de Torres Vedras, ao Santuário Nacional de Cristo Rei, com os alunos de Oficina da Fotografia, sob a orientação do professor, Sr. António Lourenço Luís.


Nossa Senhora da Conceição Aparecida
Quadro oferecido pela República Federativa do Brasil

Deixo no linque acima (canto superior direito) só a memória da visita ao monumento, com as luzes de Lisboa, coadas pela neblina, do outro lado do Tejo...

No regresso, já de noite, parámos, ainda no Terreiro do Paço, com alguma água no pavimento, o que possibilitou (a alguns) fazer boas imagens. No Rossio, idem..., aproveitando as iluminações festivas da quadra de Natal. Mesmo com o autocarro em movimento, mais fotografias entre a Avenida da Liberdade e o Marquês...

sexta-feira, 1 de setembro de 2023

Dornes e Centro Geodésico de Portugal

No fim da visita, ao pôr-do-sol ( o vídeo está no final, a seguir à última imagem)

         Em 30 de Janeiro de 2023, uma excursão da Universidade Sénior de Torres Vedras — a AUTITV — deslocou-se em visita de estudo a Dornes e ao Centro Geodésico de Portugal, passando também por Vila de Rei (Museu do Fogo e da Resina). As inscrições estavam abertas aos alunos da disciplina de Oficina da Fotografia e a outros que quisessem participar.

Este pequeno vídeo quer honrar a importância do lugar, pela categoria do marco geodésico padrão e sua centralidade no país.

O giro que se procurou fazer (360 graus) é uma saudação a todo o continente português e ao ir dizendo adeus, com a mão erguida, imaginamos toda a terra que vemos e mais a que não vemos até às ilhas do Atlântico... Foram momentos de despedida. Fiquei com vontade de voltar e tocado pelo encanto simples de Dornes..., numa visita breve. Um vislumbre...

Um agradecimento aos professores António Lourenço Luís e Maria Rita Sarreira, das disciplinas de Oficina da Fotografia e História de Portugal, respectivamente, pela preparação da visita e a distribuição do habitual guião, desta vez intitulado de ROTEIRO FOTOGRÁFICO, com informações lembrando pontos básicos para «fazer» (ia dizer «tirar»!) uma colheita proveitosa de fotografias: a exposição, as regras de composição e sugestões. Muita coisa em «ão», mas é a língua que temos, e não deve ser por acaso que o órgão do sentimento se chama entre nós «coração». A parte histórica coube à Dr.ª Rita, cheia de ensinamentos úteis de história, lenda, arte e aspectos de vida social e política de quem nos precedeu até uns milhares de anos...

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Começo a escrever, usando o teclado do computador, para filtrar um pouco a alma, sem a perder. A letra manuscrita tem qualquer coisa de pintura ou poesia, mas fique agora um pouco de lado. Poderá mais e poderá menos, neste caso, em que pretendo ser objectivo.

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           — Vamos tomar um café a Dornes? — A Tormes?  A Doornes!

«Vamos tomar um café a Reguengos», disse um dia o Dr. Miranda ao meu irmão Manuel no final dos anos sessenta. Fiquei admirado, quando soube desta mudança do lugar diário de convívio no café Portugal, em Évora. Achei caro!? Compreendo, agora, melhor, como é importante tomar um café com alguém. O que se agiganta é a distância, o percurso em que somos envolvidos numa bolha, que desde o momento da partida se dilata e nos acompanha até à despedida no final do regresso. Já estamos no espírito do café à partida, junto à estação ferroviária de Torres Vedras, e só quando saímos do autocarro ao fim do dia a bolha se dissipa. Despedimo-nos, saímos do «café» e esperamos pelo próximo convite, daqui a um mês… O que digo de dois professores do liceu de Évora, um em começo de carreira e o outro perto de findá-la, veio-me à mente. Quem se admirou com o gesto imprevisto, «largo, liberal e moscovita»[i] do Dr. Miranda nos anos idos de sessenta, não se admiraria, hoje, conhecendo melhor quem foi o Dr. Alberto Miranda, e acha natural ir «tomar um café a Dornes», neste caso, o café propriamente dito, depois de almoço.

