Às 15 h. e 30 min. estava
prevista a chegada do Patriarca de Lisboa à igreja da Graça. As pessoas que o
foram receber, naturalmente satisfeitas e orgulhosas com a visita de um filho
da terra (e ele, também, satisfeito por os encontrar), encheram a igreja e
algumas puderam assistir ao que se passou dentro do templo, em dois ecrãs de
televisão montados no exterior.
A Banda dos Bombeiros Voluntários
de Torres Vedras aguardava. Logo a seguir, uma formação de bombeiros em farda
de gala e com alguns instrumentos próprios do seu ofício. A visão dos
instrumentos musicais sempre fascina e é reconfortante ver a gente nova
presente, incluindo raparigas, como aquelas duas que seguravam e tocavam grandes
trompas, com suas campânulas cor do ouro ou cor de sol. Chega a comitiva e
perante D. Manuel Clemente, no passeio, de costas para a igreja que tão bem
conhece, a banda toca. Chega o tempo de seguir em despedida e desfile, perante
o visitante e comitiva, sempre tocando e virando à direita, para a Rua Santos
Bernardes. A formação de bombeiros atrás. Dia de festa. Dia de São Gonçalo,
padroeiro da cidade e do concelho.
O acolhimento a D. Manuel Clemente
A cerimónia foi muito
interessante, acompanhada de música clássica religiosa apropriada ao momento interpretada
por um pequeno conjunto de câmara — dois violinos (pareceu-me) e uma flauta
transversal. Foram projectadas imagens ilustrativas dos vários momentos da vida
do patriarca.
Eduardo Frutuoso apresentou o percurso
de vida de Dom Manuel, do nascimento até ao presente. De outra geração, mais
jovem, Carlos Marques centrou-se na pessoa de Manuel Clemente, que o baptizou,
e começou a conhecer, como um padre entre outros. Salientou as qualidades que
lhe reconhece, sem pretender dar graxa — as palavras são minhas, mas penso não
fugir ao que ele disse —, mostrando o pedido ou o convite a que se mantenha
igual a si mesmo, na simplicidade e contacto fácil com as pessoas; não se deixe
envolver por uma corte.
Pequeno intervalo.
A missa em Honra de São Gonçalo
Entrada solene na igreja para a Eucaristia.
Ladeavam o nosso bispo de Lisboa, os padres do concelho de Torres Vedras, um
representante da Vigararia-Geral da diocese do Porto e outro, da
Vigararia-Geral da diocese de Lisboa. E diáconos, pelo menos, o Dr. Cruz. A
música também teve papel importante durante a missa. Susana Félix, uma
jovem senhora de Torres Vedras, cantou belissimamente.
Dom Manuel teve também ocasião de falar de si,
o que fez da maneira habitual, com clareza, referindo a catequese, nos bancos
da igreja da Graça, junto às capelas ou no espaço então disponível do claustro.
Olhos bem abertos (de admiração, em todo o sentido) para o que ia ouvindo,
passe a contradição. A figura do Padre Sousa é evocada, ao falar na confissão
(primeira comunhão) e conta sobre palavras que o, então, pároco lhe confiou: «Há uma coisa que ainda não vos
disse» (mais ou menos assim) — e ficou de o revelar um dia, mais tarde. A
memória atraiçoa-me, pois não estava com a intenção de registar nada.
A responsabilidade; perante si mesmo e os outros.
Esta ideia ficou-me como sendo importante e um sustentáculo na estruturação e
guia do homem de igreja e, portanto, do mundo, que Manuel Clemente quis ser. E
não me lembro já bem, mas associo esta importante ideia, porque vivida, a palavras
do Padre Sousa, que, como oriundo de outras terras, não cheguei a conhecer.
*
Entre os compositores, cuja música ouvimos,
contaram-se Bach, Haendel e Vivaldi. Pode haver quem se canse…, é difícil criar
hábitos. Mas às pessoas deve dar-se o
melhor. E foi dado.
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