Domingo de Páscoa, 5 de Abril
No Teatro-Cine, de Torres Vedras, 16 horas
Bankster, Banksters, palavra formada, a partir de banker(s) e gangster(s). Foi usada em 1933 pelo juiz Ferdinand Pecora, responsável pela investigação sobre as práticas de Wall Street que conduziram ao crash de 1929 (ver, aqui), embora tivesse aparecido na imprensa dos E. U. A., um ano, um ano e meio antes.
Foi muito agradável este espectáculo de ópera. Melhor, ainda, seria se, em vez da versão de concerto, tivéssemos assistido à versão integral, como se pôde ver no Teatro Nacional de São Carlos em 2011 (estreia no dia 18 de Março). E gostaria de poder adquirir o libreto, com todas as falas.
Dito isto, oferecemos abaixo, com a devida vénia, o linque para o pequeno caderno com texto de Afonso Miranda e sinopse da acção.
As grandes companhias internacionais e a aparente falta de suficiente controlo das suas actividades, a existência de paraísos fiscais, perante a muito provável impotência dos Estados, são situações de todos conhecidas e que a quase todos assustam. Mas, mais... O material e o imaterial, digamos o espiritual, estão juntos, numa ópera sobre a vida moderna e a dimensão trágica de todos os tempos.
Banksters, a ópera de Nuno
Côrte-Real (n. 1971), apresenta-nos uma sátira do mundo actual, um mundo
esvaziado de valores e referências espuirituais e metafísicas, um mundo cada
vez mais dominado pela razão material e instrumental. Nesta época
dessacralizada, na qual todos os ideais se parecem dissolver nos imperativos
económicos, o homem parece perder o seu espaço cósmico interior. Vivemos
anestesiados, na busca urgente da felicidade material, e perdemos de vista o
essencial, o sentido do mistério, o olho que olha o invisível. Plena de
simbolismo e de ressonâncias metafísicas, mas também de ironia e humor, Banksters põe em confronto dois mundos:
o da vida material e o da vida espiritual, o mundano face ao divino.
(Primeiro parágrafo do texto de Afonso Miranda)
(Ver mais, aqui.)
Cartão-postal, impresso dos dois lados
O mesmo
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Ópera Banksters - Homenagem a Vasco Graça Moura (pág. da C. M. de T. Vedras, na net)
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