Sábado,
20 de Setembro
Um
pouco antes das oito, no Catefica
Para
completar o périplo iniciado a 07 do corrente mês (passeio às serras do Socorro
e da Archeira), resolvi, para perceber melhor a ligação entre os três fortes da
primeira das Linhas de Torres — a primeira linha de defesa, aquela em que não
devia acontecer que o inimigo passasse e não passou —, entre o Furadouro e o
Catefica. Já tinha sido visitado o Forte da Archeira, faltando os do Catefica e
da Feiteira.
Deixando
o automóvel no Catefica, fui indo a pé para o destino traçado, à passagem sobre
a auto-estrada, uma pausa para olhar. Boa vista se colhe sobre esta artéria e
tudo à volta. Pouco adiante, em vez de seguir na direcção de Figueiredo,
tomamos o caminho da direita, a estrada militar. Está razoavelmente, mesmo bem
conservada, atendendo à idade. Uma maneira encontrada para a conservar,
intencional ou não, são as silvas postas em partes do troço, constituindo um
tapete protector. Do mesmo modo, os caniços que noutras partes foram colocados,
com o mesmo resultado.
Chegados
ao alto, temos por companhia um moinho, o marco geodésico, horas e dias e meses
e anos a olhar para os lados de Montejunto. À hora da nossa visita ao marco,
havia neblina ao longe, o que dava um certo ar romântico à paisagem que o marco
e nós observávamos.
O
forte em si é relativamente pequeno e essa discrição é correspondida na placa
informativa que lhe anuncia a presença.
Vamos
deixando este forte, a caminho do da Feiteira. Aproveitámos para ir olhando a
paisagem, de que aqui se pode ver alguns registos fotográficos, com selecção
influenciada, também, por história pessoal.
Noto
só que a serra do Socorro também está presente, bem como o alto com os dois
moinhos, do lado de cá da auto-estrada. Estes dois moinhos fazem diálogo com a
serra do Socorro. Vêem-se de quase todo o lado. Quem vier pela A 8, de Lisboa,
ao passar junto ao Socorro, à esquerda, não deixa de ver à direita a sua
companheira, aquela serra dos dois moinhos. Também se deixa ver do Furadouro e
do alto do Forte da Archeira e de toda a encosta. Presenças tutelares.
7:59:10
Faixa da esquerda: sentido Lisboa; faixa da direita: sentido Leiria
Em frente, a serra da Capucha. À esquerda, a EN n.º 8. Vê-se à direira desta estrada, o pombal da Quinta do Calvel
Estamos subindo, mas virámo-nos para trás. A estrada militar
O mesmo
A estrada militar, que vai ficando para trás
O mesmo
Vê-se a placa identificativa do Forte do Catefica
Obra militar n.º 130
Duzentos homens, cinco bocas de fogo
Marco geodésico. Lá longe, no alto de monte, um moinho branco. De vez em quando falam entre si, o moinho e o marco. De noite ou de dia. Mas acho que é mais nos dias de bruma, como este, e nas noites.
Atrás, vai ficando o Forte do Catefica
Pouco adiante
Ao fundo, da esquerda para a direita: Turcifal e Carvalhal
Em frente, o Campo Real. Mais ao fundo, no cimo do monte, uma habitação que parece um castelo.
Parcialmente encoberto, pelo engenho eólico da esquerda, as saliências de terreno do Forte da Feiteira (ou Boa Vista)
Fosso para defesa do forte
Lá longe, o alto da serra do Socorro
Do sítio do Forte, vê-se a Moagem Firmos
Em frente, à direita, o forte
O mesmo
Do mesmo lugar, outra vez a serra do Socorro...
... e do outro lado do imenso vale, cavado entre os dois montes, os dois moinhos altaneiros. Vêem-se do Furadouro e do alto da Serra da Archeira. Vê-os diariamente quem vai e vem entre Lisboa e Torres Vedras. Dum lado o Socorro, do outro a serra dos dois moinhos.
Vê-se Torres Vedras
O forte
O mesmo
Fosso
O mesmo
Dentro do forte, percebe-se o través, construção de terra para proteger do fogo inimigo
Ao meio, través
Fosso
O mesmo
O mesmo
O mesmo
O mesmo
O mesmo
O mesmo
O mesmo
Ao fundo, Ribaldeira; depois, a pedreira, seguindo-se a Caixaria
Ao fundo, instalações da Riberalves; mais perto de nós, a Quinta do Calvel, tendo do lado esquerdo da EN n.º 8 a casa solarenga, e do direito, o pombal.
Descemos a estrada militar. Avista-se a Mugideira
Deixamos a estrada militar
Adeus, forte do Catefica. Adeus, moinhos. Adeus, marco geodésico. Sem saberdes, estais ao serviço dos humanos. Sois humanos, também.
Boa reportagem, gostei!
ResponderEliminarAbraço
Obrigado, Joaquim. Boa semana para vós e para ti um
EliminarAbraço
Uma reportagem muito completa...
ResponderEliminarAs fotos, todas muito boas...!!!
Parabéns
Albertina Granja
As fotos todas muito boas é bondade da Albertina, mas vamos tentar aprender a conhecer melhor a máquina. Com a sua subida, ia a dizer à Torre Eiffel, à Torre dos Clérigos, o que também já fiz, e à Serra do Pilar (o que fiquei a invejar fazer), vejo que temos um ponto em comum, que é calcorrear montes e vales... Está aqui presente a sua última visita ao Porto... Adorei a pergunta do Leandro, porque pensei o mesmo que ele... «Então, se não foi usada máquina fotográfica, nem telemóvel, como é que tirou a fotografia?»
ResponderEliminarO meu gosto por ir atrás das coisas a pé deve ser visível, então. É verdade.
Obrigado
JL