quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Rosas em Agosto?

— Rosas em Agosto?
— É verdade. Esta roseira dá rosas, pelo menos, duas vezes ao ano. As outras não têm perfume e são mais claras. Estas, de vermelho vivo e com perfume, mais forte ao meio-dia, com sol intenso. Fio-me no que me dizem, pois devo estar constipado.

28-8-2014, 14:24

28-08-2014, 19:48

28-08-2014, 14:24

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Pelas Ruas de Torres Vedras

Rua Dr. Carlos França
A Rua Dr. Carlos França liga a Rua Dona Teresa de Jesus Pereira e a Rua Paiva de Andrada. Atravessa no seu curso as ruas Álvaro Galrão, Brigadeiro Neves Costa e António Batalha Reis.

Ver, aqui, a vida e obra de Carlos França, natural de Torres Vedras.




terça-feira, 26 de agosto de 2014

Leituras

Ontem, sob o título «António Telmo homenageado no IV aniversário da sua morte», publicou-se uma mensagem, ilustrada com algumas fotografias da estátua e tanque do Gadanha, em Estremoz. Pretexto, para hoje as inserir, aqui, de novo e lembrando Zeca do Paço ou  o Zé Capador de Estremoz, nomes por que era conhecido o Sr. José João Nunes Martins (Castrador Diplomado pela Escola Superior de Medicina Veterinária de Lisboa).
Há uma ligação grande entre o sítio onde está o Sátiro, no Rossio do Marquês de Pombal, e o tanque do Gadanha. Em tempo antigo, um fio de água, um regato, vindo de onde Nun'Ávares Pereira rezou, antes de se dirigir para a batalha dos Atoleiros, junto a Fronteira, corria na diagonal até mais ou menos onde é a Fonte das Bicas, na parede do tanque virada para o lado do castelo e do Hotel Gadanha, defronte. O poeta imagina os dois seres mitológicos, com óptima capacidade auditiva e visual, em diálogo bem humorado da parte do Sátiro, como dele se espera... A resposta do Gadanha, mais empenhado na tarefa de levar a gente, não a sabemos. 

(Da internet)


 Esta espécie de concha é relativamente recente. Espero que não pegue a moda da cobiça do espaço vazio, para ir semeando objectos. Este espaço é só do Gadanha. Deve ser indisputado ao ceifeiro, que vê partir toda a gente e vai ficando. Só.

*


Zeca  (Dito)
«Vou dizer uma obra da minha autoria, dedicada a duas estátuas, ou seja(m), dois monumentos que tem Estremoz — o Sátiro a falar para o Gadanha.» Zeca dá uma explicação breve1.

Diz [disse?] o Sátiro em piadas:
«Gadanha, somos parentes;
As nossas mães eram fadas:
Duas mouras encantadas
Que vierom nas águas correntes.
São as fontes, os nascentes,
O nosso lar, o nosso canto.
E por sermos descendentes
De encantados das enchentes
É a água nosso encanto.

Somos o riso dos outros
Tu, por teres umas grandes barbas
De mim, riem-se os garotos
Dizendo, feitos marotos:
“Olha o patas de cabra!”
Mas, os anos que passam velozmente
E os que mangam vão levando.
Dêx’òs lá mangar da genti!
Lá vai mais um, ó parenti
E nós cá vamos ficando.»

No fim, parece a voz do Zeca, dizendo: «Isto…, é do Zeca! — Responde um: «Isto é do Zeca, isto é obra seleccionada.»


1 «Porque todos quantos morem nas proximidades de Estremoz, têm que passar junto do Gadanha, mas (?) do Sátiro…»  O «mas» deve ser com pronúncia aberta, «más» ou «mais», aqui, com o significado de «e». Têm de passar junto do Gadanha e do Sátiro.

*
Fados e outras coisas do Zeca  (C-1 – cassete do sr. Madruga). Dito.
*
     Os versos, acima, inserem-se numa recolha de poesia popular, maioritariamente, décimas, feita, sobretudo, em 1972/73, junto com Francisco dos Santos Rodrigues,  e ainda à espera de umas boas horas e horas de trabalho, para ultimar uma possível e desejada publicação.

     O convívio com o Sr. Zeca deu-se no café e restaurante do Sr. Ramalho, no Rossio, junto à Rua Victor Cordon. 

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

O Gadanha e o Sátiro

Ontem, sob o título «António Telmo homenageado no IV aniversário da sua morte», publicou-se uma mensagem, ilustrada com algumas fotografias da estátua e tanque do Gadanha, em Estremoz. Pretexto, para hoje as inserir, aqui, de novo e lembrando Zeca do Paço ou  o Zé Capador de Estremoz, nomes por que era conhecido o Sr. José João Nunes Martins (Castrador Diplomado pela Escola Superior de Medicina Veterinária de Lisboa).
Há uma ligação grande entre o sítio onde está o Sátiro, no Rossio do Marquês de Pombal, e o tanque do Gadanha. Em tempo antigo, um fio de água, um regato, vindo de onde Nun'Ávares Pereira rezou, antes de se dirigir para a batalha dos Atoleiros, junto a Fronteira, corria na diagonal até mais ou menos onde é a Fonte das Bicas, na parede do tanque virada para o lado do castelo e do Hotel Gadanha, defronte. O poeta imagina os dois seres mitológicos, com óptima capacidade auditiva e visual, em diálogo bem humorado da parte do Sátiro, como dele se espera... A resposta do Gadanha, mais empenhado na tarefa de levar a gente, não a sabemos. Talvez seja mais ponderada que a do parente.

