Estivemos lá nos dias 1 e 2 de Agosto (com
fotografias) e 3, sem.
A primeira vez que fui ao Redondo foi aos
14/15 anos, pedindo boleia na estrada, em companhia de um colega amigo. Vivia,
então, em Évora. Regressámos também à boleia. Foi fácil. Redondo estava em
festa, com a batalha das flores, em Fevereiro. Durante todos estes anos, não
tenho recordado a batalha das flores associada ao Carnaval, mas, é um facto, sei
agora que a associação existe. Vim, mais tarde, a confirmar o sentido festivo
que têm as pessoas de Redondo, o carácter castiço desta parte da população portuguesa,
com a sua pronúncia quase cantada. Pronúncia alentejana típica, mas
distintivamente redondense.
Várias vezes tive a oportunidade de voltar
a esta linda e simpática vila, por razões familiares. Entretanto, criou-se nova
tradição, há relativamente poucos anos e com periodicidade bienal: Ruas Floridas. Em 2013 foi
suspenso o Carnaval, para concentrar o esforço das populações nas «Ruas
Floridas», com pessoas a trabalhar nas ornamentações desde Setembro do ano
anterior*.
As imagens apresentadas dão uma ideia do
passeio de um visitante pelas ruas de papel, ofuscando um pouco as ruas de
pedra e cal. As ruas de papel (quarenta e uma) são como visitantes das outras,
devolvendo ao fim de nove dias o inteiro logradouro do espaço às suas legítimas
proprietárias. As donas são de resto muito hospitaleiras e a certa altura já
não há divisão. A rua são as duas. Todavia, são só nove dias!...
Há, também, a parte utilitária, com mostra
de artesanato. Só aqui vemos um, com objectos de cortiça e outros materiais.
Quis mostrar, especialmente, os rostos das figuras, sobretudo os Cristos, a
Virgem e os mais. E nos rostos, o olhar. São rostos trazidos do convívio com as
pessoas no dia-a-dia, quase alegres. Dos outros stands, bem mereciam figurar,
aqui, os de louça, sobretudo os magníficos, grandes, pratos do Redondo. Será
preciso escolher, mas os melhores são mesmo muito bons. Comprar um, tornou-se
uma necessidade.
Às quatro horas do dia 1, a tarde
redondense começa, entrada a Porta do Postigo. Na rua, à esquerda, no edifício que foi
cadeia, depois Celeiro Comum e é agora Enoteca, espera-nos a cerimónia do
lançamento do livro escrito pelo natural de Redondo, o ainda jovem Dr. José
Calado
Ruas com História
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Evolução Urbana e Ensaio Toponímico
da Vila de Redondo
(É o 1.º volume desta obra, nº7 da colecção Cadernos d’O Redondense)
(É o 1.º volume desta obra, nº7 da colecção Cadernos d’O Redondense)
Quanto a ruas, ao acaso, li com interesse
o que se diz sobre a da Botica (actual Manoel Joaquim da Silva), a do Castelo,
a dos Curtidos, a do Doutor Hernâni Cidade, com interessante biografia do
patrono, a do actor João Anastácio da Rosa, o célebre actor Rosa, igualmente
com boa nota biográfica, e algo mais. Muito apelativos os mapas com o
alargamento da malha urbana, a partir do núcleo inicial, junto à Porta da
Ravessa. O mapa, muito simples, é sempre o mesmo e nele se vai marcando a traço
mais grosso o avanço correspondente a cada época: A Vila Intramuros (1319-1468) [pág. 17]; Do Arrabalde às Primeiras Grandes
Artérias (1468-1668); [pág.
23] O Alargamento rumo aos
Subúrbios (1668-1752) [p.
28]; A Afirmação da «Baixa»
como Centro Nevrálgico (1752-1864)
[p. 32]; «Boom Demográfico»
vs. Carência de Habitações (1864-1910) [p.
38]; A Evolução em Tempos de
Mudança (1910-1930) [p. 43]; A Revolução Urbana de Redondo (1930-1953) [p. 49]; A Regressão Demográfica vs.
Readaptação Urbana (1955-1988)
[p. 57]; A Nova Distribuição
Espacial (1988-2015) [p. 62].
Revisitar a Aldeia da Serra, o Convento de
São Paulo, conhecer a aldeia de Montoito e outros pontos rurais do concelho;
tornar ao Redondo e percorrer todo o seu circuito em dia normal; entrar na
Igreja Matriz e no Centro Cultural; são projectos a levar à prática, em breve.
A Sociedade Harmonia. Fiquei a conhecer o
espaço, para além da sala de entrada, o café-bar.
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* Ver a sugestiva descrição, que se pode ler na capa de Ruas Floridas, no final deste
trabalho.
