Passo por aqui muita vez e a arte urbana ou arte pública que encontramos nas nossas vilas e cidades interessa-me muito. Por isso, aqui fica mais um exemplo, na intersecção das ruas Coronel João Luís de Moura e 1.º de Dezembro, apesar de.
O grafitter MGomes já é nosso conhecido, pela sua intervenção artística na chapa da vedação do Choupal.
Passei por ali dias antes da inauguração, com
um dos dois módulos ainda inacabado, que incluirá um auditório. Pensei nas
obras para o arquitecto, em vez de ser o arquitecto para a obra. O gosto, o do
moderno-asséptico-espectáculo. Será isto ou não e muito mais. Pensei também em
Vila Viçosa, com os seus coches, parte integrante do Paço dos Duques de
Bragança, de onde agora vieram alguns para o museu de Lisboa. Bem ou mal...
Tenho fortes dúvidas de que tenha sido bom tirar o Museu dos Coches
do lugar onde estava. Se nadamos em dinheiro, é razoável que também os coches
andem a nadar no novo espaço. Com tudo isto, espero que venha a ser um bom
museu e conto visitá-lo nos próximos dias. Gostei muito de ler o que escreveu no PúblicoRaquel Henriques da Silva.
Em 15 e 16 do corrente, quem entrasse nos Paços do Concelho - Praça do Município, depois de (e sem) tomar café no Kénia ou na Casa da Avó Gama, não deixaria de ver esta bela imagem.
Transcreve-se informação da parte inferior, centro:
RECRIAÇÃO HISTÓRICA DO CONSELHO RÉGIO DE D. JOÃO I - 1414
No Auditório do Edifício Paços do Concelho decorria a 18.ª edição do Encontro de História Turres Veteras.
Da recriação histórica do Conselho, há um ano, demos notícia aqui e aqui. Agradou bastante, mesmo na fórmula como o rei se despediu e nos despediu. Em 2015, comemorando seis séculos sobre a tomada de Ceuta, a viv'arte brindou-nos com uma 2.ª edição.
Descubro, entretanto, que está patente ao público, desde o dia 15, p. p., a exposição
Torres Vedras no caminho de Ceuta. 600 anos
Do Conselho Régio de Torres Vedras... à conquista de Ceuta (1414-1415)
Quando
as bases são boas… Construiu-se, para ficar. Para já, peço que não se tire os
olhos desta primeira imagem. O monograma, ali bem à vista, sinal
distintivo, emblema da classe de uma grande casa, espera pacientemente. Hoje, depois de tantas vezes por ali fazer caminho, chegou a vez de conversarmos. E você?, consegue identificar o local, decifrar a sigla?
Exposição -- 21 de Março a 9 de Maio / Câmara Escura
Ia a passar e entrei.
Óptimas fotografias. Não são apenas fotografias.
Para comodidade na explicação: as palavras «estática», «imobilidade» têm aqui menos lugar do que é habitual, mesmo em grandes fotógrafos. Tecnicamente, a imagem está parada, o instante, fixado. Todavia, não só o conjunto das fotografias vai contando uma história, como cada uma delas mostra uma situação. O afluxo de partículas, ondas de luz recebidas na retina, vem acompanhado da força da mulher que nos envolve espiritualmente. As palavras, agora, são «dinâmica», «movimento», «vida».
A vida de cada quadro vem até nós com a cisão do átomo-partícula ou como gravidade, impulso, atracção? Quero sugerir: há ruptura de mundos, desvalorização do passado, justaposição de passado e presente que o dessacraliza e gela..., colisão, interpenetração dos dois?, diálogo...
Os quadros, cada um, lembram a arte cénica. A iluminação dentro deles é de uma técnica que aspiramos a entender..., bem como algum efeito de sobreposição ou projecção, montagem, jogo com o espelho...
A personagem (auto-retrato) é sempre a mesma, com diferentes identidades-papéis. É mulher, é a voz da mulher, é a voz do mundo, pela voz dela.
***
Depois de uma nota curricular sobre a autora, podia ler-se, na página na internet da CCC /Câmara Escura, o que a autora diz deste seu trabalho. Felizmente, tal ausência pode suprir-se com a folha disponibilizada aos visitantes. A nota curricular é mais breve. Ver, aqui. Nota: As fotografias, aqui incluídas, não dão uma pálida imagem da qualidade das que o público pôde apreciar. Já não é possível dar remédio.