(Da internet)


 Esta espécie de concha é relativamente recente. Espero que não pegue a moda da cobiça do espaço vazio, para ir semeando objectos. Este espaço é só do Gadanha. Deve ser indisputado ao ceifeiro, que vê partir toda a gente e vai ficando. Só.

*


Zeca  (Dito)
«Vou dizer uma obra da minha autoria, dedicada a duas estátuas, ou seja(m), dois monumentos que tem Estremoz — o Sátiro a falar para o Gadanha.» Zeca dá uma explicação breve1.

Diz [disse?] o Sátiro em piadas:
«Gadanha, somos parentes;
As nossas mães eram fadas:
Duas mouras encantadas
Que vierom nas águas correntes.
São as fontes, os nascentes,
O nosso lar, o nosso canto.
E por sermos descendentes
De encantados das enchentes
É a água nosso encanto.

Somos o riso dos outros
Tu, por teres umas grandes barbas
De mim, riem-se os garotos
Dizendo, feitos marotos:
“Olha o patas de cabra!”
Mas, os anos que passam velozmente
E os que mangam vão levando.
Dêx’òs lá mangar da genti!
Lá vai mais um, ó parenti
E nós cá vamos ficando.»

No fim, parece a voz do Zeca, dizendo: «Isto…, é do Zeca! — Responde um: «Isto é do Zeca, isto é obra seleccionada.»


1 «Porque todos quantos morem nas proximidades de Estremoz, têm que passar junto do Gadanha, mas (?) do Sátiro…»  O «mas» deve ser com pronúncia aberta, «más» ou «mais», aqui, com o significado de «e». Têm de passar junto do Gadanha e do Sátiro.

*
Fados e outras coisas do Zeca  (C-1 – cassete do sr. Madruga). Dito.
*
     Os versos, acima, inserem-se numa recolha de poesia popular, maioritariamente, décimas, feita, sobretudo, em 1972/73, junto com Francisco dos Santos Rodrigues,  e ainda à espera de umas boas horas e horas de trabalho, para ultimar uma possível e desejada publicação.

     O convívio com o Sr. Zeca deu-se no café e restaurante do Sr. Ramalho, no Rossio, junto à Rua Victor Cordon. 

domingo, 24 de agosto de 2014

António Telmo homenageado no IV aniversário da sua morte

23 de Agosto 
Parte do terreno livre, aflorado de mármore, da encosta do castelo, para quem vem do lado do Vimieiro, está agora parcialmente ocupado por vinha. A vinha sobe um pouco.
O Gadanha lá está, esplendoroso para quem o ama. E o quiosque do Maniés, com cave para arrumação e depósito. Terá outro nome, outra pessoa ali estará certamente, à frente do negócio. Perto, o monumento aos mortos da I Grande Guerra, lembrada na imprensa praticamente todos os dias, neste ano comemorativo do centésimo aniversário do início da conflagração.

