Afonso Cruz
Os livros que devoraram o meu pai. -- A estanha e mágica história de
Vivaldo Bonfim
Peguei no livro, folheei, li umas frases, gostei. Vamos supor que isto é literatura infantil. Desta, gosto. Mas queria dizer, antes, literatura para crianças sem a diminuição de infantil, como às vezes parece andar muita por aí. Digo «parece», porque a bem dizer conheço pouco. Não sou do continente, por enquanto; moro ainda numa ilha, onde já entra Aquilino e um ou outro mais. (Não contam para esta história os romances e contos tradicionais.)
Diria que Afonso Cruz está a ver as coisas com os meus olhos. Esta migração leve de um mundo a outro é tão natural...
Os livros que devoraram o meu pai é para todas as idades. Para as crianças que são e para as crianças que somos.
No sótão («estava tudo cheio de letras»), de repente é tudo gente. Tudo são pessoas: o pó, os livros...
DA CONTRACAPA: «Vivaldo Bonfim é um escriturário entediado que leva romances e novelas para a repartição de finanças onde está empregado. Um dia, enquanto finge trabalhar, perde-se na leitura e desaparece deste mundo.
Esta é a sua verdadeira história -- contada na primeira pessoa pelo filho, Elias Bonfim, que irá, qual Telémaco, à procura do seu pai, percorrendo clássicos da literatura cheios de assassinos, paixões devastadoras, feras e outros perigos feitos de letras.»
Só o primeiro capítulo, para se ter uma ideia:
É mesmo um livro para crianças. O autor recebeu o Prémio Literário Maria Rosa Colaço, distinta professora do ensino primário, como então se dizia, formada na Escola do Magistério Primário de Évora e, logo nessa época, além de actividade cultural, no âmbito daquele estabelecimento de ensino, colaborava no suplemento literário DOM QUIXOTE, do Jornal de Évora.
Este livro é da Editorial Caminho e dedicado aos filhos do autor.
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Lê-se depressa e as letras são de tipo grande. Vou continuar a ler.
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