Nascido no Rio de Janeiro, em 1851, de pais portugueses.
Miguel Bombarda veio para Lisboa, onde frequentou a Escola Médico-Cirúrgica, no
Campo de Santana. Foi médico distinto e professor de várias disciplinas na
escola em que se formou. Autor de numerosos livros da sua especialidade, a sua
acção foi também desenvolvida, através de conferências e de intervenção cívica,
mais ou menos directa ou informal, no convívio com as pessoas que com ele
tinham contactos. Contemporâneo de outro ilustre médico na especialidade de
saúde mental, Júlio de Matos, e do Dr. Sousa Martins. Especializado na área da
psiquiatria deixou o seu nome ligado ao Hospital de Rilhafoles, mais tarde
renomeado Hospital Miguel Bombarda. As ideias que professava e defendia no
campo da filosofia eram de inspiração positivista. Atacava asperamente os jesuítas.
Activo defensor do ideário republicano e
lutando para instituir esse regime, veio a morrer, assassinado por um seu
ex-doente, de quem lhe tinham dito que estava curado, no dia 3 de Outubro de
1910, véspera da Revolução de Outubro.
Damos, no fim, alguns elementos de consulta, inclusive sobre o
Hospital Miguel Bombarda, entretanto desactivado, mas constituindo rico
património arquitectónico e histórico-cultural. São muito importantes as
modificações que estão previstas para todo o parque de saúde da colina de
Santana, com a projectada construção do novo Hospital de Todos os Santos, em Chelas.
*
Mataram o dr. Bombarda. Espalha-se na cidade que
foram os padres que instigaram o tenente a assassiná-lo. É falso, mas há
correrias no Rossio, e o “Portugal” foi apedrejado. Toda a gente acredita num
crime planeado, toda a gente se insurge contra o facto brutal, toda a cidade
republicana se transforma num vulcão. No Rossio juntaram-se grupos de gente
taciturna e desesperada: Mataram-no! Mataram-no!
(Raul Brandão -- Memórias)
*
Rua Miguel Bombarda, vista do lado da igreja de S. Pedro
Idem
Idem
Idem
Idem
Foto Franco
Idem
A primeira porta, à esquerda dava acesso à International House, actualmente ministrando o seu ensino de inglês junto à Expotorres, Rua S. Gonçalo de Lagos. Mais à frente, a importante casa de Ferragens de Joaquim Marques dos Reis, hoje Casa do Sporting, em Torres Vedras.
A Casa do Sporting
«Ferragens, louças, vidros, ferramentas», memória de uma grande casa
Estas palavras, numa fachada tão rica, assentam como um brasão
À direita, identificado com uma placa, o edifício onde está a TUNA - 1.º andar
No rés-do-chão, a CASA PRIMAVERA, que encerrou as suas portas
Curioso conjunto, o formado pelo edifício branco, onde esteve até há pouco o JARDIM DE MODAS, e o seguinte -- a CASA DAS CHAVES. À excepção do espaço ocupado pela oficina, todo o restante é acedível pelo que foi o JARDIM DE MODAS, com três janelas para o Largo do Município. Quase se pode dizer que a casa está dentro da fonte. Sobra uma janela para a oficina, onde trabalham os Srs. João Ventura da Silva, pai, e o filho, João. É uma frontaria de luxo.
O MILA GAIPA, jornal do Centro Histórico de Torres Vedras, n.º 2, Agosto/Setembro de 2014, traz um interessante artigo de Marina Xavier, intitulado CASA DAS CHAVES/ há 30 anos a fazer história na Rua Miguel Bombarda; foto de Luís Firmo.
Aqui, finda a Rua Miguel Bombarda. Para cá, é a Praça do Município, com a respectiva numeração de polícia.
A fachada do fontanário
Referências
Livro de Paulo Araújo, da Caleidoscópio, Miguel Bombarda -- Médico e Políticohttp://aparteoutsider.org/?page_id=74
http://www.vidaslusofonas.pt/BOMBARDA.htm
http://www.centenariodarepublica.org/centenario/2010/03/31/miguel-bombarda-como-se-fabricou-um-martir-da-republica/
http://www.cm-lisboa.pt/viver/urbanismo/licenciamento/pedido-de-informacao-previa-das-operacoes-de-loteamento-a-realizar-nos-hospitais-de-sao-jose-de-santa-marta-dos-capuchos-e-miguel-bombarda/hospital-miguel-bombarda
http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=3579304&page=-1
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