Concerto na Igreja do Senhor Jesus da Pobreza
Às
18 h. e 30 min., concerto na igreja do Senhor Jesus da Pobreza, com o programa Mestres da Sé de Évora: Polifonia vocal sacra dos séculos XVI e XVII. Ver o
programa, aqui.
Interessava-me
conhecer esta igreja, afinal uma de várias que ainda não visitei. Num dia de
intensa luz, tirei fotografias. O projecto inicial era tirar duas ou três da
igreja do lado de fora e outras tantas do lado de dentro. Tal não foi possível.
Comecei por ficar pasmado com a igreja de S. Francisco, actualmente em obras de
conservação e restauro. A parte que se mostra a quem entra na cidade pela Rua
da República (antiga Rua do Paço). A cor clara da cara lavada. 10 h. e 45: digo
à igreja: «Quero-te levar.» Enveredando pela Rua de Cicioso, tomo o caminho da
igreja do Senhor da Pobreza, um dos motivos que me trouxe a Évora. Foi um nunca
acabar de pontos de interesse de que deixo de falar, referindo apenas alguns —
o edifício onde reside o arcebispo de Évora, o antigo quartel de Infantaria 16,
a casa onde morou Vergílio Ferreira. E a igreja.
A
igreja do Senhor Jesus da Pobreza está «entregue» ao Exército, que procura
zelar pela sua reabilitação. Tem capelão militar. Quem está directamente ligado à tarefa de
acompanhar e promover a recuperação deste monumento é o Sr. comandante da
Unidade de Apoio do Comando da Instrução e Doutrina, tenente-coronel de
artilharia, Manuel Baltazar.
O
Sr. tenente-general Rovisco Duarte, comandante da instrução e doutrina, fez a
apresentação do concerto e nas suas palavras claras ficámos a saber também da
intenção — que tem vindo a ser posta em prática — de manter a igreja aberta de
manhã e de tarde e de fazer esforços para obter financiamentos, indispensáveis à
preservação do edifício e do património artístico que alberga.
*
Calor.
Estive na igreja, onde fui atendido por um jovem militar. Faziam-se
preparativos, para tudo estar em condições à hora do espectáculo. Combinei o
regresso, pelas duas e meia, para poder fotografar o que achasse mais relevante.
E no caminho da Praça de Giraldo, a seguir ao Estrela d’Ouro, entro na arcada. Pouco
depois do meio-dia. Uns dez, vinte metros adiante, que fresco… Uma senhora de
idade, vestida com aprumo, diz para eu ouvir, penso:
— Ai, mãe do céu, que calor que está!
Às
duas e meia da tarde, descendo a arcada, do outro lado da rua, o Banco de
Portugal, dois homens sentados no poial de uma porta. Diz um, para alguém que
passa:
—
Onde é que vai, com este calôri?
Foi
mesmo um dia de verão, a «doer». Aqui, é o sol de Évora, o calor de Évora. Como
não o sei descrever, pedi ajuda a estas duas pessoas para transmitir o que
senti.
Noite
Na Praça de Geraldo, goza-se o fresco.
Muita gente por ali, sentada no mármore, à volta da fonte henriquina, e na
esplanada do tabuleiro central, que os cafés e pastelarias servem. As cadeiras
de cada um têm cor diferente. Dei relevo à sociedade A Bota-Rasa, de que, no
meu tempo de estudante em Évora nem dei pela existência. Só a Harmonia existia.
Conheci a Bota-Rasa, pela leitura de Gabriel Pereira, há algum tempo.
Frequentava-a, passava lá noites. Faz agora 175 anos, a Bota-Rasa.
Uma tuna de estudantes, em traje académico, vai-se juntando. Um deles faz exercícios de destreza com um estandarte. São da Faculdade de Economia da Universidade do Porto. A certa altura, começam a tocar e cantar. Foi lindo. Depois, houve momento de dança. Um rapaz de estatura meã e seco de carnes, normal em gente nova, uma simpatia, o rapaz, veio convidar um de nós (uma), que aceitou. Foram os reis da festa, durante algum tempo, até que outros pares se lhes juntaram.
Ao princípio, pensámos que a tuna era de Évora e se preparava para prestar a última homenagem ao antigo maestro da Tuna do Liceu Nacional de Évora, Adelino Santos, que estava em câmara ardente. Não era assim, mas para nós, que sabíamos do falecimento de Adelino Santos, foi uma homenagem de tuna, na sua cidade, na Praça de Giraldo.
