26-06-2014
Há muito que conheço a zona da Avenida de Roma, Praça de Londres,
Guerra Junqueiro, a Alameda D. Afonso Henriques, mas é como se não conhecesse,
quando as coisas parecem apresentar-se pela primeira vez. Assim aconteceu, na
manhã de 12 de Maio, ao visitar o Jardim Fernando Pessa, atrás do cinema Roma.
Lugar bem dimensionado, feito a pensar nas pessoas e enriquecido, em 2001, com
um conjunto escultórico «A Família»*.
Hoje, também de manhã, ao passar junto ao quiosque, vejo que o cinema desapareceu. Em seu lugar levanta-se um esqueleto de vigas e postes de cimento. A cidade tem muitas salas onde se pode ver filmes, em grandes centros comerciais, mas os cinemas vão desapareccndo, com grandes zonas da cidade a perderem densidade de vivência. A ficarem mais sós. O cinema Alvalade, penso que não existe como tal; o Londres, a mesma coisa. O King, perto do Hotel Lutécia fechou. Do Roma, nada resta do espaço físico que conheceram gerações.
Hoje, também de manhã, ao passar junto ao quiosque, vejo que o cinema desapareceu. Em seu lugar levanta-se um esqueleto de vigas e postes de cimento. A cidade tem muitas salas onde se pode ver filmes, em grandes centros comerciais, mas os cinemas vão desapareccndo, com grandes zonas da cidade a perderem densidade de vivência. A ficarem mais sós. O cinema Alvalade, penso que não existe como tal; o Londres, a mesma coisa. O King, perto do Hotel Lutécia fechou. Do Roma, nada resta do espaço físico que conheceram gerações.
Compartilho
algumas imagens no pequeno álbum de slides, a seguir. As duas últimas foram
colhidas, hoje.
* A placa informativa reza, assim:
«A FAMÍLIA»
CONJUNTO DE
ESCULTURAS HIPER REALISTAS EM BRONZE
DE AUTORIA DO
ESCULTOR MELÍCIO
INAUGURADO EM 17
DE JULHO DE 2001
PELOS EXMOS
SENHORES
VEREADOR DO
AMBIENTE E ESPAÇOS VERDES
DR. RUI PESSANHA
DA SILVA, E
PRESIDENTE DA JUNTA
DE FREGUESIA DE S. JOÃO DE DEUS
DR. MANUEL
FIGUEIREDO
*
*
O
Roma, para mim, é o filme A Ilha Nua, de
um realizador japonês, ali exibido nos anos 60. Houve outros, que esqueci.
Lembro o homem, pai, marido, subindo a levar água, ilha acima, qual suplício de
Sísifo empurrando a pedra até ao alto da montanha, para logo recomeçar, num
castigo sem fim. Vai-se acumulando a tensão, naquela vida tão difícil e de
repente alguém deixa cair o cântaro e ouve-se um grande grito do homem, revolta
incontida.
Quem quiser, pode ver o filme. Penso vê-lo, também, e posso falhar na pequena reconstituição que acabo de fazer. A verdade e a grandeza da obra de Kaneto Shindo mantém-se imune a pequenos desacertos e nisso a memória é fiel.
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