Conheci-a, hoje, através da crónica habitual de MEC, no Público. Depois de uma vista geral, li o artigo «Peixinhos da Planície», dedicado ao Fluviário de Mora, mas com vários e importantes focos de interesse. O linque para os peixinhos está aqui e a crónica vem abaixo.
Miguel Esteves Cardoso
Ainda ontem
O Papel
da Lucy
da melhor revista online de
sempre. Chama-se Papel, é
dirigida pela ilustradora e escritora
Lucy Pepper, encontra-
se em papelonline.pt e sai
às quintas-feiras. É feita por
um grupo gigante de escritores,
jornalistas, ilustradores e
fotógrafos profissionais (não
sendo apenas os fotógrafos que são profissionais)
que tem a novidade de querer pagar
as colaborações se, daqui a três meses,
conseguir ganhar umas massas. Tem muita
coisa boa para ler, ver e descobrir.
No editorial, a directora declara que
“há um Portugal que quase não se vê
na imprensa ou na Net portuguesa, um
Portugal que não é obcecado pela política
e pelo futebol, por compras e desgraças e
saudades e crises. O Papel vai falar deste
Portugal e do outro, para português ler”.
É preciso um toque de génio para
fazer a lista “política, futebol, compras,
desgraças, saudades e crises”. Como
resumo é impossível de melhorar. O Papel
não tem nada de parco, melancólico ou
zangado. É endiabrado e divertido. Se
não parece coisa feita por portugueses
é porque a Lucy tem mais do que uma
costela britânica. Se apenas a conhece
das ilustrações – de apurado humor, com
uma observação ternamente impiedosa
da sociedade e da fi sionomia portuguesas
– está in for a treat (“dentro para um
tratar”).
Ler o Papel é mesmo como ter, de
graça, num Portugal ideal feito real, uma
novíssima revista semanal, sumarenta,
vistosa, elegante e subversiva.
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