Na antecâmara
Na sala de exposição
(Actualizado em 29-05-2015. A exposição ainda hoje se podia visitar, contrariamente ao que digo na última frase, acima. E consegui localizar na página da CCC/Câmara Escura o texto que julgava perdido, com a nota curricular completa de CC, como se pode ver, clicando no linque inserto no texto.)
Sebastião Salgado procura o mundo na sua génese; homens e mulheres, animais, toda a vida vegetal e a natureza em geral, paisagens e lugares remotos, isolados e duros. O mundo intocado ou quase pelo desenvolvimento agressivo que temos. Talvez a utopia venha a ganhar força, para bem de todos.
As duzentas e quarenta e cinco fotografias e respectivas legendas chegam a cansar-nos e, na parte final, olhamos o conjunto mais abreviadamente. Ver como vivem pessoas em situação tão agreste e fora da grande área povoada, mais ou menos contínua — o que os antigos chamavam a ecúmena —, deixa-nos magoados.
O que vimos, incluindo um vídeo de perto de dez minutos, mostra como Sebastião Salgado começou a aventurar-se num campo onde já estavam fotógrafos da National Geographic, acabando por explorar demorada, abnegadamente, a Patagónia, Antártida, Papua Ocidental, Sibéria, Etiópia, Namíbia, Calahari, Madagáscar, Galápagos...
A curadoria da exposição é de Lélia Wanick Salgado, mulher de Sebastião Salgado, que de há anos o acompanha em muitas viagens.
É distribuído um desdobrável, formato A 3, impresso dos dois lados.
O
facto é que não podemos continuar a poluir o nosso solo, a nossa água e o ar.
Precisamos agir de imediato para preservar terras e águas ainda intocadas, e
para proteger o ambiente-santuário de animais e povos ancestrais.
E
devemos ir além. Devemos tentar reverter os danos.
Apreciámos, hoje, melhor, o que não houve tempo para fazer na última visita. As dunas estão a ser preservadas. Nas fotografias e legendas se entende melhor.
-- Boa tarde, senhor!
Falei com um senhor que estava a pescar, já «de idade», seco de carnes, saudável. Atendeu bem, cordialmente. «Que é aquilo lá em cima da arriba, onde ela acaba?» Seria algum marco, poste, uma pessoa?
-- É alguém que está a ver os outros pescar..., um lascarino...
Já tinha ouvido esta palavra, mas não a conhecia bem.
-- É como dizem lá na minha terra: «dar fé». Uma pessoa quer dar fé do que se está a passar, anda por ali a ver se dá fé de... quer saber, conhecer.
Concordámos que estas maneiras de dizer se aproximam muito da «cusquice», «ser cusco», como se ouve para estas bandas do mundo.
Dar fé.
No alto da arriba, na finisterra.
PRAIA AZUL - Hotel Restaurante
Praia Azul
Ao fundo, à direita, havia um estabelecimento, encostado à arriba, informal na construção, mas acolhedor. Preferia-o ao actual, mais rico, com melhores condições, menos o bem-estar meio rústico. O ambiente era bom. Na mudança, o Sr. Francisco e a esposa continuaram a assegurar a concessão.
O caminho ao fundo vira à direita e dá acesso à colónia balnear
Perto da estrada que leva à colónia balnear, instalações sanitárias. Serviam, também, o café-bar explorado pelo Sr. Francisco, muito próximo, do lado de cá.
A Foz
Duna
Mais à frente, vê-se o cordão, a sebe de protecção
A pedra
A pedra no caminho
Olhando para trás
O monte mais alto na linha do horizonte, à direita, é a Serra do Socorro, que se vê de todo o lado
À esquerda, um observatório de aves
Além da sebe de varas de vime, foram dispostas ervas para revestimento do areal. Nome comum: estorno; nome científico: ammophila arenaria. Esta designação é híbrida, sendo a primeira palavra, grega e a segunda, latina. ἄμμος,
oυ (ἡ)1 areia 2 (...) 3 (...); φίλος,
η, ον amigo (...). Arenaria = da areia. A expressão ammophila arenaria é redundante. http://www.biorede.pt/page.asp?id=519
Do lado da Foz, como do da Praia Azul, um paraíso para os pescadores
Ponte sobre o Sisandro
No alto da falésia, na finisterra
Na maré-cheia, o Sisandro liga com o mar
Por trás das casas no horizonte é a Boavista e Silveira
Ouvir o mar
(Actualizado em 01-06-2015, na legenda da imagem referindo vime e estorno.)