Sábado, 1 de Julho, às quatro e meia da tarde, tiveram início as cerimónias de inauguração do
Centro de Interpretação das Linhas de Torres Vedras | Forte de S. Vicente. A partir das quatro e meia era oficialmente
festa. Os Gaiteiros da Freiria fizeram ouvir a toada das gaitas de foles,
bombaram e rufaram. Um ou outro e outra, às vezes, salta ou faz só menção,
bombando, tocando ou tamborando. Os mais pequenos saltam mais…
Usaram
da palavra junto à antiga capela do Forte de S. Vicente, novinha em folha, agora adaptada a outro uso social, os senhores presidente da União das
Freguesias da Cidade (S. Pedro e Santiago; Santa Maria e S. Miguel) e Matacães,
vereadora com os pelouros do Desenvolvimento Social, Cultura, Património Cultural,
Turismo, presidente da Câmara Municipal e secretário de Estado da Defesa
Nacional.
Explicaram
o significado da presença de todos naquele lugar, lembrando a situação que os
portugueses vivemos em todo o país e nomeadamente na península de Lisboa, onde
se concentrou boa parte da população fugindo à terra queimada, somando-se aos
que viviam para cá das Linhas… Disse «vivemos», para se perceber bem que nós
que ali estávamos também estivemos no passado e o retemos como experiência das nossas vidas. A comemoração é vida, é actualização do que passou.
Conhecer o passado, apropriar-se dele, torna cada um mais consciente, mais
valioso, contribuindo todos na relação com os outros para tornar o presente
melhor e preparar o futuro. A importância da ligação passado-presente-futuro foi
expressa nas palavras dos oradores.
Terminados
os discursos, os oradores e mais comitiva, que incluía dois representantes do
Exército e da Marinha, encaminharam-se para o edifício, em visita ao Centro,
logo seguidos por toda a assistência.
A
exposição permanente permite dar um conjunto de informação sobre a nossa
história, de maneira rica, colorida, nos suportes que temos à frente dos nossos
olhos: mapas, fotografias, reproduções a cores de páginas e cenas humorísticas
de imprensa da época. Informação, ensino, distracção… Assistimos à projecção de um vídeo, que fica posto à disposição do visitante. Esperamos que seja também possível ser colocado na internet.
Cá
fora, houve gente pacífica armada do «material de guerra» a que pôde deitar
mão, forquilhas, chuços, gadanhas em haste de madeira, compridas como lanças, vestuário
a sugerir a roupa da resistência popular contra o invasor francês. Foi, ainda,
feita uma demonstração prática de como funcionava o sistema de telégrafo de
bolas, ligando em poucos minutos o Forte do Alqueidão no Sobral de Monte
Agraço, a Serra do Socorro, o Forte de S. Vicente, onde nos encontrávamos, e
daqui recebendo a mensagem, à vista, a reenviamos ao Forte do Grilo, junto à
Ponte do Rol.
Divertido,
por expressivo, no gosto que punha nas palavras e nos gestos, as explicações
dadas, Carlos Cunha, do Museu Municipal de Leonel Trindade, homem do
património, em luta contra o vento que como uma criança lhe tirava sem cerimónia a grande capa
de saragoça. E tornava a tirar.
Finda
a festa, começa o convívio de comes e alguns bebes, que deve ter sido óptimo,
mas de que não vou falar, pois não fiquei para a festa, tendo saído pela
esquerda baixa, que foi exactamente o caminho que tomei, saída a «porta» de
entrada no Forte e descendo até ao carro poucos metros mais à frente na
direcção de Torres. Ao descer por esta estrada já familiar, vou reconhecendo
alguma casa, aproximo-me da «Praça da Alegria», esplanada informal, boa para os
de ali e quem lá passar, em frente ao cafezito da Dona Prazeres, cumprimento-os
mentalmente, a ela e ao filho, olá, Dona Prazeres, olá, Cochicho… Bela vista se
tem.
http://www.cm-tvedras.pt/agenda/detalhes/71725/
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