terça-feira, 1 de março de 2016

ilustrarte'16

28 de Fevereiro
Domingo à tarde
Em colaboração com Isabel MB Patrício
Sétima edição da Ilustrarte. Concorreram 1700 ilustradores, sendo seleccionados cinquenta, entre eles, quatro portugueses: Catarina Sobral, Joana Estrela Barbosa, Teresa Lima e Daniel Moreira. Grande Prémio Ilustrarte 2016 coube a Violeta Lópiz, de Espanha, pelas suas ilustrações sobre o texto de Cláudio Thebas. Violeta esteve em Portugal, colheu vistas, cores, cheiros, pormenores arquitectónicos e de toda a ordem. É um prazer «ouvi-la» contar todo o processo de criação, a começar por algum tempo de recuperação da sua cabeça, antes de iniciar novo trabalho. Depois, a abertura ou lá o que seja dá-se. Pede-se alguma paciência, para ler tudo o que nos conta até final, pois não a lemos na língua de Cervantes, mas em inglês. E vale a pena clicar na imagem com os seus apontamentos em castelhano. Ela passa os pensamentos e descobertas ao papel. Primeiro, achou o texto de Cláudio Thebas de uma grande simplicidade. Mais à frente, a simplicidade desvaneceu-se. Grande apoio e sintonia teve num dos dois editores da Bruaá, um homem que teve uma confiança cega nela, como já não se encontra, como se costuma dizer.
Violeta Lópiz teve, enfim, uma base sólida, a partir da qual prendeu e encarreirou o seu trabalho: o desenho do quarteirão que vem a terminar como proa de um grande navio. Dir-se-á que com esta proa (o desenho é quase só a proa), a partir dela, prossegue agora seguramente, na rota encontrada.
E o mais. É lá que se deve ir beber. Ao ver tanto desenho, fica-se também abismado com a quantidade e qualidade do trabalho produzido.
Houve três menções especiais atribuídas a Ingrid Gordon, da Bélgica, Claudia Palmarucci, de Itália, e a Jesus Cisneros, Espanha.
O júri teve um trabalho difícil de selecção.
*
O desejo e o convite levaram-me a Lisboa ver a exposição no Museu da Electricidade, que há muito desejava conhecer. Deixado o carro ainda longe, dirigimo-nos ao museu. Pela zona ribeirinha, encontrámos Amália, entre o Tejo e a Cordoaria.
Por mim, não apreciei os trabalhos de todos os ilustradores, começando até pelas obras de Serge Bloch, que constituem um dos dois núcleos temáticos da Ilustrarte, para além dos trabalhos dos ilustradores. O outro núcleo temático homenageia a consagrada escritora de livros para a infância e juventude, Alice Vieira, e, sem desprimor para ela, não lhe pude dar atenção. 
Finda a visita, fomos aos pastéis de Belém, momento de repouso e fruição, convívio... Malogradamente, uma fila serpentina coleava, bastante mais numerosa que a dos pagadores de impostos no último dia do prazo. Desistimos de imediato e procurámos outro local nas proximidades.
Depois, foi caminhar pela Rua da Junqueira.
O Museu da Electricidade propriamente dito fica a aguardar uma visita dedicada. O dos Coches, bem perto nas novas instalações, também aguarda.








Ilustrador convidado: Serge Bloch
É apresentada uma exposição monográfica sobre  a sua obra, de que se dão algumas imagens.













 Marabout en ficelle, Bloch 2014
Compare com a mesma imagem no blogue de Bloch.




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Escritora homenageada: Alice Vieira
Outro núcleo temático sobre a obra da consagrada autora de livros para a infância e juventude.

**
A festa da ilustração


Violeta Lópiz
Violeta Lópiz ilustra o texto de Cláudio Thebas:

AMIGOS DO PEITO
Todos os dias regresso da escola
com a Ana Lúcia da esquina.

Da esquina não é apelido,
é o endereço da menina.

O irmão dela é mais velho
e mesmo assim é meu amigo.

Sempre depois do almoço,
ele joga à bola comigo.

Já o Carlos Alberto, do lado,
(do lado não é nome também)
      tem uma bicicleta muito fixe,
      mas não a empresta a ninguém. 

É de gente bem diferente
que o meu barro é feito:

  pessoas que são muito chatas,
e um monte de amigos do peito:

o Bruno do prédio da frente,
o Ricardo do sétimo andar,

o irmão da Lúcia da esquina,
o filho do dono do bar.

   O nome completo deles
eu nunca sei, ou esqueço.

Amigo não tem apelido:

amigo tem endereço.






AMIGOS DO PEITO, contracapa

Outros

Ingrid Godon


 Pensar parece um mar, técnica mista

Claudia Palmarucci


Le case degli altri bambini, de Orecchio Acerbo, ilustrações de Claudia Palmarucci

Emmanuelle Bastien


 Emmanuelle Bastien, autora do texto e das ilustrações; editor: L'atelier du poisson soluble




  YA. NUNCA. Grassa Toro, textos, Cecilia Moreno, ilustrações. Edição de A buen paso, Barcelona, 2015.

Já contei os dentes do cão. Digital.

 Ilustradora francesa, de 28 anos. Vive em Nantes.
marion-mmm.blogspot.com/





Casas que andam, técnica mista
De Marta Cavicchioni, como brinde, não deixe de ver uma curiosa ilustração no seu blogue: consumo intelligente. Veja, que é uma boa IDEA.

***
No regresso 


 Encontro da Rua da Junqueira com a Travessa da Pimenteira, deixando ver ao fundo, parcialmente, o Museu da Electricidade

 O depósito serve de painel informativo das exposições em curso

 Continuando a caminhada na Rua da Junqueira, encontramos um edifício de qualidade arquitectónica e decorativa relevante, decorado com azulejos cheios de bom gosto e colorido. Os que ocupam o tímpano das duas janelas centrais são vitrais em azulejo.

Cerâmica Artística
É o que parece ler-se, na base do «vitral» da direita, sobre a tira roxa.

*

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