Novo livro de Herberto Helder
Damos aqui algumas primícias do novo livro de Herberto Helder, para ler e ouvir.
PARA LER
até cada objecto se encher de luz e ser apanhado
por todos os lados hábeis, e ser ímpar,ser escolhido,
e lampejando do ar à volta,
na ordem do mundo aquela fracção real dos dedos juntos
como para escrever cada palavra:
pegar ao alto numa coisa em estado de milagre: seja:
um copo de água,
tudo pronto para que a luz estremeça:
o terror da beleza, isso, o terror da beleza delicadíssima
tão súbito e implacável na vida administrativa
(Da internet.)
*
Servidões. E visões e vozes. Mas sem alma, nada há a salvar. E a
música, a música, quando, como, em que termos...
e a música, a música, quando, como, em que termos
extremos
a ouvirei eu,
e ela me salvará da perda da terra, águas que a percorrem,
tão primeiras para o corpo mergulhado,
magníficas,
desmoronadas,
marítimas,
e que eu desapareça na luz delas -
só música ao mesmo tempo nos instrumentos todos,
curto poema completo,
com o autor cá fora salvo no derradeiro instante
numa poalha luminosa?
(Com a devida vénia ao blogue Servidões. E visões e vozes. Mas sem alma, nada há a salvar. E a música, a música, quando, como, em que termos...
e a música, a música, quando, como, em que termos
extremos
a ouvirei eu,
e ela me salvará da perda da terra, águas que a percorrem,
tão primeiras para o corpo mergulhado,
magníficas,
desmoronadas,
marítimas,
e que eu desapareça na luz delas -
só música ao mesmo tempo nos instrumentos todos,
curto poema completo,
com o autor cá fora salvo no derradeiro instante
numa poalha luminosa?
Servidões, de Herberto Helder, Assírio&Alvim, p. 55.
(Com a devida vénia ao blogue omeuinstante.blogs.sapo.pt/399277.html)
*
PARA OUVIR
Sete poemas de Servidões
http://www.tsf.pt/PaginaInicial/Vida/Interior.aspx?content_id=3241601(Com a devida vénia à TSF.)
Sem comentários:
Enviar um comentário