Lá fomos, cumprindo o programa: 07:30 – Torres Vedras → Dornes → Vila de Rei (Museu do Fogo e da Resina → Centro Geodésico de Portugal) – 20:30 – Torres Vedras.

A – Dornes; B – Museu do Fogo e da Resina; C – No Centro Geodésico de Portugal Continental

A – Em Dornes

Dornes foi de longe a parte mais interessante, para mim, pese embora não termos podido entrar na igreja de Nossa Senhora do Pranto, talvez por ser segunda-feira, dia em que os museus estão encerrados. Comecei por pensar que Dornes era a terra do engenheiro António Guterres, por onde já tinha andado em companhia de alguns companheiros de Torres, perto da aldeia de Nossa Senhora do Cabo, à beira da serra da Gardunha. Não, essa é Donas. Mas, foi um motivo de interesse… Brinquei, depois, com a etimologia, derivando Dornes de Dornas, pois às vezes, os povos gostam de dar um ar menos prático às coisas…E esta derivação antiga vem afirmada no sítio da Câmara Municipal de Ferreira de Zêzere, afinal… De «Dores» há quem goste para a origem do nome da povoação e uma lenda acolheu-o, associando-o a Nossa Senhora das Dores (do Pranto, da Piedade, Pietá). É lenda referida em documento antigo e ligada a Guilherme de Pavia, feitor da Rainha Santa Isabel. Vem recolhida no livro de Fernanda Frazão, Lendas Portuguesas, vol. IV, pág. 75-79. Ed. Multilar. Lisboa, 1988.

A paisagem na envolvência de Dornes é cheia de montes, lembrando como as viagens nestes sítios deviam ser demoradas e sinuosas. A sensação de algum isolamento, de estarem distantes do litoral, de Coimbra, de Lisboa deve ter sido sentida para as pessoas daqui. Quase como um ninho de águia devia parecer Dornes, quando o rio Zêzere mais deixava ver as margens fundas e talhadas quase a pique…  Estavam, contudo, relativamente perto de Tomar, sede da Ordem dos Templários, a que estavam ligados, religiosa e civilmente, de que é testemunho a inscrição na pedra embutida na parede ao lado esquerdo da porta da fachada lateral sul. Os nomes de algumas ruas, e são poucas, felizmente não foram mudados, pois ajudam a ter a perspectiva do viver de séculos. Rua Guilherme de Pavia, Rua da Barca, Rua de Nossa Senhora do Pranto, Rua da Rainha Santa Isabel. Sem excluir a actualidade, pois o Padre Artur Mendonça das Neves é recordado em nome de rua e, ainda, junto a parede da igreja matriz em fonte que é um pequeno monumento e momento comemorativo; ostenta sobre secção de coluna placa de mármore, com homenagem ao sacerdote, na seguinte inscrição:

DOS PAROQUIANOS DE DORNES / COMO PROVA DE GRATIDÃO / NO DÉCIMO ANIVERSÁRIO DE PRESENÇA E SERVIÇO ENTRE / NÓS DO PÁROCO PADRE / ARTUR MENDONÇA DAS NEVES / DORNES 12 DE OUTUBRO 1968

Almoçámos na Associação de Melhoramentos, Cultura e Recreio de Dornes, tempo sempre especial de encontro.

Há um sinal moderno em casa da Travessa das Escadinhas, indicativo de alojamento local – AL. Esta travessa nasce na Rua Guilherme de Pavia, muito perto, também, da Rua da Barca, sinal de ter sido caminho para o local de atravessamento do Zêzere. Do lado de lá é distrito de Castelo Branco (já não há distritos, mas que os há, há…), Do lado de cá, Santarém. Em termos religiosos, pertence à diocese de Coimbra.

