sábado, 17 de janeiro de 2015

Em Córdova e Granada - Medina Azahara (Madinat al-Zahra), 2.ª de 5

Medina Azahara (Madinat al-Zahra)

O autocarro levou-nos também à Medina Al-Zahra, donde se vê na encosta da serra, ali perto, o mosteiro dos Jerónimos, talvez construído com as pedras da Medina, o que parece não estar provado.
al-madinâ = a cidade
Madinat al-Zahra = a cidade de Zahra, a cidade brilhante, a cidade da flor
مدينة الزهراء (Madīnat al-Zahrā)', que significa "a cidade de Zahra"
مدينة الزهراء Madīnat al-Zahrā' (‘la ciudad brillante’)
مدينة الزهراء ‎  Madīnat az-Zahrā: literal meaning "city of the flower"

Mandada construir nas faldas da Serra Morena, no Chabdál al-Arus – o Monte da Noiva, pelo primeiro califa de Córdova, Abd al-Rahmán III, na-Násir (O vitorioso).
Ao sair do autocarro, uma decepção. Em vez das ruínas, visitadas em Abril de 2004, os muros brancos dum enorme quadrilátero. As minhas ruínas? Estarão ali, musealizadas? Tive medo da intervenção da mão humana.
A inauguração da sede institucional e área de gestão integral do Conjunto Arqueológico de Madinat Al-Zahra foi presidida pela Rainha Sofia, no dia 9 de Outubro de 2009. Para o visitante, está-se num museu, mas há ainda um centro de interpretação e auditório para 200 pessoas, entre outros equipamentos.
No auditório, assistimos à projecção de um filme, de que recordo a evolução na cena de personagens tão ilustres como o Aga Khan e outras, talvez a Rainha Sofia, talvez se misturem imagens da cerimónia da inauguração da sede institucional..., com as da entrega do Prémio Aga Khan de Arquitectura, no ano seguinte, em Doha, Catar. Lembro bem, isso, sim, a reconstituição animada da vida em Madinat al-Zahara. Das ruínas, começa a nascer, subindo, colorido, a completar-se, a transfigurar-se um palácio, com jardins, pátio de descavalgamento, sala de dos embaixadores, sala do califa, a que os embaixadores só tinham acesso, depois de bastante tempo à espera de serem recebidos. Tempo medida da importância do poder, tempo cerimonial.
Como um papel de cenário que se desenrola em altura, a cidadela nasceu, a partir das ruínas. Toda a gente se move, como num filme, incluindo operários, serviçais. Respira-se vida a plenos pulmões, mil anos atrás.
Os nossos professores conhecem o(s) filme(s) de trás para a frente e de frente para trás, de cor e salteado.
*
Doha, Qatar, 24/11/2010 - On 24 November 2010, in Doha, Qatar, five projects selected for the 2010 Aga Khan Award for Architecture were announced at a ceremony held at the Museum of Islamic Art today. His Highness Sheikh Hamad bin Khalifa Al Thani the Emir of Qatar and Her Highness Sheikha Moza bint Nasser joined His Highness the Aga Khan in presiding over the ceremony.
(Doha, Catar, 24/11/2010 - Em 24 de Novembro de 2010, em Doha, Catar, foram anunciados cinco projectos seleccionados para o Prémio Aga Khan de Arquitectura, em cerimónia realizada, hoje, no Museu de Arte Islâmica. Sua Alteza, Xeique Hamad bin Khalifa Al Thani o Emir do Catar e Sua Alteza a Xeique Moza bint Nasser juntaram-se a Sua Alteza o Aga Khan na presidência da cerimónia.)
Hanad bin Khalifa Al Thani veio a falecer em 25 de Junho de 2013.
A xeique era a segunda de três mulheres de Hamad bin Khalifa al Thani e o actual emir é seu filho.

Afinal, o complexo da Medina Azahara, está perto, ao alcance da vista, bastava levantar um bocadinho o olhar.

Bem perto. a uns dois km do museu

Na mesma encosta da Serra Morena, o mosteiro de S. Jerónimo de Valparaíso, adquirido em 1911 pelos Marqueses do Mérito, que o restauraram, ao longo do século XX. Em 1980, é declarado Bem de Interesse Cultural.


Planta da Madinat Al-Zahra


Trago para aqui, da língua de Cervantes:
OS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
E A SUA PROCEDÊNCIA
Contrariamente às lendas sobre a origem exótica, a diversidade de materiais utilizados                         procede dos arredores da cidade.
O mais utilizado, o calcoarenito, extraía-se de pedreiras muito próximas, como a de Santa                   Maria da Albaida.
O resto dos materiais conseguiu-se na serra cordovesa e na zona do sub-bético cordovês

• A origem mais afastada é a do mármore branco, de Almadén de la Plata ou de Estremoz                       (Portugal).
• Da serra cordovesa extraíram-se o calcário violáceo utilizado em pavimentos e os fustes                        escuros de colunas.
• Os fustes avermelhados e o calcário branco em que se lavraram os capitéis da mesquita                        procediam de Cabra.
• O calcário brando para a decoração parietal, de Luque.

• Da Extremadura era o mármore branco empregado em capitéis e pavimentos.








Pequeno cervo, jorrando água nos jardins de al-Zahra
De bronze. Incisões feitas a buril; caules e folhas inscritas em círculos.


Vê-se o Professor Jorge Rodrigues






Fotografia tirada em Abril de 2004






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https://www.youtube.com/watch?v=nbNUoRGF-mg (Vídeo sobre a Madinat al-Zahra, 5:48)
http://www.artencordoba.com/ (Procurar em «monumentos» a parte sobre Madinat al-Zahra)
http://www.casareal.es/CA/actividades/Paginas/actividades_actividades_detalle.aspx?data=7993 (Inauguração da sede institucional e área de gestão integral do Conjunto arqueológico de Madinat Al-Zahra)
http://www.nietosobejano.com/project.aspx?i=1&t=MADINAT_ALZAHRA_MUSEUM (Doze magníficas fotografias da sede institucional e área de gestão integral..., da responsabilidade do grupo de arquitectos do projecto.)
http://www.akdn.org/videos_detail.asp?VideoId=102  (Breve historial de cada um dos cinco projectos e respectiva cerimónia de entrega de certificados. Merece «leitura» atenta o cerimonial da entrega dos certificados. A parte sobre Madinat al-Zahra começa ao minuto 28:38; a entrega dos certificados ao minuto 31:10.)
http://cordobapedia.wikanda.es/wiki/Real_Monasterio_de_San_Jer%C3%B3nimo_de_Valpara%C3%ADso (Tem uma ligação ao google-satélite, em que se pode ver, quase na mesma posição, o mosteiro e a Medina Azahara.)

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