sexta-feira, 15 de abril de 2016

Alfarrabistas e livreiros em geral

O Sr. Jorge Nunes é o livreiro-alfarrabista de quem sou mais assíduo e, por isso, aqui tem o primeiro lugar. Entretanto, não é bom ignorar alfarrabistas de fora de Lisboa, para uma obra de que ocasionalmente precisemos, para nos ilustrar ou simplesmente pelo gosto de ler. Jorge Nunes, homem ainda novo, para alguma surpresa minha, quando o visitei pela primeira vez na livraria. Contactávamos por correio electrónico, uma ou outra vez pelo telefone. Uma pessoa de 60 anos pode chegar até nós ao telefone com uma voz jovem e assim a imaginamos. Não sei que filtro fez o telefone, no caso de Jorge Nunes. Talvez interponhamos uma prevenção, sem dar por isso. Ouvimos o que queremos ouvir!? É que imaginei Jorge Nunes uma pessoa de idade, «carregando» uma herança cultural que de algum modo o prende na fidelidade e lembrança dela… À entrada da Travessa de São Domingos de Benfica perguntei a uma senhora de um «lugar» ou pequena loja onde era o estabelecimento que procurava. Logo a senhora me informou: o Jorge? Gostei da familiaridade.
O Jorge. É como hoje lhe chamo. Homem que faz o seu trabalho com alegria e competência, é leve no desempenho da lide, português de gema no aspecto físico, um de nós — que somos variados no aspecto, diga-se. Um de nós, na aparência que recebemos pelos olhos, na aura, na envoltura de gestos, olhar, fala, alma que se sente. Tudo o que, somado, constitui uma presença. A culpa de alguma imagem que suspeitei nele deve vir do seu nome, com um apelido estrangeiro, prévio ao Nunes, que é portuguesíssimo da silva. Essa palavra estrangeira pode traduzir-se por «fogo ruivo», alterando uma vogal, de «e» para «a», como acontece na oralidade portuguesa.
Vejam bem. O conteúdo da palavra afasta da imagem que suspeito ter criado, ou melhor, de que suspeito ter criado uma suspeita. Há tantas palavras estrangeiras que nos soam elegantes e distintas e são na sua origem «tão concretas e definidas como» oliveira, figueira, de que se socorreu Hervé para criar a personagem Oliveira da Figueira, dos livros de Tin Tin. Não compreendi o nome, olhei só para a pele ou indumentária.
O Jorge manda quase todos os meses o catálogo on-line dos livros do mês. E, também quase sempre vou adquirindo um, dois ou três. Às vezes, passo.
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Algumas livrarias vão fechando. Depois, reabrem com nova gerência. É o caso da Sá da Costa, na Rua Garrett, que felizmente abriu as portas, com gente da Livraria Castro e Silva. Já lá estive depois da reabertura. E é o caso, também, da sucessora da Lácio, que aguarda a satisfação da minha curiosidade.
Outras, não voltam a abrir, como suponho é o caso de uma que fechou no Largo da Misericórdia e da Barateira, na Rua Nova da Trindade, 16-C, muitas vezes por mim visitada ao longo dos anos. As da Calçada do Combro (termo genérico para a zona), só muito mais tarde as descobri.
De várias, temos aqui imagens. Outras podiam figurar. Em termos de beleza da sala, apresentação, montras lindíssimas, a todas leva a palma a Galileu, de Cascais. Évora está omissa. Há-de aparecer.

Loja Nunes


Rua de S. Domingos, 5-A
«A Livraria Nunes nasceu em 1970. Augusto Faustino Nunes foi o seu primeiro alfarrabista, homem generoso e conhecedor de livros antigos. Após falecimento de Augusto Nunes, em 9 de Janeiro de 2005, seu filho, Jorge Nunes, decidiu continuar a carreira do pai.» (Daqui.)




Barateira



 Livraria Castro e Silva

Rua do Loreto, Lisboa






Letra Livre

Na Calçada do Combro, n.º 139; livraria de primeira água









Avelar Machado

Na Rua do Poço dos Negros, 19-21; encerrou as suas portas no passado dia 4 de Abril.




Em Ponte do Sor, fotos tiradas em 11 de Agosto de 2008, perto das quatro da tarde.
 A loja do A. B. CARVALHO (dizia-se A B CARVALHO, vou ao A B CARVALHO) era a
melhor de Ponte do Sor, com tecidos, roupa, louça e outros variados artigos.
Ainda lhe comprei alguns livros. O Sr. mudou-se entretanto para Benavente e um dia encontrei as portas do estabelecimento fechadas, com estas telas de papel vestidas das palavras de poetas. Condizem com o que senti na pessoa do senhor, São a sua despedida.
Continuo a receber catálogos em linha.

Rua de Olivença, na ligação à Rua Vaz Monteiro

Rua Vaz Monteiro







Em frente, o edifício da Câmara Municipal, posteriormente, da Biblioteca Municipal, que também já mudou de instalações.

Rua Vaz Monteiro. Em frente, a ponte sobre o rio Sor

A casa A. B. Carvalho, vista de janela da Biblioteca Municipal, quando ainda aqui se encontrava instalada. (Fotos de 11-08-2008.)
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Livraria Antiquária de Calhariz
02-10-2013


Largo do Calhariz, 14

Livraria Galileu, Cascais
Dia 18-12-2013






Dia 05-02-2014









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