A Rua de Nossa Senhora do Pranto está nestes dias despojada de escola primária e de sede da Junta de Freguesia, localizada na Frazoeira, com a designação de Junta de Freguesia de Nossa Senhora do Pranto, criada por agregação das freguesias de Dornes e Paio Mendes, pela Lei n.º 11-A/2013, de 28 de Janeiro.

Dornes tem posto de Turismo.  Deixamos uma menção aos percursos de caminhada e às pequenas ilhas, nascidas com a subida das águas, devido à barragem do Castelo de Bode.

Está situada numa pequena península, comprida e estreita, como um bico de águia a ensaiar o voo sobre a albufeira do Zêzere.

 B – No Museu do Fogo e da Resina

Neste museu podemos observar em imagens e textos exemplos da importância do fogo, desde há cerca de 500 000 anos na vida do Homem, primeiro para cozinhar alimentos e, depois, para fins industriais, na cerâmica e na metalurgia… «[…] há cerca de 3 000 anos o povoado do Cerro do Castelo, na freguesia de Vila de Rei, foi destruído pelo fogo, levando a sua população a construir muralhas defensivas.» «Neste período, o fogo está também presente nas cerimónias de morte, atestado nos rituais de cremação.» Na relação com o fogo é lembrada «a importância da floresta e a arte tradicional da exploração da resina».

O Museu do Fogo e da Resina está instalado no edifício que foi da Delegação Escolar e dispõe de sala de exposições, pequeno auditório e loja de recordações (Segui nesta secção o Roteiro...)

C – No Centro Geodésico de Portugal

O Centro Geodésico de Portugal inclui no seu espaço o Museu da Geodésia, inaugurado em 2002, no âmbito de uma parceria entre o Instituto Geográfico Português e a Câmara Municipal de Vila de Rei. Ali se encontram painéis com imagens e textos esclarecedores do visitante. São-nos apresentadas a história dos antecedentes e primórdios da construção deste marco geodésico e a evolução científica que o tornou possível. O museu «reúne, entre outros instrumentos, o Nível de Precisão de Brito Limpo, a Luneta de Passagem Repsold ou o Cronógrafo Favag». **[ii] Conta, ainda, com bar e loja de recordações. Junto ao marco geodésico padrão TF4, em placas comemorativas e num dos lados da pirâmide (de primeira ordem), há informações relevantes.

Era preciso regressar e com quase toda a gente já nos seus lugares, foi-nos lançado um lembrete, um apelo a que se fizesse fotografias, aproveitando o pôr-do-sol. A montanha, com a sua aura sagrada e a luz privilegiada da hora, assim impunham. Um pequeno grupo de voluntários respondeu à chamada, dirigiu os passos na direcção do poente e, serenamente, em intimidade com a sua máquina, fez o que tinha a fazer, salvando a honra do numeroso grupo. 

Com paragem numa área de serviço, terminámos a jornada à hora prevista, junto à estação da CP - Torres Vedras.


[i]  Àlvaro de Campos, em OBRAS COMPLETAS DE FERNANDO PESSOA, II, POESIAS DE ÁLVARO DE CAMPOS, pp. 126-129. Lisboa, Edições Ática, s/d.

[ii] Consultei, também, o artigo de Célia Domingues, em e-cultura.pt/património…, intitulado «Museu da Geodésia».

P. S. - Ficou por ver, devido ao facto de o templo estar fechado, contrariamente ao que se tinha acordado, a igreja de Nossa Senhora do Pranto, que só por si justifica uma deslocação a Dornes. Entre outras coisas, pelos azulejos, oito imagens do século XVI, em pedra, de que se destaca a de Santa Catarina, e uma pintura sobre madeira, do último terço do século XVI, O Descanso na Fuga para o Egipto.

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A - Em Dornes

1 - Situação geográfica de Dornes e Vila de Rei

2 - Em frente, a Rua de Nossa Senhora do Pranto

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Cruzeiro
Via Sacra, XIV estação
Jesus é sepultado 
Ao fundo, à direita, a capela de Santo António 
A procissão do Senhor dos Passos começa no Casal da Mata, onde está o primeiro cruzeiro, e segue pela estrada até Dornes, numa extensão de quatro quilómetros.

