quinta-feira, 4 de julho de 2013

O MEU PROGRAMA DE GOVERNO

        Eis um livro de José Gomes Ferreira que me agrada. Compus uma mensagem, com transcrições, mas tive problemas e perdi tudo. Como não vou refazer o trabalho perdido, direi apenas o essencial duma primeira impressão. 

       O MEU PROGRAMA DE GOVERNO é esclarecedor e honesto, servido por uma escrita fluente. Vale a pena de ser lido, mas não é com  esforço que o lemos, antes com prazer. Nota-se o dom de escritor que José Gomes Ferreira quer ainda vir a ser, logo no capítulo «Responsabilizar os políticos pelos erros que fizeram», onde começa por recordar a raiz mais próxima da actual situação em que nos encontramos, começando por José Sócrates e alguns dos seus ministros; recorda Carlos Zorrinho, Mário Soares, passando a interpelar, como em diálogo, pessoas da área do PSD e do CDS. Esta parte é a mais dramática, é uma pintura a fresco. Este mural começa com Bagão Félix. Os anteriormente recordados são chamados de «campeões da contradição» e ao novo friso de protagonistas são também assacadas medidas importantes que vão contra a corrente do que defendem, hoje. Guterres, Durão Barroso, Cavaco Silva pisam o palco por momentos e é-lhes perguntado por esta voz do povo:


       E você, Dr. Bagão Félix, «lembra-se de que não soube acautelar medidas para conter o défice em 2004?»; e, professor Aníbal Cavaco Silva, estamos reconhecidos pelo muito que fez. «Sim, foi há mais de 20 anos, todos lhe devemos um grande Obrigado!», mas não se esqueça de que…, de que… e de que…
       «Já em Belém, professor, porque nunca disse alto e bom som que «não!», quando Mário Lino e Paulo Campos quiseram alterar todo o modelo de financiamento da Estradas de Portugal, atirando este departamento do Estado (sim, ainda hoje é mentira que se trate de uma verdadeira empresa) para uma situação de endividamento do ponto de vista económico e financeiro?»

       Foi para mim uma surpresa saber que José Gomes Ferreira não é um economista, tal é a informação segura que exibe a quem o costuma ver e ouvir na televisão. Destaco o optimismo que nos deixa; acredita, gostaria de acreditar, que temos bons dirigentes políticos, banqueiros preocupados com a sustentabilidade da economia, empresários que defendem o bom nome das instituições que criaram.

       «Estes banqueiros existem, estes políticos existem, esta gente boa existe em Portugal. Estão manietados pelos outros, os que têm agenda própria, contrária à agenda do país. Vamos fazê-los mudar de atitude, aos que prejudicam o interesse nacional.» 

       Na NOTA FINAL deste livro «para o cidadão comum», não para «os entendidos e iluminados»1, é forte a esperança:


       «O balanço não é positivo. Há-de ser.
       A demonstração de resultados não é brilhante. Somos capazes de fazer melhor.              
       Faremos melhor a partir de agora.
       Portugal é um Grande País.
       Os Portugueses são um Grande Povo.»



       Vou ler.
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1. De «UM LIVRO PARA O CIDADÃO COMUM», páginas 474-475. 

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