Domingo, 2 de Novembro
Ao passar pela Rua dos Celeiros de Santa
Maria, no dia 25 de Outubro, manhã de sábado, estava a regalar-me com tudo o
que há nela. E estive a apreciar o movimento, por volta das dez horas. As
casas, o Passo, as tabuletas dos estabelecimentos, tudo. Arte e vida. História,
ruínas. Numa porta já em estado precário, a manusear com cuidado, abriu-se uma
nesga para o interior. Um homem novo, bem jovem ainda, ensaiava nela
preparativos. Mais tarde no dia, ia ser franqueada ao público para a
intervenção artística que ali iria ter lugar, mas, agora, havia que fechá-la.
Um grupo de escoteiros dava uma animação especial, tranquila, junto à sede do
Grupo 129.
À tarde, visitei A Pérola de Torres. O
que vi e senti guardo para mim, não tendo registo de imagens nem apontamento.
Como, entretanto, o tempo passa muito rápido ou deixamos que passe, acabou tudo
hoje e já não é possível nova visita. A oferta cultural, entendida de maneira
lata, em Torres é muito variada e abundante, para não termos a pretensão de
saltitar de uma actividade para outra... E diga-se que esta mesma iniciativa a
que nos estamos referindo é muito plural no que mostra. Uma área não muito
grande tem vidas e vidas, irradia mensagens, somos interpelados a adaptarmo-nos
a cada novo mundo por que vamos passando, numa mesma sala ou em toda a casa.
Ficou o que ficou. Foi agradável.
Detive-me mais num dos sectores da
exposição; apreciei as fotografias de Eduardo Catarino e fui à procura do
autor, por causa de uma. Conversámos sobre ela e pedi-lhe pormenores técnicos.
Foi proveitoso, tendo Eduardo Catarino sido de uma amável disponibilidade.
No sábado seguinte, ontem, foi a vez de
entrar na ruína, sem ir prevenido de programa. Uma tertúlia, lá no
fundo, ia tertuliando, mas era quase inexistente. Estava meia «escondida».
Tirei algumas fotografias medíocres, enquanto ia vendo o exposto, à fraca luz.
A ruína é estirada, esguia. Acabei sentado numa cadeira, ouvindo algumas
palavras ao (não consegui reconhecer na semiobscuridade) arquitecto José
Adrião. Estava no fim.
Sem desfeita, o melhor ainda estava para
vir. Com dois amigos, estive no Boca Roxa, saímos, conversámos... e fomos
andando pelas ruas velhas, mas cheias de gente ainda, que um de nós foi
apresentando numa opulência de saber, de vivência, pessoas, casas... «Aqui era
a oficina do... ... que tinha um cavalo muito bonito... ... que... E eu pedia-lhe, às vezes... ...» Um festim.
Subimos a Travessa do Quebra-Costas e
entrámos no Quebra-Costas Bar. Foi um dia sem jantar em casa. E a culpa, no
fundo, é das intervenções artísticas em espaços devolutos.
Um dos anúncios da pág. 4 (toda a eles destinada) do jornal
Alta Estremadura, n.º 83, 10-04-1935, publicado em Torres Vedras. Esta
mercearia deve ter antecedido no mesmo espaço A Pérola de Torres. !?
Ao fundo, à direita, a Pérola de Torres
Foto de 14-04-2014
Foto de 14-04-2014
Foto de 14-04-2014
Foto de 14-04-2014
Foto tirada no dia 25-10-2014, às 9:56
No mesmo dia
A ruína.
Esta fotografia e as seguintes, menos as três últimas, foram tiradas em 01-11-2014
Podemos ler a mensagem que transparece no verso desta folha, na imagem seguinte
De saída
Pintura na parede d'A Pérola de Torres
Foto tirada em 02-11-2014
Foto tirada em 02-11-2014
Ver, com a devida vénia a JMD, a reportagem
sobre esta iniciativa da Associação Estufa — Plataforma Cultural, incluindo
fotografias dos dois pólos: o espaço Pérola e a ruína. AQUI. O mesmo agradecimento a VA, pela reportagem fotográfica, publicada
nas VEDROGRAFIAS, logo
na tarde do primeiro dia.
Consultar: http://www.estufa.pt/
Associada a esta,
a mensagem sobre a Rua dos Celeiros de Santa Maria.
A tua abertura à vida, ao social, é francamente admirável.
ResponderEliminarHá coisas que acontecem.
EliminarUma bonita e interessante explanação sobre uma zona histórica.... (A zona histórica de Torres Vedras)..
ResponderEliminarÉ bom esse conhecimento que se obtém dos locais, das coisas, das pessoas, através desses passeios que quase sempre surgem ao acaso...!!!
As fotos aqui apresentadas são muito elucidativas e como boas imagens que são, falam por si....
Continuação de boas caminhadas pelas históricas ruas deste burgo....
AG
Caminhadas e acaso conjugam bem. E as ruas são como os rios, lugares de encontro.
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