segunda-feira, 24 de agosto de 2015

O TROPICAL - restaurante

21, 22 e 23 de Agosto
Os rostos mais visíveis são os da Sr.ª Dona Maria do Rosário e do filho, Fernando.
Já conhecia o espaço, mas desta vez fez-se um clic no meu cérebro, no meu ser, na minha alma ou lá onde estas coisas se fazem. Tudo começou, creio, na observação de uma das paredes, toda ela mostruário dos instrumentos e objectos próprios de uma vida que ainda pude ver em pleno. Trabalhos dos campos, arreios de animais e outros adereços, coisas da vida doméstica. Ervas aromáticas, que tão grande sabor dão à comida alentejana.
Entremos. Depois do pequeno café-snack bar, passamos ao restaurante, por um ou por outro de dois breves corredores, um a cada lado. Numa saleta intermédia, uma mesa posta, com bonito arranjo floral de girassóis (feitos por mão humana; achei-os grandes, mas dizem-me que os há bem maiores, na natureza).
E estamos no restaurante. Umas vezes, escolhemos, outras, concordamos com a proposta do Fernando. O tempo de espera é muito pouco. Há prato do dia. Desta vez, ninguém falou em achigã, o peixe que não havia, mas passou a haver, quando a certa altura foi introduzido na albufeira de Montargil. É especialidade da casa.
Refiro também o jovem montargilense que atendia às mesas, com competência que lhe parece ser natural.
No fim de tudo, passámos ao terraço e aproveitámos para ver as vistas, do parque desportivo e de parte da vila.
Vila rural. Sim.
— Hoje, vila turística — diz um de nós, no dia seguinte, no DOM CAFÉ, enquanto estamos à conversa, naquela agradável sala com paredes de vidro.

O TROPICAL - Rua Heróis do Ultramar



Este peixe come os outros, mas também há quem o coma a ele



Vassouras ou vasculhos (basculhos)

Ervas aromáticas, maçarocas de milho, uma réstea de alhos, cenouras e dois cochos para beber água







***


Faca curva-machadinha?

Mangual
Serve para malhar cereais, a fim de libertar o grão do seu invólucro

Ancinho de madeira

Da esquerda para a direita: melim e canga (as peças verticais são os cangalhos). O melim põe-se no pescoço do animal e a canga, em cima do melim.

Canga e melim

Melim

Forquilha de madeira e arreio de cabedal

Pá de mandar o trigo para o ar e arreio

Ancinho de madeira e joeiro, para joeirar o trigo. Distinguir de peneira, para peneirar farinha.

Joeiro
***
O terraço-esplanada e as vistas que de lá se desfrutam






*
Vista aérea da zona em que está implantado o restaurante

Rua Heróis do Ultramar
O café-snack bar e restaurante O TROPICAL é um dos últimos edifícios ao fundo do lado direito
(Imagem de 2013, com a devida vénia a google earth)

Agradecimento — ao Sr. Valentim Varela, que no seu tempo de juventude no concelho de Santiago do Cacém conheceu bem os trabalhos do campo e me ensinou alguma coisa sobre os objectos das lides agrícolas e domésticas.

2 comentários:

  1. Foi certamente um bonito passeio...!!!
    Mais uma vez a matar saudades do seu Alentejo, verdade?
    Parabéns pelas fotos...
    Continuação de uma boa semana.
    AG

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  2. Tenho algumas dúvidas quanto à designação «canga». Já depois de publicada a mensagem, reparei que tinha o precioso ATRAVÉS DOS CAMPOS, de Silva Picão, mas nem aí consegui tirar a dúvida.
    Esperava apanhar discretamente alguns figos da Índia, que se encontram junto à estrada, perto da vila, mas não tive oportunidade. Aqui, perto de Torres, também há... Aquela história da tenaz e da vassoura, por causa dos picos, é de mestre. Até aqui, o processo tem sido mesmo «à mão».
    Boa semana.
    JL

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