terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Uma poesia do Sr. André

      Foi-me verdadeiramente oferecida, num comentário a mensagem publicada em 22 de Dezembro. Não é para me louvar nele, comentário/poesia, mas  é aqui o seu lugar. É a primeira poesia que conheço do Sr. André e espero conhecer mais.

Herberto He(lde)rético

Reuniram.
Deliberaram.
Premiaram.
Porém, o poeta não desceu à honraria.
Permanece no seu plano.
Sem desdenhar.
Sério.
Contido.
Indiferente ao elogio.
Assim, não legará o discurso do recompensado
Nem o sorriso convencional
Mascarará sua face
No ritual do “beija-mão” do datável acto.

Tornou-se maldito
porque rejeitou o que não devia ser rejeitado.
Não se sujeitou ao que devia ser agradecido
- porque nada tem que agradecer.
Não recebeu o dinheiro-premial
Porque se recusou a ser consumido.
Continuará como d’antes:
Olhando o mundo,
Construindo imagens,
Esculpindo sons,
Deambulando pelos penumbrosos corredores das palavras
No caminho da luz vislumbrada
Que leva ao cume da montanha.
Que a tua heresia, poeta, não forje seguidores
Que “júris” e ganhadores desculpe.
Que sejas amaldiçoado pelo exemplo que deste;
Pelo acto simples de te afirmares apenas tu.

André da Livraria Lácio
(enviado por Sr. João: http://srjoao.blogspot.pt/)
Obrigado ao Sr. André e obrigado ao Sr. João.

2 comentários:

  1. Tenho o livro Entrevero, com as poesias que André decidiu publicar.

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  2. A alegria que me deu ao saber deste comentário, através do gmail! Como posso obter o texto de Entrevero? Se puder adquirir o livro, tanto melhor... Até, dois exemplares, para oferecer um deles a pessoa de família muito amiga do Sr. André, numa amizade recíproca. Estima mútua...
    Não sei como entrar em contacto consigo.
    Estive também a ver o blogue Demanda e gostei...
    José Luís

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