Vimeiro. De 27 a 30, festa em honra de S. Miguel Arcanjo. Hoje, houve torneio de chinquilho e corrida de carinhos de rolamentos, a parte do programa que me interessava. Só foi possível assistir ao torneio de chinquilho, que durou cerca de três horas, terminando quase às 18h 30 min.
Vindo do lado da Maceira, as fotografias dão uma ideia do percurso. Um bocadinho depois do restaurante O BRAGA, uns metros adiante, vira-se à esquerda e entra-se no recinto da festa. Vimeiro está em festa. Há quem vista uma T-shirt preta com os dizeres, em branco, por exemplo, um dos juízes do torneio:
KEEP CALM
Está na festa do
VIMEIRO
O que se passou no pavilhão, improvisado, mas funcional onde decorreram as provas e os atletas mostraram as suas capacidades correspondeu ao lema das camisolas: calma, festa, camaradagem, são convívio. Antes do começo, tive o grato prazer de experimentar um lançamento, com um certo receio de fazer má figura, devido ao peso da malha -- dois quilos. Houve quem lançasse a de 2,800 kg, que me pareceu não ser tão dançarina e agarrar-se melhor ao tabuleiro. Ganhei balanço, puxei o braço atrás e consegui que a malha estacionasse em cima do tabuleiro.
Falei em lançamento, mas o termo é «malhada». Cada série tem dez malhadas de cada lado, o que dá vinte lançamentos. Pode-se fazer só uma série. Se se fizer mais do que uma, só conta aquela em que o jogador tiver maior pontuação. O tabuleiro é o estrado com duas barras -- pequenos barrotes em lados opostos, enterrados no chão, para fixação. «Mesa» é o nome mais usado, em vez de tabuleiro. É em cima dela que o jogador se coloca, para lançar a malha, cujo alvo a derrubar é o pau, na mesa em frente, onde um pequeno prego localiza o sítio exacto. Este pau chama-se «vinte». Os ali usados, de madeira, estavam «vestidos» por um tubo como os das canalizações da água. «Cama» é a pequena zona do «vinte». Tem de se pagar 400 «paus», por cada série (2 €).
A certa altura, o senhor Tiago, com 53 pontos na melhor série, deixou-se ficar de fora. Chega a última e a máxima pontuação é 52 pontos, pelo que o senhor Tiago não precisou de voltar a jogar (penso que podia), ficando vencedor, desta vez. Alguns dos participantes revelaram uma extraordinária precisão, na trajectória que imprimiram -- a direcção e rotação necessárias, o ângulo de queda... Pode-se ter, em cada malhada, zero, um, dois ou três pontos. O total virtual, à partida, é de 60. Parece tudo muito fácil, mas mais fácil ainda é perder pontos.
Foi uma tarde bem passada e tive a grata surpresa de encontrar um colega com quem sempre me dei bem. Falámos um pouco. Por sinal, era um dos juízes, de seu nome Eduardo Jorge.
Longa vida às festas do Vimeiro e à sua gente.
Rotunda do monumento ao Soldado Português da Guerra Peninsular.
Seguimos em frente.
Nome comemorativo da Batalha do Vimeiro, em 21 de Agosto de 1808.
A entrada para o recinto do torneio, em terra batida, faz-se pelo lado esquerdo do café e também pelo seu interior.
Os dois juízes.
Ao fundo, mesas usadas de outros torneios, já sem préstimo para competição. Têm de ser novas.
Uma sequência de lançamento -- três imagens.
Lá vai a malha, pronta a derrubar o vinte e ficar em cima da mesa.
Cá vem uma malha.
Folha de registo das pontuações
http://pt.wikipedia.org/wiki/Batalha_do_Vimeiro
http://www.operacional.pt/batalha-do-vimeiro-visita-ao-centro-de-interpretacao/