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16 - (Do sítio da Junta de Freguesia, com a devida vénia)

17 - Fachada Principal

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Esta igreja mandou fazer em louvor do Senhor Deus e da preciosa sua madre Virgem Maria o honrado cavaleiro frei Gonçalo de Sousa vedor do Sr. Infante dom Henrique e do seu conselho e seu alferes mor comendador desta comenda e alcaide mor de Tomar filho de Gonçalo Anes de Sousa a qual igreja se fez às suas próprias despesas por sua boa devoção sem a elo sendo obrigado : e por memória mandou aqui pôr : estas suas armas : Deus por sua mercê lhe dê galardão de sua benfeitoria Amen : era do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo 1453 :
(Respeita-se as palavras, com alguma actualização ortográfica)

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Fachada lateral sul
Aqui jaz Simão Álvares
O «e» e o «s» na segunda linha, já fora do espaço central

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Já cá chegou a moda do alojamento local, com esta unidade hoteleira, AL. Entrada pelas Escadinhas 
Pe. Artur Mendonça das Neves

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Rua Guilherme de Pavia

32 - 5224 nítido claro
Via Sacra, XIII estação
Jesus é descido da cruz

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Posto de Turismo

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Rua da Rainha Santa Isabel

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Neste cruzamento se encontram as ruas da Rainha Santa Isabel (em frente), a de Guilherme de Pavia (à esquerda), a de N.ª. Sr.ª do Pranto (à direita) e a da Barca (atrás do observador). Percorremos a Rua de Guilherme de Pavia atá ao Posto de Turismo.

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À direita, a Rua da Barca

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Um barco, em primeiro plano e «Mesmo à beira da margem, pequeno, em discretos traços de azul, está parado outro barco, com três traços transversais. São os assentos.» Ver a história do barco de três tábuas ou abrangel.

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Ruína no lado montante da albufeira

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O mesmo lado da albufeira

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Lado jusante

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Ao centro, a pequena península de Dornes (google maps)

48 - Vista da península de Dornes
(Com a devida vénia a vagamundos.pt)

Nomes das ruas

49 -  (do google )

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Rua de Nossa Senhora do Pranto 

Os brasões de Dornes

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Na placa toponímica da Rua de Nossa Senhora do Pranto

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Três círios de azul, lira de azul, cruz da Ordem de Cristo...
No edifício onde funcionou a Junta de Freguesia de Dornes
A freguesia de Nossa Senhora do Pranto, com sede na Frazoeira, mantém os símbolos heráldicos das  de Dornes e de Paio Mendes, agregadas Pela Lei N.º 5/2013, de 12 de Dezembro. «A ordenação heráldica do brasão e da bandeira foi publicada no Diário da República, III Série, de 25 de Agosto de 1998 (Ver no sítio do município de Ferreira do Zêzere, «nossasenhoradopranto.pt...»)

 Acrescente-se, por estar em placa toponímica de Dornes, o brasão do município de Ferreira do Zêzere. (Ver, atrás, a imagem n.º 29)

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Cruzes do Templo e de Cristo 

B - No Museu do Fogo e da Resina
Do Museu do Fogo e da Resina, em Vila de Rei, já algo dissemos atrás, mas não deixamos registo de imagens.
C - Centro Geodésico de Portugal
Restam-nos as imagens seguintes e o vídeo.

54 - 5230 rec 3.4

55 - 5229 rec livre

56 - 5246

57 - 5237

58 - 5239 rec.4

59 - 5245 rec nítido

60 - 5244 rec 3.4

61 - 5243 rec 3.4 nítido

62 - 5242 end clarear rec 3.4 nítido

63 - 5240

64 - 5241


Sobre a paisagem que daqui se avista, num giro de 360 graus, falámos no texto inicial.