segunda-feira, 30 de junho de 2014

Foz do Arelho 2


                                                                                                                              ………………………….
                                                                                                                              Quero cantar como a rola
                                                                                                                              Quero cantar como a rola
                                                                                                                              Como a rola ninguém canta
                                                                                                                                                                            (Moda alentejana)                                                         
          Pardais e rolas


        Nos fios, a que poderíamos chamar o seu chão subtil, de tão fino que é, vão poisando e levantando voo pássaros e rolas. Estão sobre um logradouro, em frente do INATEL; a admirar os espaços verdes daquela instituição, o conjunto habitacional e a capela e edifício anexo.

        Quem quiser ver a sequência dos movimentos, clique na primeira imagem e vá vendo em progressão rápida. Aproveito para tecer um elogio à rola, a propósito de uma canção que faz parte do repertório do grupo coral Gaudeamus e em que figuram os versos acima postos em epígrafe. Não fizeram parte da variante cantada no recente convívio do Moinho do Cuco, propriedade do colega e também professor na Universidade Sénior de Torres Vedras, Sr. António Luís. A canção é muito conhecida e das de que mais gosto. Começa, assim: «Fui à fonte beber água/ Dessa que eu ouço correr...»

         A parte final da variante que integra os versos de que estamos a falar, reza, assim:

                                                         Alguma gota há-de haver
                                                         Quero molhar a garganta
                                                         Quero cantar como a rola
                                                         Quero cantar como a rola
                                                         Como a rola ninguém canta
















sábado, 28 de junho de 2014

Coisa - O espaço e a sua envolvência 2

Mais contributos sobre a ilha delimitada pela Rua Dias Neiva, Travessa Madeira Torres e Rua Mousinho de Albuquerque



Travessa Madeira Torres
Vista tirada da Rua Mousinho de Albuquerque

Travessa Madeira Torres

O mesmo

O mesmo

O mesmo

Rua Mousinho de Albuquerque

Residencial S. Pedro; lado da Rua Mousinho de Albuquerque.

Residencial S. Pedro, na confluência da Mousinho de Albuquerque e Dias Neiva.

Rua Dias Neiva




A situação da «ilha»
 Vista de junto à igreja de S. Pedro

 O troço até ao cruzamento com a Cândido dos Reis e Mousinho de Albuquerque é o términus da Rua 9 de Abril 

O mesmo

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Estação ferroviária

            26-06-201
Pouco antes das 8 horas
Tenho um fascínio pelo caminho-de-ferro. É uma muito importante estrada que liga as pessoas e as serve. O parecer estar hoje do lado dos mais fracos só deve aumentar o fraquinho que tenho por ele. O valor em património desta entidade não precisa de ser explicado. Se tudo é cultura, há aqui muito material.
Torres Vedras é linda.


Praça de Londres

            26-06-2014
Tantas vezes estudei e convivi no café-pastelaria Roma, à noite. Tinha mais calor humano que hoje. Não é por ser o meu tempo e ter vinte anos, então. É assim. Esta praça faz parte dessa experiência. Curiosamente, a igreja ainda está por conhecer. Se lá entrei, nada fixei. 
Lisboa é linda.




Cinema Roma. Jardim Fernando Pessa

            26-06-2014

Há muito que conheço a zona da Avenida de Roma, Praça de Londres, Guerra Junqueiro, a Alameda D. Afonso Henriques, mas é como se não conhecesse, quando as coisas parecem apresentar-se pela primeira vez. Assim aconteceu, na manhã de 12 de Maio, ao visitar o Jardim Fernando Pessa, atrás do cinema Roma. Lugar bem dimensionado, feito a pensar nas pessoas e enriquecido, em 2001, com um conjunto escultórico «A Família»*.

     Hoje, também de manhã, ao passar junto ao quiosque, vejo que o cinema desapareceu. Em seu lugar levanta-se um esqueleto de vigas e postes de cimento. A cidade tem muitas salas onde se pode ver filmes, em grandes centros comerciais, mas os cinemas vão desapareccndo, com grandes zonas da cidade a perderem densidade de vivência. A ficarem mais sós. O cinema Alvalade, penso que não existe como tal; o Londres, a mesma coisa. O King, perto do Hotel Lutécia fechou. Do Roma, nada resta do espaço físico que conheceram gerações.
     Compartilho algumas imagens no pequeno álbum de slides, a seguir. As duas últimas foram colhidas, hoje.
* A placa informativa reza, assim:

«A FAMÍLIA»
CONJUNTO DE ESCULTURAS HIPER REALISTAS EM BRONZE
DE AUTORIA DO ESCULTOR MELÍCIO
INAUGURADO EM 17 DE JULHO DE 2001
PELOS EXMOS SENHORES
VEREADOR DO AMBIENTE E ESPAÇOS VERDES
DR. RUI PESSANHA DA SILVA, E
PRESIDENTE DA JUNTA DE FREGUESIA DE S. JOÃO DE DEUS
DR. MANUEL FIGUEIREDO

*



*

O Roma, para mim, é o filme A Ilha Nua, de um realizador japonês, ali exibido nos anos 60. Houve outros, que esqueci. Lembro o homem, pai, marido, subindo a levar água, ilha acima, qual suplício de Sísifo empurrando a pedra até ao alto da montanha, para logo recomeçar, num castigo sem fim. Vai-se acumulando a tensão, naquela vida tão difícil e de repente alguém deixa cair o cântaro e ouve-se um grande grito do homem, revolta incontida.


