sábado, 2 de fevereiro de 2013

Sarge

Sarge. O pinheiro cinquentenário abatido
     Este texto  foi escrito, de novo, e substitui o anterior, que desapareceu. Acabou por desaparecer a mensagem toda, incluindo o texto explicativo sobre os anéis e o alburno, por Mário Guimarães Ferri, tirado da net e que já não consigo recuperar.
     Ontem, 5.ª-feira [31 de Jan.º], ia a pé, como tantas vezes, e dou com o pinheiro no chão. Foi cortado no sábado passado. -- Como foi possível não dar por nada? Não há dúvida. Os automóveis não deixam ver bem a paisagem e nas ruas tiram a vista, pelo menos, os dos outros. A rua da SOERAD, por exemplo, que largueza, a certas horas, sem carros, desautomobilizada. -- Na madrugada de 23 de Dezembro de 2009, a tempestade que se abateu nesta zona, arrancou-lhe uma grande pernada (*). Agora, dias antes do abate, numa noite mais ventosa (19 de Jan.º, que fez alguns estragos), a árvore perdeu outro ramo, de menor monta. E o dono resolveu dá-la a um amigo da sua intimidade, que fui encontrar a limpar-lhe o tronco. Cortou franças, ramos, galhos, a prepará-la para a serragem dos toros.
     A árvore é cinquentenária. Contei 43/44 linhas, a partir do cerne. Cada linha ou anel representa um ano, no processo de crescimento. Como me baseei preguiçosamente na fotografia, pouco precisa para este fim, a contagem é incerta. Penso que passam alguns anos, antes de se formar o primeiro anel. Diz-me o Sr. Ivo Gomes que se distingue, na face deixada a descoberto pelo corte transversal, o cerne e o borne. Borne ou alburno, sendo a palavra «borne», neste significado, evolução fonética de alburnum, do latim.  E, o que ouço com alguma maravilha, a linha cresce em círculo, da esquerda para a direita. Este interessante pormenor não pude confirmar.
     Talvez uma nova árvore venha a substituir o pinheiro abatido. Para já fica-nos a ausência.
***
     (*) Como à sua companheira, a pinheira da Rua do Pinheiro Manso, em quintal da casa, que dá também para a estrada da Aldeia Nova; árvore bem imponente, só a pernada que saía quase na horizontal, à procura da rua, era grossa e frondosa como se fosse outro pinheiro. Na noite dos ventos caiu fragorosamente no chão, desamparada.
Dias depois, os donos tiraram dali o tronco caído e cortaram o  tronco principal, que tinha ficado de pé. Seria um perigo para a habitação, havendo outro dia de ventos violentos.
     É assim a vida. Fica a memória, na placa toponímica.


Ao fundo, desfocado, o pinheiro -- 1-11-2011







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