quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Évora, 3


     Manhã de 6 de Julho. Voltei à Malagueira, a pé. O objectivo era fotografar uma determinada escultura em amplo parque, relvado, que sabia lá existir. De caminho, fui observando, com o afã de pai ou tio ou filho que tem pressa em conhecer um novo elemento da família. Pela Avenida Engenheiro Arantes de Oliveira, à esquerda, a Rua dos Três Bicos, a Rua da Unidade... À direita, a Avenida Arquitectos Arrudas. Pergunto a uma senhora já de idade, óculos com muita graduação, onde é o tal parque, com características assim e assim, um lago... Não sabia; e «moro aqui há pouco tempo». Quis evitar-me, teve receio de um estranho. Parei um pouco no café Ebora.
     Estou em frente da Escola Básica Manuel Ferreira Patrício. Do lado oposto à escola, a Quinta da Malagueira; pela Rua da Quinta se vai dar ao almejado parque e lago, construído por um represa/comporta, alimentada por linha de água.

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     A escultura é uma cadeira de mármore, da autoria de Alexandra Ferreira (Xana). Da sua formação, registe-se a passagem em 1996, pelo Departamento de Escultura em Pedra, do Centro Cultural de Évora; participou na exposição colectiva «Escultura na Cidade de Évora», em 2003, com a «cadeira de repouso em pedra». Desta escultura, diz Susana Piteira que cria uma forte relação funcional com o sítio físico em que está colocada.

     Para dar uma ideia da errância, peregrinação, nomadismo a que algumas destas peças de arte pública estão sujeitas, transcrevemos de estudo de Susana Piteira, referindo-se aos anos que se seguiram ao Simpósio Internacional de Escultura em Pedra, Évora, 1981, que deixou várias obras em espaços públicos da cidade:


     Durante as duas décadas seguintes, a intervenção artística no espaço público de Évora deveu-se sobretudo a alguns projectos afirmadamente efémeros, como as exposições organizadas pelo Departamento de Escultura em Pedra de Évora11, um dos quais, Escultura na Cidade Évora 2003 (Outubro), comemorando os seus vinte anos, ou a intervenção de instalações e acções realizadas por um grupo de alunos dos cursos artísticos da Universidade de Évora, supervisionados pelo professor Francis Tondeur (Junho, 2002).

     Neste longo período, algumas novas peças de escultura apareceram na cidade. Três delas produzidas durante uma residência artística de Escultores cubanos, no Departamento de Escultura em Pedra, instaladas no eixo viário da entrada de Évora12, outra, colocada sábia e ironicamente junto ao lago dos Jardins da Malagueira, pois trata-se de uma cadeira de repouso em pedra, da autoria de Xana Ferreira13, e ainda um nó em pedra, que animou a zona verde do parque automóvel da Porta da Lagoa, do escultor João Sotero. De todas elas, apenas a cadeira de repouso dos Jardim da Malagueira contraria a vocação nómada destes trabalhos pois ao criar uma forte relação funcional com o sítio físico, tem condições para instaurar um lugar14.  Os restantes trabalhos têm afirmado a sua função meramente decorativa e nómada, tendo em conta que alguns deles vão conhecendo sucessivas e temporárias colocações.


     É proveitoso consultar  
 http://www.plumba.info/cvs/alexandraferreira/CV_alexandraferreira.htm

e, sobre o historial do Bairro da Malagueira,
http://viverevora.blogspot.pt/2013/05/projeto-malagueira-comecou-ha-tres.html.


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Edifício da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo
Avenida Engenheiro Arantes e Oliveira, n.º 193





Avenida Engenheiro Arantes e Oliveira

 A mesma avenida

Na mesma avenida, já se vê, à direita, as instalações da Escola Básica



Quinta da Malagueira



Pormenor da fachada da Escola Básica

Dum lado a Quinta, do outro, as casas
Em frente, é a Rua da Quinta









A quinta





À direita, a quinta

Este espaço parece ser de garagens

Uma das entradas do espaço 



 Vê-se o «aqueduto» 







                                              Na Rua da Sobreira, Cafetaria AS CEIFEIRAS









Esta «cadeira» trouxe-nos até aqui













 O dique





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