terça-feira, 6 de agosto de 2013

Ponte de Sor, Julho de 2013

Ponte de Sor

     Quando vamos às terras, mesmo à nossa, pouco saímos dos mesmos sítios. Com Ponte de Sor, que se não é a minha terra é a sede de concelho, muito apreciada, aliás, passa-se o mesmo. Como no centro histórico das nossas cidades e vilas, há também o casco da memória, às vezes, pouco interessado no que veio depois. Fora dele ou dentro.  Poucos anos há, foi-me mostrado o aumento que a terra teve na zona industrial; vi entre outras coisas a corticeira Amorim, grande, grande. E a zona de habitação cresceu muito nos campos planos, entre a Avenida da Liberdade e os lados da estação do caminho-de-ferro, onde já não passam comboios. Pode-se viver lá e não saber que já não passam comboios. Estranho, não é?, porque isto parecia fazer parte do permanente...

     Há situações em que o novo se torna aceitável, mas para os que conhecem o antigo, ele está lá sempre, como coisa espiritual a que não se aplicam as leis da física (impenetrabilidade dos corpos). É o caso da zona ribeirinha e o espelho de água. É ali que imagino cenas do livro O Homem e o Sardão, de Garibaldino de Andrade, para o amigo Raul Cóias, a sua melhor obra. Lavadeiras, do lado de cá, o bocadinho de terra inóspita trabalhada epicamente pelo «Homem», na sua imensa solidão, do lado de lá, a ribeira correndo livremente. Depois do 25 de Abril, o presidente Amante, com a plantação de choupos, hoje muito grandes, e o actual presidente Taveira Pinto, que mandou fazer todos os restantes equipamentos que lá se encontram, criaram o que é hoje a Zona Ribeirinha de Ponte de Sor nas terras que pertenciam à família Vaz Monteiro.

     O monumento junto ao edifício da Câmara Municipal de Ponte de Sor
      Deve representar uma ponte (e rio), também sugere uma figura humana, pela metade, inacabada. Na parte superior esquerda (no tabuleiro da ponte), pintura com cinco rostos de gente activa, em pleno vigor, aparentemente todos homens, três deles, o do centro mais claramente, com capacetes de operários; o da esquerda parece ter a cabeça rapada e o seguinte, em cabelo farto e liso, pode ser mulher ou homem. Sobre todos, uma trajectória de luas, sete, precisamente. A pintura parece ser uma homenagem ao festival Sete Sóis Sete Luas, de que Ponte de Sor é um dos centros acolhedores.

     Este edifício da Câmara Municipal, com espaço próprio para a Junta de Freguesia de Ponte de Sor, sucede ao que estava à entrada, ia a dizer da vila, à entrada da cidade, junto ao Tribunal, tendo já este substituído o mais antigo, situado perto da saída para Alter e Galveias. Numa das salas desta terceira Câmara, a minha, pois nunca entrei na segunda, me apresentei com os outros mancebos do mesmo ano à inspecção para o serviço militar. Logo ali, fizemos o juramento de bandeira, quase sem dar por isso, perante um oficial, que nos informou que passámos a pertencer ao exército até aos 45 anos.  Serviços importantes da Câmara funcionam no Centro de Artes e Cultura, umas centenas de metros mais acima, na direcção da estação da CP, como a biblioteca, auditório, espaços de exposições e para actividades com crianças.

      Matei saudades da zona de restauração, na zona central da Avenida da Liberdade, fotografando a Casa Cardeira, actual Casa das Iscas, e a pensão Serras. E mais, que fica para próximas mensagens.

     Entretanto, quem quiser ir fazendo uma ideia mais precisa de Ponte de Sor e do concelho pode consultar com proveito o sítio da Câmara Municipal,  aqui.
    (Clique nas imagens, para aumentar.)






Câmara Municipal de Ponte de Sor

Junta de Freguesia de Ponte de Sor     

À esquerda, espaço aproveitado para estacionamento (era ali o quartel da GNR)
Na quarta casa, à esquerda, nasceu Garibaldino de Andrade







Jardim














Teatro -- Cinema

Antigo Campo da Feira

O mesmo

O mesmo

O mesmo

O mesmo

Igreja Matriz
Orago - S. Francisco





S. Francisco é o orago da freguesia de Ponte de Sor
No calendário cristão, celebra-se a 4 de Outubro, primeiro dia da «feira da Ponte»



Aqui era a escola primária, onde fiz o exame da 4.ª classe







Zona de restauração de frequência popular
Vê-se a Casa das Iscas, antiga Casa Cardeira





Pensão Serras

Porta na Pensão Serras, com cartaz do XXI Festival Sete Sóis Sete Luas

O Eléctrico começou num quarto cedido por D. Lucinda Serras
Placa comemorativa


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