Do Tradicional ao Atual II' - Rua Eça de Queirós
Do Tradicional ao Atual II' - Rua Eça de Queirós e Largo Duques de Bragança
Sombrinhas - Rua das Vinhas Novas
Centro Cultural de Redondo
Rio - Rua 1.º de Dezembro
De passagem, registámos este painel na Rua Vasco da Gama
Pintado por Fátima Garradas
Rua de Montoito - baixo -- A Hora do Chá
Na Harmonia
«A vida está cheia de decisões difíceis»
Stand numa das ruas
Na zona do Castelo
Porta da Ravessa ou do Sol
Pode não parecer, mas aqui começou Redondo; o largo formado junto à porta era o lugar de mercados e feiras. No lado direito de quem entra, estão gravadas no granito áspero dois sulcos, para aferir medidas-padrão (a vara e o côvado).
Aqui começa a Rua do Castelo
Tema - Atlântida
A Rua do Castelo liga as duas portas da vila: a da Ravessa e a do Postigo.
Rua de Santo António
Porta da Ravessa ou do Sol
Pode não parecer, mas aqui começou Redondo; o largo formado junto à porta era o lugar de mercados e feiras. No lado direito de quem entra, estão gravadas no granito áspero dois sulcos, para aferir medidas-padrão (a vara e o côvado).
Aqui começa a Rua do Castelo
Tema - Atlântida
A Rua do Castelo liga as duas portas da vila: a da Ravessa e a do Postigo.
Rua de Santo António
Largo de D. Dinis
Nesta imagem e nas seguintes, o tema «Atlântida»
Nesta imagem e nas seguintes, o tema «Atlântida»
Ao fundo, a Igreja Matriz de N.ª Sr.ª da Assunção, no meio, um enorme polvo; a alegrar tudo, os papéis como gaivotas
Vendo com mais atenção, trata-se de peixes, alguns dos quais são voadores.
Vendo com mais atenção, trata-se de peixes, alguns dos quais são voadores.
Em ruas não identificadas
*
Na Enoteca
Fala o autor do livro
Neste momento, fala o presidente da Câmara
Na Torre de Menagem, com vista panorâmica
Capulho
da escada helicoidal (caracol), sacrificada no «restauro inconsciente nos últimos anos da década de 1920».
A Torre de Menagem,
Modelada semelhantemente à alcaidaria
antiga, com a face principal voltada para o terreiro do hospital, sofreu
restauro inconsciente nos últimos anos da década de 1920, que lhe mutilaram a
escadaria lateral, algumas frestas, escada helicoidal, interior e a cortina do
parapeito. […]
(T. E., no Inventário..., p. 270, 1.ª col.)
Vistas, lá de cima
Ao fundo, a Ermida de S. Pedro
Está situada no extremo norte-ocidental da vila, em sítio elevado e dominador da antiga Tapada de S. Pedro, alcançando-se, hoje, por escalinata de pedra que a Câmara ordenou na década de 1930 e muito melhorou as suas perspectivas envolventes.
Túlio Espanca, no Inventário Artístico do Distrito de Évora (Zona Sul), I Volume, Academia Nacional de Belas- Artes, Lisboa, 1978, pág.287, 1.ª col.
Zona residencial relativamente recente
No horizonte, a serra de Ossa
Convento de Santo António da Piedade, onde está se encontra o Museu do Barro. Propriedade da Câmara Municipal, ali foi instalado em 1872 o Cemitério Público.
Em frente, a Torre do Relógio
Parte posterior da Igreja Matriz
Ao centro e à esquerda, junto à árvore grande, vê-se o portal da igreja da Misericórdia
*
Uma espécie de leque, impresso dos dois lados
Folha central de «Ruas Floridas Boletim do Visitante»
Abaixo se reproduz dois recortes da mesma folha central, bem como a capa do boletim
O boletim, em formato A 4
*
Ver:
Estive em Redondo há muitos, muitos mas mesmo muitos anos, tantos que pouco ou nada lembro do que visitei...!!!
ResponderEliminarEste texto e as bonitas fotos que o ilustram aguçaram o apetite para uma visita a esta bela vila alentejana...!!! Talvez ainda este verão...!!!
Pena é que já tenham terminado as festas...
Continuação de boas férias e bons passeios.
AG
Sou um aficionado, afeiçoado por Évora e os concelhos que a rodeiam. E ainda falta conhecer tanto, incluindo as zonas rurais!... Tenho um certo pudor em dizer que me divirto imenso e estou com sorte, pois o que falta conhecer é muito, como um bolo que nunca acaba.
EliminarRetribuo os desejos de boas férias, com a continuação de bons passeios.
JL