21, 22 e 23 de
Agosto
Os rostos mais visíveis são os da Sr.ª
Dona Maria do Rosário e do filho, Fernando.
Já conhecia o espaço, mas desta vez fez-se
um clic no meu cérebro, no meu ser, na minha alma ou lá onde estas coisas se
fazem. Tudo começou, creio, na observação de uma das paredes, toda ela
mostruário dos instrumentos e objectos próprios de uma vida que ainda pude ver
em pleno. Trabalhos dos campos, arreios de animais e outros adereços, coisas da
vida doméstica. Ervas aromáticas, que tão grande sabor dão à comida alentejana.
Entremos. Depois do pequeno café-snack
bar, passamos ao restaurante, por um ou por outro de dois breves corredores, um
a cada lado. Numa saleta intermédia, uma mesa posta, com bonito arranjo floral
de girassóis (feitos por mão humana; achei-os grandes, mas dizem-me que os há
bem maiores, na natureza).
E estamos no restaurante. Umas vezes,
escolhemos, outras, concordamos com a proposta do Fernando. O tempo de espera é
muito pouco. Há prato do dia. Desta vez, ninguém falou em achigã, o peixe que
não havia, mas passou a haver, quando a certa altura foi introduzido na
albufeira de Montargil. É especialidade da casa.
Refiro também o jovem montargilense que
atendia às mesas, com competência que lhe parece ser natural.
No fim de tudo, passámos ao terraço e
aproveitámos para ver as vistas, do parque desportivo e de parte da vila.
Vila rural. Sim.
— Hoje, vila turística — diz um de nós, no
dia seguinte, no DOM CAFÉ, enquanto estamos à conversa, naquela agradável sala
com paredes de vidro.
O TROPICAL - Rua Heróis do Ultramar
Este peixe come os outros, mas também há quem o coma a ele
Vassouras ou vasculhos (basculhos)
Ervas aromáticas, maçarocas de milho, uma réstea de alhos, cenouras e dois cochos para beber água
Mangual
Serve para malhar cereais, a fim de libertar o grão do seu invólucro
Serve para malhar cereais, a fim de libertar o grão do seu invólucro
Ancinho de madeira
Da esquerda para a direita: melim e canga (as peças verticais são os cangalhos). O melim põe-se no pescoço do animal e a canga, em cima do melim.
Canga e melim
Melim
Forquilha de madeira e arreio de cabedal
Pá de mandar o trigo para o ar e arreio
Ancinho de madeira e joeiro, para joeirar o trigo. Distinguir de peneira, para peneirar farinha.
Joeiro
***
O terraço-esplanada e as vistas que de lá se desfrutam
*
Vista aérea da zona em que está implantado o restaurante
Rua Heróis do Ultramar
O café-snack bar e restaurante O TROPICAL é um dos últimos edifícios ao fundo do lado direito
(Imagem de 2013, com a devida vénia a google earth)
Agradecimento — ao Sr. Valentim Varela, que no seu tempo de juventude no
concelho de Santiago do Cacém conheceu bem os trabalhos do campo e me ensinou
alguma coisa sobre os objectos das lides agrícolas e domésticas.
Foi certamente um bonito passeio...!!!
ResponderEliminarMais uma vez a matar saudades do seu Alentejo, verdade?
Parabéns pelas fotos...
Continuação de uma boa semana.
AG
Tenho algumas dúvidas quanto à designação «canga». Já depois de publicada a mensagem, reparei que tinha o precioso ATRAVÉS DOS CAMPOS, de Silva Picão, mas nem aí consegui tirar a dúvida.
ResponderEliminarEsperava apanhar discretamente alguns figos da Índia, que se encontram junto à estrada, perto da vila, mas não tive oportunidade. Aqui, perto de Torres, também há... Aquela história da tenaz e da vassoura, por causa dos picos, é de mestre. Até aqui, o processo tem sido mesmo «à mão».
Boa semana.
JL