*
17-07-2014, noite e manhã
Muito antes da partida, no intercidades
— como gosto de andar nele! Mesmo em 2.ª classe, há comodidade. E quando, por
momentos, se desliga o ar condicionado, que silêncio…, e o comboio anda
depressa! Muito antes da partida, já estou a olhar para S. Francisco. No
Rossio, uma casa com uma espécie de torre a lembrar igreja chama a minha atenção.
Já na estação, mais umas fotos. Vejo, agora, que os azulejos são obra de Jorge
Colaço, o mesmo artista que criou os da estação de S. Bento, no Porto.
Por hoje, é tudo. Deixo mais duas hiperligações.
http://www.diocese-evora.pt/site/index.php?name=News&file=article&sid=2648http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/4981779
Começa a aparecer a igreja de S. Francisco
Rua dos Três Senhores
Liga a Rua de Cicioso e a dos Infantes
Dentro deste complexo está sediada a residência arquiepiscopal,
com entrada pelo Largo Dr. Alves Branco
Mais à frente, do lado esquerdo,
o Largo Dr. Alves Branco
Largo dos Castelos
A Igreja de S. Francisco, vista do Largo dos Castelos
Edifício do Comando da Instrução e Doutrina
Ver transcrição, em nota final, com comentário
Ver transcrição em nota final
Travessa do Açacal
O mesmo
Placa comemorativa da passagem de Vergílio Ferreira por Évora,
na Rua Dom Augusto Eduardo Nunes, antiga Rua da Mesquita
Junto à casa onde viveu Vergílio Ferreira,viatura do Exército, perto do Centro de Saúde
de Évora, do outro lado da rua; resulta da transformação do anterior Hospital Militar Regional N.º 4
A igreja do Senhor Jesus da Pobreza,
ao fundo da Rua Dom Augusto Eduardo Nunes,
antiga Rua da Mesquita
Sociedade União Eborense
Bota-Rasa
*
O monumento sagrado, cuja fachada olha ao ocidente, domina o largo do seu nome, antigo da Piedade e encosta, na banda direita do observador, ao extinto recolhimento que perdeu, ano após ano, no regime de enfiteuse particular, o carácter ancestral e os volumes arquitectónicos. (T. E., no Inventário...)
Altar dedicado a S. Miguel
Altar-mor
Altar dedicado a N.ª Sr.ª da Piedade
Altar dedicado a N.ª Sr.ª do Amparo
Texto de Túlio Espanca, retirado com a devida vénia do Inventário Artístico de Portugal, concelho de Évora, I volume, Academia Nacional das Belas-Artes, Lisboa, 1966, pág. 181, 1.ª coluna. É o texto introdutório. Segue a descrição pormenorizada do monumento e área de implantação.
*
Igreja de S. Francisco, em obras
À direita, a igreja de S. Francisco
Em frente, ao fundo, os sinos da igreja dos Meninos da Graça
No Rossio de S. Brás, monumento aos mortos da Grande Guerra
De frente para a figura de mulher, representando a Vitória,
abaixo do escudo da cidade, lê-se, em latim
FILIIS
PRO PATRIA
CAESIS
EBORA
(Aos filhos caídos pela pátria
Évora)
Curiosa casa, com uma espécie de torre, lembra uma igreja.
No Rossio de S. Brás.
Edifício do Comando da Instrução e Doutrina
Assinatura de Jorge Colaço
Nasce o dia
O intercidades, pronto para a viagem a Lisboa
*
Duas notas finais
1 -- A inscrição do marco comemorativo:
AQUI VEIO
ESPERAR O ILL.MO SR J M RAMALHO E SEUS AMIGOS O 5 DE CAV:
A 19,7 1880
Tenho alguma dúvida no «E», em «DE»,
bem como nos dois pontos e na vírgula, a seguir a 19. O comentário diz respeito à concordância de «veio», com o Ramalho e seus amigos. Podia-se ter dito «aqui vieram»: o Ramalho e os amigos. O que ficou na pedra foi que o Ramalho (e os amigos) veio esperar o 5 de Cavalaria. É uma sintaxe axionímica, com a concordância na frase a subordinar-se à importância, dentro do sujeito composto, do elemento preponderante.
2 -- A placa descritiva, na base do marco comemorativo:
MARCO COMEMORATIVO DA RECEPÇÃO FEITA AO REG. CAV. 5 A 10 km DE ÉVORA, POR POPULAÇÃO DA CIDADE, QUE TAMBÉM CONSTRUIU E OFERECEU ESTE QUARTEL AOS SEUS DRAGÕES.
(Actualizado em 18-07-2014)
(Actualizado em 18-07-2014)
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