sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Moinhos de maré do Seixal

22 de Fevereiro, domingo
No dia 22 de Fevereiro, domingo, realizou-se mais uma «caminhada no mar do Tejo», orientada pelo geólogo Carlos Cupeto, da Universidade de Évora. Muito cedo, iniciei uma viagem de mais de cinquenta quilómetros, para ter pouco trânsito e ir com calma. Já em terras de Almada, perguntei a alguém como se vai para Corroios e lá cheguei. Algum desconforto com a paisagem urbana, labiríntica, para quem não a viu crescer, e aparentemente sem pontos de convívio visíveis, como cafés e jardins. Deixado o carro na Rua Cidade da Amadora, procurando um pouco, a coisa melhorou. Encontrei um café, depois, outro, homens parados a conversar… Corroios começa a ganhar alma e a primeira impressão a desfazer-se. O António*, homem novo, cinquenta anos?, leva-me até ao Eco-Museu, ele no carro dele, eu no meu, seguindo-o. Despedimo-nos. O encontro com a gente do grupo era às 9:45.

10:00 – início da caminhada
12:30 – almoço na Ponta dos Corvos
14:30 – regresso ao ponto de encontro e visita ao Moinho de Maré de Corroios

Fomos na maré baixa até à Ponta dos Corvos, à beira-rio. Há sempre povoações à vista, lindas todas, vistas da praia; primeiro Corroios, depois, Lisboa, Barreiro, Seixal. O regresso fez-se pelo lado interior do sapal, de cuja importância e origem em termos geológicos, nos informou o Prof. Carlos Cupeto.

À ida, gente a apanhar bivalves, bicicletas deixadas na areia, a espaços mais ou menos regulares, esperando os donos, quando a maré começar a encher. No regresso, vamos apreciando flores, arbustos, árvores, aves, moinhos de maré já desactivados, a língua de água salgada que cerca o sapal, com suas «ilhas», o observatório da aves (parece o esqueleto a popa de uma nau). Estamos numa zona que é um santuário de aves. Os donos das bibicletas montam-se a cavalo nelas e vão em grupo a caminho de Corroios, à nossa frente.

No Moinho de Maré de Corroios, uma técnica superiora da Câmara Municipal do Seixal, formada em História, que nos acompanhou a partir da Ponta dos Corvos, explicou o funcionamento deste estabelecimento fabril, no enquadramento socioeconómico da época. Tivemos uma recepção informada e cordial, de que é exemplo o pequeno apontamento de vídeo** sobre o sino dentro do saco de cereal no teigão, que tocava, quando se acabava o trigo ou centeio ou cevada. Vimos todo o mobiliário industrial, próprio de um moinho de maré. Só não vimos o piso inferior, onde haviam de estar as pás e os rodízios que faziam rodar o eixo vertical, que, por sua vez, accionava a mó em cima.
Depois da travessia por Loures, Odivelas, Lisboa, Almada, Corroios, que bom foi uma caminhada-passeio, em contacto com a natureza. Relaxante…, repousante.
Já de regresso, convívio na cervejaria Mil e Tal, onde se come um prego, ao nível do Sapal. Nota máxima. O melhor de sempre.
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* Nome fictício, para não ter de dizer «um homem», «um senhor».
** Ver na mensagem seguinte: «Moinho de Maré de Corroios – Eco-Museu».


































Azedas

Azedas


Margaridas


Margaças









Despojos dos apanhadores de bivalves



Sapal

Sapal




Sapal


Observatório de Aves





Aquacultura

Aquacultura

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