     Quem quiser, pode ver o filme. Penso vê-lo, também, e posso falhar na pequena reconstituição que acabo de fazer. A verdade e a grandeza da obra de  Kaneto Shindo mantém-se imune a pequenos desacertos e nisso a memória é fiel.

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Coisa - o espaço e a sua envolvência

Armazéns de Raul Alves e Caféeira de Torres
Conta o Sr. Ricardo Lopes, d'A Brasileira de Torres:
Era tudo o mesmo: o conjunto cinzento (Publicorte e Espaço Cultural Coisa) e o verde.
Víveres, adubos, cimentos...; tudo o que era relacionado com a agricultura. Publicorte, Coisa, a casa... a casa era a parte central. O prédio verde, de fachada preservada, tinha a habitação no 1.º andar; no rés-do-chão, estabelecimento com atendimento ao público. O outro prédio, cujos painéis -- verdadeiras secções de parede aparentemente amovíveis e corrediças -- formam uma espécie de linha avançada das vidraças, escondendo e mostrando a rua, ocupa o lugar da construção que dava entrada para um pátio onde se realizavam cargas e descargas. Entravam galeras e carroças e tinha cocheira. A garagem actual, junto à residencial S. Pedro era outro armazém de adubos, uma secção de víveres (o edifício já não é o mesmo).
Publicorte: neste espaço, havia torrefacção do café.
Coisa: este espaço de criação está onde era um armazém. 
José Afonso*, genro do Raul Alves.

Conta o Sr. Jorge Gomes, do café Arco-Íris, Sarge:
O Raul Alves fazia torrefacção de café? -- comecei assim a conversa. O que segue é essencialmente o que este simpático senhor (e amigo paciente) foi dizendo.
«Cafés Novo Dia, dá saúde e alegria» era uma frase publicitária dos Cafés Novo Dia, de Firmino Francisco Figueira**. A Caféeira de Torres: edifício rosa, do gaveto, entre a Travessa Madeira Torres e a Rua Dias Neiva. Torrava café, amendoim..., vendia bebidas espirituosas..., fornecedor de bebidas e... ginja, abafado, genebra, anises, uísques, brandies, aguardentes-velhas. Amendoins, pevides, açúcar; cafés de lote (de saco), com chicória, centeio, grão preto.
O Sr. Firmino, já velho, passou para a filha as instalações onde está agora a oficina-auto, no Sarge; eram dos cafés Novo Dia, a cargo do genro. Tudo veio a passar para o grupo Riberalves***. A Central Caféeira de Torres Vedras foi integrada nesta empresa em 1997, continuando a marca Novo Dia Cafés uma história iniciada em 1950. Nada resta da Novo Dia, no Sarge, estando actualmente sediada na zona industrial  do Paul - Torres Vedras.
A Novo Dia, de origem torriense,  domina largamente a distribuição de café em Torres Vedras, uns 80%. Mais? No Sarge, em cinco estabelecimentos com venda de bebidas ao público, três são fornecidos pela Novo Dia e dois pelos cafés Delta (marcas Camelo e Delta).
«... a Rua Dias Neiva, que liga o Largo dos Polomes ao Largo de São Pedro, era a rua mais movimentada da vila, pois nela existia a maior parte dos armazenistas, tais como o Raul Alves, o Fonseca & Lisboa, o Florêncio Augusto Chagas, a Central Cafeeira e ainda lojas diversas».
(Do artigo de Quim Gago, ver Badaladas on line, «Patrimónios: eu cresci no centro histórico (1.ª parte)», publicado em 19-07-2013.)
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* José Afonso Torres, durante muitos anos dono da ourivesaria Anselmo, na Rua Serpa Pinto.
* * Ainda da família de Jorge Gomes, do lado Figueira da mãe.
*** Embora a Novo Dia tenha utilizado as instalações do Sarge, elas pertencem de facto, ainda, à filha do Sr. Firmino, que as vai mantendo alugadas a sucessivos arrendatários.


Vista da Rua Dias Neiva, a partir do edifício da Residencial S. Pedro.

O conjunto «Raul Alves» vai destes edifícios verdes até aos dos n.os 13 e 15.


Atrás da fachada modificada, estão habitações.

Aqui, preservou-se a fachada. 


No n.º 13, o Espaço Cultural COISA.




Ao fundo, o Largo dos Polomes.

O edifício com o n.º 15 alberga a empresa PUBLICORTE.

Menina que estás à janela...







À esquerda, a Rua Dias Neiva; à direita, a Travessa Madeira Torres.

Travessa Madeira Torres, indo do Largo dos Polomes.
Traseiras do edifício n.º 13 da Rua Dias Neiva

Outra vista, com mais pormenor para as traseiras do pátio.