*

No Águias d'Ouro, depois do guarda-vento, à direita, na porta de acesso ao restaurante do primeiro andar, cartaz com o retrato de António Telmo, igual ao que está emoldurado na sala com janela para o Rossio. 
Inácio Balesteros, presidente do Círculo António Telmo, para quem convivia com ele, o Inácio.
António Telmo, o homenageado, regressado ao nosso convívio, para quem o conheceu, partilhou conversas, pelos cafés — Águias d'Ouro, Alentejano e Central —, em passeios à volta do Rossio Marquês de Pombal... No Águias, aos domingos de manhã; lembro uma mesa, à direita, quando se entra na sala do retrato. Regressado ao nosso convívio..., para quem o conheceu, o Telmo.
Durante a manhã, assistimos ao torneio de bilhar e às cerimónias no Águias e na Sociedade Recreativa Popular Estremocense, pelas 11 e 12 h., respectivamente, com a presença da viúva de António Telmo, Maria Antónia, da filha Anahi, de outras individualidades, amigos e interessados.
Na Sociedade, usou também da palavra Hernâni Matos. A certa altura, o Telmo falou com o pai do Hernâni, o Sr. Matos, e resolveu dizer ao filho lá do sítio onde estão os dois que se despachasse, a conversa já ia longa e queríamos almoçar. Belo expediente, bom recurso literário, para todos estarmos juntos e finalizar de maneira bem humorada a peça evocativa.  
Luciano. Estava no almoço e esteve no Águias, na cerimónia do descerramento do retrato. Lembrou-me o convívio de quando éramos professores, eu na Escola Preparatória D. João IV, em Vila Viçosa, ele na Escola Secundária da mesma vila e os nossos regressos ao fim das aulas para Estremoz, às vezes, de boleia. Havia energia para tudo e cara alegre. 
Uma ex-aluna de Estremoz, hoje, licenciada, dirigiu-se-me. Gostei muito. Foi um privilégio grande ter sido professor de algumas crianças e jovens. 
Alguns reencontros de pessoas conhecidas. Entre os que não vi e perdoe-se-me a indiscrição e o esquecimento de uns poucos, estão o Chico Rodrigues e o meu companheiro no Orfeão Tomaz Alcaide, à minha mão esquerda, um outro Inácio, o Grazina. Para eles, um abraço apertado, mas com a esperança de que não vejam estas linhas.
*
Chegámos um pouco antes das nove horas e estacionámos o carro no Rossio. Depois desta hora, foi-se enchendo de automóveis, ocupando uma área bastante maior do que antigamente. Dizem-me que o mercado semanal do sábado não está tão fulgurante como noutro tempo. O programa do dia não deixou confirmar. Os cafés estão um pouco diferentes e o Central fechou as portas, dando lugar a outro estabelecimento. O Central foi-me familiar e o Telmo às vezes também por lá passava, mesmo de manhã cedo. Ignorava que fosse frequentador habitual da Sociedade Recreativa Popular Estremocense, ao fundo do desafogado adro fronteiro. Se me perguntassem, há semanas, se havia ali alguma sociedade, não saberia dizer. Só conhecia a do edifício, junto ao Gadanha, cujo último piso serve de sede ao Orfeão Tomaz Alcaide, onde ensaiávamos (ano de 72/73), convivíamos, íamos ao bufete nos intervalos dos ensaios, cantávamos o indicativo musical do orfeão, o coro dos Escravos Hebreus, em que os coralistas punham um entusiasmo grande, e... o restante repertório.
Mais haveria, mas antes que alguém me mande calar, como o Telmo ao Hernâni, finalizo, dizendo que qualquer coisa acrescentarei nas legendas de algumas fotografias. 
Não fique sem referir a qualidade do edifício, sobretudo o interior, da Sociedade Recreativa Popular Estremocense. Os azulejos encantam. Falando com um senhor de Sesimbra, de que declino o nome, soube que o Telmo tem um texto em que descreve estes painéis e o seu significado. Fazia o favor de me enviar o texto, mas prefiro aguardar pela sua publicação (ou republicação), para breve ao que suponho. Referência a este assunto, pode também ver-se, nas últimas linhas da peça evocativa lida por Hernâni Matos e publicada, hoje.

*
Deixando Estremoz, de dentro do automóvel, digo ao meu companheiro de viagem e condutor:
— Fica por tirar uma magnífica vista do castelo, aqui da zona do Gadanha, emoldurado pelo arruamento. O castelo está de um bege branco, lavado. Lindo.
Nota: Para ter uma ideia mais objectiva das cerimónias ou, dito de outra maneira, saber o fundo, o tecido em que a minha tessitura verbal se insere, ver a reportagem, aqui.


Monumento aos mortos da I Grande Guerra


O Gadanha



Base da estátua, frente:
CORRE O TEMPO VELOZMENTE
As outras faces:
Como a água da corrente/Nós também da mesma sorte/Correndo vamos à morte


Quiosque do Maniés

À esquerda, o edifício de uma das Sociedades e do Orfeão Tomaz Alcaide

*

Cartaz, à entrada do Águias



Sala do retrato. Sofreu alterações, para servir refeições ligeiras



Em frente, outro espaço. À esquerda, na parede do fundo, mapa dos concelhos envolventes.

Inácio Balesteros, presidente do Círculo António Telmo, usando da palavra na cerimónia do Águias

Aplausos para Inácio Balesteros
Disse, depois, algumas palavras outro grande amigo, numa troca convivial de largos anos, Manuel Patrício, à esquerda.

Mateus Maçaneiro proferiu algumas palavras sobre António Telmo e leu um soneto de sua autoria sobre o homenageado



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Café Alentejano

Da sala principal se passa para esta, com saída para o lado do Palácio da Justiça. Lá fora, contíguo a este, do lado esquerdo, o «café do Salvador» (assim lhe chamávamos), também lugar agradável de convívio, um pouco mais ambiente de cervejaria.

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Sede da Sociedade Recreativa Popular Estremocense.
Atrás da grande porta guarnecida de vidros verdes, a sala de bilhar. A porta abriu-se, a certa altura.
À direita, entrada para as instalações da Sociedade Filarmónica Artística Estremocense






Painel central do tecto





Um pouco antes do almoço

Hernâni Matos lê o seu texto





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A seguir, imagens do edifício da Sociedade Filarmónica Artística Estremocense. Tem um gracioso claustro.




Vista tirada do interior das instalações da Sociedade Filármónica







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Tomaz Alcaide recebe-nos, à entrada da sua cidade
Despede-se de nós, quando saímos. 
— Até breve!