Debaixo dos Arcos, Rua José Elias Garcia (Antiga Rua da Porta Nova)
Os arcos assentam em pilares, onde se
apoiam as paredes que suportam a abóbada (ou tecto) das galerias. Do princípio
ao fim dos arcos, só há uma coluna, de granito, mas bem modelada de fuste
redondinho, como uma bela perna. A base é desataviada, quase pé descalço, filha
directa dos afloramentos graníticos, que se encontram entre Arraiolos e Évora.
Pelo menos. Destes falo. Porque foram companhia de infância e juventude, vistos
da janela das camionetas, quando no princípio dos períodos lectivos, fazia a viagem
de Montargil a Évora. Creio que é só nas idas que lhes presto atenção, uma
atenção mais desperta. A coluna, a única, é firme e leal e tem um belo capitel.
É o seu luxo. É no capitel que estão as suas galas, de que está bem consciente,
como rapariga e mulher. Com que flor ou folhas se ornamenta? Trevo!?… E a folha
ou pétala maior?
A
derradeira galeria pública da rua, que se compõe de cinco arcos redondos e
abatidos, em tramos baixos, conserva velha coluna de granito e capitel decorado
por rude folhagem naturalista (séc. XV). (Túlio Espanca, Inventário Artístico de Portugal/Concelho de Évora,
I Volume, Academia Nacional de Belas Artes, Lisboa, 1966, p. 261, col. 2)
Ao fundo, a Praça Joaquim António de Aguiar.
Ao fundo, o Largo de Camões ou da Porta Nova
26-12-2014
Há, afinal, uma coluna com fuste
facetado, octogonal, um capitel incipiente. Parece um elefante bifronte, duas
cabeças, duas trombas, dois olhos fitando em direcções opostas. Um pouco mais à
frente (no percurso da Praça Joaquim António de Aguiar para o Largo de Camões),
pilares de alvenaria ou alvenaria e granito.
Cabeça de elefante com sua tromba
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